Economia

Banco de Inglaterra mantém taxas de juro

O Banco de Inglaterra decidiu, ontem, manter as taxas de juro no actual nível de 5,25 por cento, como esperavam os analistas, pelo quarto mês consecutivo.

03/02/2024  Última atualização 12H37
Ingleses estão atentos aos principais indicadores financeiros © Fotografia por: DR
O Comité de Política Monetária do organismo aprovou a medida por seis contra três e dois dos membros que votaram contra, previram aumentar as taxas em um quarto de ponto, contra as expectativas do mercado.

A grande novidade da reunião de ontem foi que, pela primeira vez, desde o início da pandemia em 2020, um membro do comité votou a favor da descida das taxas, que se encontram no nível mais elevado dos últimos 16 anos.

Embora a inflação tenha abrandado fortemente para 4 por cento em Dezembro, depois de ter ultrapassado os 11 por cento apenas um ano antes, as autoridades monetárias consideraram que ainda persistem pressões, especialmente ligadas aos salários, que tornam aconselhável não proceder a uma redução das taxas.

"Decidimos manter as taxas de juro em 5,25 por cento. Temos tido boas notícias sobre a inflação nos últimos meses", afirmou o governador da instituição, Andrew Bailey.

No entanto, avisou que o banco emissor vai esperar por mais provas de que a inflação está a aproximar-se do objectivo das autoridades monetárias, que é de 2 por cento antes de reduzirem mais as taxas.

A este respeito, as actas do comité indicam que a inflação atingirá "temporariamente" o objectivo de 2 por cento no segundo trimestre deste ano, antes de recuperar nos trimestres seguintes de 2024.

Depois disso, a inflação só regressará ao nível de 2 por cento no último trimestre de 2026, um ano mais tarde do que o previsto anteriormente pelo próprio banco, o que aponta para a persistência da subida dos preços.

A estimativa coloca a inflação em 2,75 por cento no fim   deste ano, 2,3 por cento daqui a dois anos e 1,9 por cento daqui a três anos.

O comité teve em conta que o crescimento económico mundial, desde a sua última reunião manteve-se "moderado" e que as pressões inflacionistas na zona euro e nos Estados Unidos diminuíram, graças, em grande parte, aos preços da energia.

No entanto, adverte que continuam a existir "riscos materiais" decorrentes da situação no Médio Oriente e das perturbações no transporte marítimo no mar Vermelho devido ao assédio das milícias Huthi do Iémen aos navios mercantes.

Prevê também que o desemprego no Reino Unido aumente ligeiramente nos próximos meses em resultado das medidas adoptadas.

A próxima reunião de política monetária do Banco de Inglaterra realiza-se em Março.

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