Cultura

Banda francesa troca experiências com vários jovens percussionistas

Armindo Canda

Jornalista

A banda musical francesa BKB composta pelas irmãs Melissa, Ophélie e Aicha trocaram experiências em palco, terça-feira, em Luanda, com os estudantes da Fundação Arte e Cultura (FAC), no concerto denominado “Ensemble de Percussão”.

28/03/2024  Última atualização 12H10
O potencial artístico e habilidade dos adolescentes estiveram em evidência no espectáculo realizado na Ilha de Luanda © Fotografia por: FRANCISCO LOPES | EDIÇÕES NOVEMBRO

O concerto esteve enquadrado nas festividades da francofonia, aberto a 14 do mês em curso, no Shopping Fortaleza, em Luanda, com a inauguração da exposição intitulada "Kubuni: Bandas desenhadas de África”, com 12 quadros e fica patente até domingo, e a performance da cantora angolana Sara Saka.

Para o espectáculo de percussão, a responsabilidade de abrir a noite foi dos estudantes da FAC. Apresentaram duas performances com os instrumentos de percussão com destaque para o batuque.

A dança Bakongo e o estilo de música Semba, também estiveram em evidência durante o espectáculo preconizado por adolescentes. De seguida, as irmãs Aicha e Ophélie trocaram experiências em palco com os estudantes, numa única performance, recebendo forte aplauso da plateia. As francesas mostraram que dominam os instrumentos de percussão e tocarem a marimba. Foi uma fusão de músicas africanas e electrónicas.

Experiência única

O estudante da Fundação Ernesto Carlos disse que teve uma experiência única com a partilha de conhecimentos com o grupo BKB. "Não sou um falante da língua francesa, mas durante os ensaios tivemos apoio de um tradutor para facilitar a comunicação”.

Inara Vicente, outra estudante de música na Fundação, concordou com o colega e afirmou que a experiência foi positiva e gratificante, porque as irmãs Aiche e Ophélie são simpáticas e facilitaram a interacção durante e após os ensaios.”

Numa conversa de bastidores, os alunos foram unânimes e afirmaram que no início do espectáculo estavam ansiosos e expectantes. O nervosismo afectou-os que em determinados momentos saiam das notas. Mas foi por pouco tempo, o suficiente para que o público não notasse. "Tivemos dois dias de ensaios que não foi tempo suficiente, mas como temos a base conseguimos gerir a situação e o espectáculo correu muito bem”, ressaltaram.

Uma aprendizagem rápida

A artista francesa Aicha Hié disse ao Jornal de Angola que trabalhar com as crianças da Fundação foi agradável e recompensador pela dedicação e energia positiva que transmitem. Uma vez que já tocam, disse, o aprendizado foi de certa forma rápido, apesar das barreiras linguísticas. "Estou a gostar bastante de estar em Angola, as pessoas são maravilhosas. Notámos que gostaram muito de arte e de interagir e conhecer novas culturas. São poucas vezes que o público pede para os artistas regressarem ao palco depois do final de qualquer espectáculos. Isso foi espantoso e reconfortante”.

Ophélie Hié mostrou o interesse de regressar ao país. "Gostaria de voltar se tivermos oportunidade. O público que apreciou o concerto foi caloroso e simpático. Penso que em todos os países da África têm essa energia positiva”, observou.

Participação activa   

A directora da Aliança Francesa, Melanie Le Bihan referiu que o concerto de parceria franco-angolana fecha as festividades da francofonia. Durante duas semanas de actividades, garantiu, o balanço foi positivo. "Tivemos a participação activa das pessoas que acompanharam as actividades durante estes dias. O lançamento das actividades da  francofonia teve em todos os momentos a adesão do público”.

Melanie Le Bihan explicou que os programas da Alliance Française vão continuar. Sendo Angola um país com um número de falantes da língua francesa considerável, para essa experiência, de certa forma foi um balanço produtivo. "Os angolanos mostraram interesse em festejar o mês da francofonia. O intercâmbio cultural e as boas relações entre os diferentes públicos foi nota positiva”, finalizou a directora.

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