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Bengo: Serviços Veterinários suspeitam existência de Peste Suína Africana

António Canepa/ Bengo

Jornalista

Os Serviços Veterinários no Bengo suspeitam terem detectado, desde Janeiro do corrente ano, casos de Peste Suína Africana em duas fazendas, nas comunas do Kicabo e no Perímetro Irrigado de Caxito Rega, no município do Dande.

06/03/2024  Última atualização 08H16
© Fotografia por: DR

Trata-se das fazendas Taona e Gronly, onde se registou a morte de suínos, por doença, cujas características clínicas indicam ser Peste Suína Africana.

A chefe de Departamento Provincial dos Serviços Veterinários, Ana Maria Fita, disse que o surto foi notado nos meses de Janeiro e Fevereiro, quando foram notificados pela Administração Comunal do Kicabo e do Perímetro Irrigado de Caxito Rega sobre a existência de uma doença estranha que estava a dizimar suínos.

Rapidamente os técnicos deslocaram-se à Fazenda Gronly e pelas características clínicas da doença concluíram que pode tratar-se de Peste Suína Africana e tomaram medidas urgentes que são a desinfestação das pocilgas, dos pés dos utentes dos locais e das rodas das viaturas, antes de entrarem nas fazendas, bem como a incineração das carcaças dos animais mortos, a proibição da circulação de suínos de um lugar para o outro e o abate de todos os animais doentes.

Até ao momento, acrescentou, as fazendas continuam a ser acompanhadas para ver se se registam mais casos.

"Os técnicos visitaram a Fazenda Taona onde encontraram todos os animais mortos e verificaram que os sinais clínicos encontrados indicavam tratar-se da Peste Suína Africana e aí fizeram as recomendações necessárias como a incineração das carcaças e a desinfestação das pocilgas”, disse a especialista.

Depois disso e após a tomada de medidas de biossegurança, continuam a fazer o acompanhamento da situação e os suinicultores foram orientados a cumprirem escrupulosamente as medidas estabelecidas com vista a evitar a propagação do vírus, que é considerado altamente contagioso.

Os criadores foram orientados, também, no sentido de notificarem os Serviços de Veterinária em caso de suspeitarem que os animais estão doentes.

"Esperamos por mais notificações de outras fazendas, porque esta doença é hemorrágica e altamente contagiosa, por isso é que tomamos também medidas de não circulação de suínos de um lado para outro, nem a sua reprodução”, recomendou.

De acordo com a doutora, é a primeira vez que se regista Peste Suína Africana na província.

Os Serviços Veterinários vão continuar a acompanhar as medidas tomadas e retirar a carne suína dos mercados, alertar a população para não consumí-la, apesar de a doença não ser contagiosa para o homem.

"A doença cria enormes prejuízos para o criador, ao perder a totalidade da sua criação quando a fazenda é atacada”, explicou, acrescentando que "há a possibilidade de a população comercializar a carne, por isso que estamos a trabalhar com os mercados e a Polícia para a retirada deste produto nos locais de venda e mercados, para evitar a circulação do vírus que causa a doença”.

Os criadores estão a ser aconselhados no sentido de notificarem os Serviços Veterinários ou as administrações comunais das áreas de jurisdição em caso de suspeita da doença, para a tomada de medidas de biossegurança, que só deixam de ter efeitos depois de os técnicos verificarem que não existem mais casos, nem suspeitas da doença nas fazendas.

A doença manifesta-se com muito sangramento na pele e nos órgãos internos, por isso é que é considerada hemorrágica e altamente contagiosa, fazendo com que os animais fiquem com muita febre.

Bengo tem muitos criadores de suínos, mas nem todos estão sob controlo dos Serviços Veterinários, que apelam no sentido de solicitarem a licença.

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