Economia

Comercialização de diamantes rende 220,3 milhões de dólares

Adérito Veloso

Jornalista

O valor da venda da produção diamantífera da Endiama registou um crescimento homólogo de 35 por cento no primeiro trimestre, para 220,3 milhões de dólares diante dos 162 milhões do mesmo período de 2020, anunciou ontem, em Luanda, o director de Comercialização da companhia.

05/05/2021  Última atualização 10H05
José de Sousa destacou o fomento da indústria de lapidação © Fotografia por: DR
José de Sousa, que apresentava o tema "O contexto económico nacional de diamantes e o mercado internacional”, num seminário promovido pela Associação dos Jornalistas Económicos de Angola (AJECO), disse que, no mesmo período, a empresa pública teve uma produção bruta de mais de 1,1 milhões de quilates, contra 1,2 milhões do primeiro trimestre de 2020. O preço médio por cada quilate foi de 186,9 dólares (133,8, em 2020).Apesar da crise económica resultante da pandemia da Covid-19, que levou a uma queda de 45 por cento da produção diamantífera, actualmente, disse, os índices de crescimento da indústria diamantífera angolanos permanecem satisfatórios.

"Durante o I trimestre de 2020, altura em que Angola declarou os primeiros casos da pandemia, o mercado conseguiu reagir de forma positiva, mantendo o preço médio ao longo de todo o ano”, informou.Referiu acções levadas a cabo pela Endiama e outros operadores da indústria diamantífera angolana para materializar as directrizes da Política de Comercialização de Diamantes, estabelecida para reduzir a diferença entre as potencialidades do país e o impacto da indústria diamantífera nacional na geração de emprego, formação de quadros, bem como captação de receitas fiscais e patrimoniais pelo Estado. 
Aumento da produção

Em Angola, notou, verifica-se um quadro de abrandamento do aumento da produção de diamantes, face a um acentuado crescimento da procura por diamantes brutos, levando  a companhia a envidar esforços para aumentar o volume de quilates produzidos por ano e a estimativas que apontam para um volume de 10,5 milhões de quilates até 2022.O aumento passa pela realização de investimentos para potenciar os projectos já existentes e assegurar a exploração de novas minas, como é o caso da Mina do Luaxi, que considerou ser "uma das maiores do mundo”.O país conta com quatro lapidadoras em funcionamento instaladas em Luanda, com uma capacidade total de 234 mil quilates por ano, e igual número em construção no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo (Lunda-Sul), com uma capacidade combinada de 252 mil quilates por ano, aumentando, até ao final do ano de 2021, para 486 mil.

José de Sousa anunciou que, para tornar eficaz o fomento da indústria de lapidação de diamantes, tem sido realizadas diligências conjuntas em que intervêm os diferentes actores da indústria diamantífera angolana e outros órgãos dos Estado, de modo a criar um quadro favorável à atracção de investimentos.Neste particular, destacou a criação de um quadro de incentivos fiscais para a indústria da lapidação, a redução das taxas e emolumentos associados ao processo de aquisição de diamantes brutos pelas fábricas de lapidação, bem como a formação de quadros angolanos no exterior do país, de modo a aumentar a disponibilidade de mão-de-obra capacitada em Angola.Consta igualmente das acções que devem ser desenvolvidas para o fomento da indústria de lapidação de diamantes do país, a desburocratização do processo de licenciamento, simplificação do processo de atribuição de vistos aos investidores e a definição de políticas com vista a garantir o fornecimento permanente de diamantes brutos às fábricas de lapidação.

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