Os desafios da mulher no jornalismo angolano foram debatidos, quinta-feira, em Luanda, num encontro que juntou jornalistas e membros da sociedade civil.
O encontro foi promovido pela Embaixada da República Federal da Alemanha, em cooperação com o gabinete da coordenadora residente das Nações Unidas em Angola.
Durante o encontro, a presidente da Comissão da Carteira e Ética (CCE), Luísa Rogério, reconheceu o papel fundamental que as mulheres angolanas desempenham na sociedade, enfatizando a necessidade de se ampliar as suas vozes e perspectivas na esfera pública.
"Este encontro visa não apenas destacar a importância da participação feminina, mas, também, buscar soluções para os desafios enfrentados pelas mulheres jornalistas em Angola, promovendo, assim, uma maior igualdade e representatividade no sector jornalístico do país", sublinhou.
Luísa Rogério acrescentou que o jornalismo feminino angolano ainda enfrenta desafios significativos, em grande parte devido à predominância de lideranças masculinas.
As mulheres angolanas, destacou, continuam a enfrentar desafios significativos no mercado de trabalho.
A presidente da Comissão da Carteira e Ética defendeu a necessidade de se combater a exploração e promover a igualdade de oportunidades para todas, destacando a importância da criação de um ambiente mais equitativo e inclusivo para as mulheres no jornalismo e em outros sectores.
Luísa Rogério ressaltou que tem havido um notável crescimento no número de mulheres a actuar na profissão, indicando uma tendência positiva para o fortalecimento do poder feminino na classe jornalística.
"A resiliência e a determinação das mulheres jornalistas angolanas em superar obstáculos e contribuir de forma significativa para a construção de uma classe mais inclusiva e representativa tem sido fundamental para inspirar futuras gerações e promover uma mudança duradoura na sociedade angolana", referiu.
O impacto do trabalho das mulheres jornalistas, disse, vai além da esfera profissional, influenciando positivamente a sua percepção e o seu papel na sociedade, ao mesmo tempo em que ampliam vozes e perspectivas anteriormente sub-representadas.
"A dedicação incansável não apenas fortalece o jornalismo em Angola, mas também reforça a importância da igualdade de género e do empoderamento feminino em todos os sectores da vida pública e privada", destacou.
Luísa Rogério apelou à divulgação e defesa dos direitos das mulheres, especialmente no contexto laboral, onde muitas vezes enfrentam condições desfavoráveis.
A responsável da CCE ressaltou a importância de se ampliar a consciencialização sobre as questões trabalhistas que impactam as mulheres, visando promover uma mudança significativa nesse cenário.
A profissão de jornalista em Angola, explicou, é extremamente desafiadora e repleta de riscos, sendo considerada uma das mais difíceis no país. "Para as mulheres, esses desafios podem ser ainda mais complicados, devido à natureza persistente e combativa das jornalistas, que se recusam a silenciar".
Luísa Rogério enfatizou a importância inegociável das liberdades, defendendo o papel crucial do jornalismo na promoção da liberdade de imprensa e na defesa dos valores constitucionais em Angola.
Além disso, defendeu que ser jornalista significa enfrentar diariamente o desafio de equilibrar as garantias constitucionais com a realidade prática do país, onde a liberdade de imprensa e outras liberdades fundamentais, muitas vezes, enfrentam obstáculos.
"Os jornalistas, especialmente, as jornalistas, são figuras persistentes que lutam diariamente contra as adversidades e trabalham num ambiente onde a autocensura pode representar uma ameaça real para aqueles que se recusam a se calar", defendeu.
Luísa Rogério destacou, com firmeza, a resiliência e a determinação das mulheres jornalistas em Angola, ressaltando a sua persistência diante dos desafios e a contribuição vital para a liberdade de expressão e informação no país.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginNeste mês dedicado à juventude, propusemo-nos trazer, à ribalta, parte da história de vida de mais um jovem angolano, que, fruto da sua determinação e resiliência, construiu um percurso empresarial digno de respeito, podendo ser, por isso, um exemplo a seguir para quem pretender trilhar os mesmos caminhos.
A Inspecção Geral do Trabalho (IGT) através da área de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho registou 46 acidentes fatais, de 2023 ao primeiro trimestre deste ano. As vítimas mortais foram registadas nos sectores da Construção Civil, Indústria, Comércio e Prestação de Serviços.
Angola vai participar, quarta-feira, 1 de Maio, Cabo Verde, na celebração dos 50 anos de libertação dos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal, símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa.