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Fazendas apostam forte na produção de milho

Fazendeiros do município de Cambambe, na província do Cuanza-Norte, estão apostados na produção de milho, em grande escala. Um exemplo desta evidência vem da fazenda Rogério Leal, na co-muna de São Pedro da Quilemba, que, com o milho colhido, produz fuba, que é ensacada no local.

30/04/2019  Última atualização 10H34
DR © Fotografia por: Fazendeiros produzem milho em quantidade

Com cerca de dez mil hectares, dos quais 1.200 unicamente virados para a produção de culturas de regadio, como milho e girassol, na fazenda colhem-se anualmente mais de 2.500 toneladas de milho, transformadas em fuba, numa maquinaria com capacidade de ensacar 1.200 sacos de 25 quilogramas por dia.
A fazenda Rogério Leal tem 67 trabalhadores nacionais e quatro expatriados, e, de acordo com o seu responsável, António Martins, o saco de fuba é vendido a sete mil Kwanzas. A fuba, acrescentou, é vendida principalmente nos mercados de Luanda, Luvu e Luanda-Norte.
Além da fuba, de acordo com António Martins, produz-se farelo e germe para a produção de ração, produtos vendidos aos criadores de porcos, galinhas e ou-
tros animais, a 25 Kwanzas o quilograma.
Ladeado pelo rio Lucala, a fazenda apostou igualmente na produção de palmar de espécie nova e fácil de produzir dendém em menos de um ano. Algumas plantas colocadas na terra, em princípios de 2018, já começaram a produzir os primeiros cachos. Actualmente existem 120 mudas da mesma espécie de palmeiras, que em breve serão plantadas num espaço de cinco mil hectares.

Perímetro irrigado

A produção de abacaxi, pe-pino, banana, laranja, limão e todo tipo de hortícola no perímetro irrigado do Mu-coso está aquém das expectativas e compromete todo um projecto que tinha tudo para dar certo, constatou o Jornal de Angola.
Actualmente, dos 500 hectares previstos para a produção das culturas referen-
ciadas, apenas 90 estão a ser utilizados. 100 hectares serão aproveitados para a horticultura e 100 estão a ser utilizados pela população.
O projecto está mais voltado ao abandono. A nossa reportagem constatou que as portas do escritório estão fechadas, com vestígios de que o mesmo encontra-se deste jeito há bastante tempo.
Inicialmente o projecto previa garantir 60 postos de trabalho a cidadãos nacionais e, durante a fase de comerci-alização, poderia aumentar-se a mão-de-obra, mas, actualmente, nem 20 funcionários existem.
Em 2013, depois da formação do grupo de técnicos que deveria trabalhar no projecto, assim como a electrificação do mesmo, espera-
va-se a todo o momento o aval da empresa SOPIR, que, em conjunto com a direcção local da Agricultura, deveriam gerir e dar arranque aos trabalhos, mas até aqui nada aconteceu, embora na altura, em matéria de infra-estruturas, o projecto estava totalmente concluído. O pólo agrícola do Mucoso ocupa uma área total equivalente a 16 mil hectares, mas apenas 500 hectares estão divididos em pequenas parcelas de três hectares para a produção de hortícolas e fruteiras, com sistemas de rega gota-a- gota e computarizado, bem como uma central de mistura de adubos, onde se previa a feitura de xaropes para alimentar as plantas.
O projecto, de índole central, está voltado ao abandono, dispondo de dez casas reabilitadas para os técnicos agrários, um pequeno laboratório, além de armazéns para produtos agrícolas, fertilizantes e outros meios técnicos.
“Este projecto precisa de um impulso do Ministério da Agricultura e de outros intervenientes. Vamos pressionar os principais intervenientes para que o mesmo ganhe vida”, disse o governador do Cuanza-Norte, Adriano Mendes de Carvalho.
Para o governador da província do Cuanza-Norte, um projecto desta envergadura bem aproveitado criaria muitos postos de trabalho para a juventude e ajudaria a província a atingir outro patamar no que à balança económica diz respeito.
Segundo Adriano Mendes de Carvalho, são receitas perdidas que muita falta fazem a todos e ao programa de combater à fome e à pobreza.
O governante não gostou de ver, também, os armazéns, maquinarias e estufas praticamente em estado de abandono. Existe no local um sis-
tema de aproveitamento de água, que poderia servir a população dos arredores e mesmo parte da cidade do Dondo, que está sem água.