Economia

Ministro destaca persistência como qualidade da cooperação

O ministro-adjunto e da Economia de Portugal manifestou-se impressionado com os níveis de produtividade e qualidade atingidos pela fábrica de processamento de enchidos da marca Valinho, de capitais portugueses, considerando que tal desempenho se deve a um trabalho de perseverança levado a cabo nas últimas duas décadas.

10/07/2019  Última atualização 07H51
João Gomes | Edições Novembro © Fotografia por: A unidade industrial Valinho localizada em Cacuaco tem sido uma mais-valia no mercado

Pedro Siza Vieira avançou essa opinião quando falava ao Jornal de Angola e à RTP, no final da visita que efectuou segunda-feira, à fábrica em referência, sita no bairro 17 de Setembro, na Nova Urbanização, município de Cacuaco. 

“Fiquei muito impressionado pelos resultados. É um trabalho de muita perseverança, de tentar aprofundar a presença em Angola, acrescentar valor àquilo que é a presença ao longo das últimas duas décadas e verticalizar a produção. É uma indústria agro-alimentar que trabalha com matérias-primas importadas, mas que cada vez mais quer integrar a cadeia de valores, comprando também o produto nacional”, afirmou o ministro português.
Pedro Siza Vieira acrescentou, que, no âmbito dessas relações, existe igualmente uma forte aposta na formação de recursos humanos, cujos resultados são extremamente encorajadores, dada a qualidade dos quadros daí advenientes.
“Temos também uma aposta muito importante na formação dos recursos humanos, que estão já extremamente qualificados e experimentados, com reconhecido contributo para o desenvolvimento de Angola”, realçou. O ministro-adjunto e da Economia de Portugal disse ainda que a sua presença em Angola também serve para dar um impulso ao contributo do seu Governo às indústrias portuguesas que trabalham em Angola.
“A minha presença aqui visa precisamente também trabalhar nesse sentido: por um lado, apoiar ao nível da assistência técnica o Governo de Angola na melhoria do ambiente de negócios e também no desenvolvimento de algumas competências próprias e naquilo que é o trabalho para o desenvolvimento e melhoria do ambiente em que as empresas podem trabalhar em Angola. Isso é uma parte do apoio que nós estamos a dar e que se vem intensificando nos últimos tempos”, declarou.
Por outro, revelou que tem estado a discutir com as autoridades angolanas alguns aspectos relacionados com as exportações de carnes para serem transformadas, que são a matéria-prima fundamental para a indústria de enchidos.
“Estamos a trabalhar na melhoria do financiamento às importações, que é um aspecto que tivemos também a oportunidade de discutir, que consiste em importar matérias-primas de Portugal, designadamente carnes para serem transformadas, bem como o desenvolvimento das capacidades financeiras para essas exportações, na medida em que Angola ainda vive algumas dificuldades em arranjar divisas para poder adquirir essas matérias”, clarificou Pedro Siza Vieira.

Cooperação técnica
Pedro Siza Vieira declarou ao Jornal de Angola que a sua vinda visa o aprofundamento dos instrumentos da cooperação técnica e financeira dos dois países, concretamente na área de investimentos e do comércio externo.
“Vou fazer mais uma reunião do observatório de investimento, em que os Governos português e angolano acompanham a evolução dos investimentos recíprocos e aprofundam os instrumentos de cooperação técnica e financeira, precisamente na área do investimento e do comércio externo. Essa será a maior componente da minha visita, para além da abertura da Filda, onde Portugal tem neste ano a maior representação estrangeira”, revelou o governante português.
Lembrou que, às vezes em momentos difíceis da economia de Angola, Portugal tem sido um parceiro sempre presente e leal na procura de soluções para ultrapassar a crise dos angolanos.
Em relação aos protocolos que têm vindo a ser assinados na sua área de responsabilidade nos últimos tempos, o ministro-adjunto português recordou que existe muito trabalho feito em matéria de cooperação e de assistência técnica.
“Na minha área, temos muito trabalho feito em matéria de cooperação técnica e de assistência técnica”, afirmou, apontando as ligações da Agência de Investimento Privado de Apoio às Exportações (AIPEX) com a sua congénere portuguesa, AICEP, e a nível dos institutos públicos de apoio ao turismo.