Em Angola, como em muitos países do mundo, o 1º de Maio é feriado nacional e costuma ser celebrado com marchas e comícios, em que se fazem discursos reivindicativos de direitos dos trabalhadores. Não é uma data qualquer.
Hoje, a nossa Nação e, particularmente, a comunidade jurídica assinala um ano da entrada em funções dos juízes de garantias, magistrado com dignidade constitucional que, entre nós, passou desde 2 de Maio de 2023 a ter a responsabilidade de salvaguardar os direitos individuais de qualquer pessoa alvo de investigação por um suposto acto criminal derivado da sua conduta.
Os Monumentos e Sítios, cujo Dia Internacional assinala-se, anualmente, a 18 de Abril, são activos da história e identidade dos povos, que devem ser preservados e valorizados como parte indissociável da memória colectiva das sociedades.
Normalmente erguidos para a comemoração de um evento ou em homenagem a personalidades que se destacaram no mundo da política, das artes, dos desportos e outros segmentos da sociedade, os monumentos históricos enquadram-se nas estruturas que fazem parte da cultura de uma nação.
É reconhecido o sentido evolutivo da vida. Porém, este processo natural impõe a necessidade de ser lançado, sempre, um olhar para trás, exercício circunscrito na leitura do passado, visando a construção do futuro, com base sólida no que representa a identidade real dos povos e o seu património, em que se enquadram os Monumentos e Sítios.
Neste ano, a data é celebrada sob o tema "Catástrofes e conflitos à luz da Carta de Veneza”. A escolha do tema, mais do que assertiva, convida as nações ao exercício de uma jornada reflexiva sobre a subida da escalada de conflitos armados em várias partes do Mundo, responsáveis pela destruição de parte do património cultural partilhado, sinómino da insensibilidade humana.
Um recuo no tempo até ao ano de 2017, recorda-nos a revelação feita pela então ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, de que "Angola tinha um total de 265 monumentos e sítios classificados, e mais de duas mil áreas inventariadas, muitas em avançado estado de degradação”. Não constam, nos dias que correm, notícias de ter havido uma evolução para a escala positiva, realidade que faz emergir a existência de uma consciência para a necessidade de reconstrução das referidas infra - estruturas, sobretudo nesta fase que se apregoa alavancar a actividade turística, na perspectiva do usufruto de todas as valências dela advenientes.
Na mesma linha de pensamento podem ser estabelecidos programas de parcerias público-privadas que, em termos concretos e primários, resultariam na requalificação e manutenção dos referidos equipamentos e, a posterior, a redifinição da sua utilidade, preservando sempre o sentido de riqueza patrimonial de Angola, conforme aconteceu com o Palácio de Ferro, numa iniciativa da Fundação Sindika Dokolo.
É bom que o exemplo do Palácio de Ferro sirva de incentivo para a elaboração de um plano de recuperção dos monumentos e sítios nacionais, nos quais se enquadra o Marco Histórico do 4 de Fevereiro, que apresenta uma cara sofrida, com muitas das placas informativas roubadas, capim por quase todos os cantos, cenário que em nada dignifica o seu valor para a História de Angola, por quem muitos dos heróis do 4 de Fevereiro verteram o precioso sangue.
Defendemos, igualmente, um olhar especial aos monumentos de índole religiosa, vista a igreja como a reserva moral da sociedade, no quadro da invasão que o mundo está exposto, alicerçada na revolução tecnológica que cada vez mais adquire capacidade de agredir até mesmo a memória colectiva de um povo.
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