Em entrevista ao Jornal de Angola, a Subcomissária Teresa Márcia, 2ª Comandante Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), que atende a área Operativa, falou sobre a operacionalidade e a actuação deste órgão do Ministério do Interior responsável pela salvaguarda da vida dos cidadãos e seus bens patrimoniais.E como não podia deixar de ser, falou do seu sonho antigo e concretizado de ser bombeira e dos desafios que as mulheres enfrentam nessa nobre profissão
A ministra das Finanças chefiou uma delegação angolana que participou, desde segunda-feira passada até domingo, em Washington, nas reuniões de Primeira do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Rádio Nacional e ao Jornal de Angola, Vera Daves de Sousa fez um balanço positivo das reuniões – oitenta, no total –, sendo que, numa delas, desafiou a Cooperação Financeira Internacional (IFC) a ser mais agressiva e ousada na sua actuação no mercado angolano. O vice-presidente da IFC respondeu prontamente ao desafio, dizendo que até está a contar ter um representante somente focado em Angola e não mais a partilhar atenção com outros países vizinhos na condução local do escritório do IFC. Siga a entrevista.
O infarto agudo do miocárdio é uma doença associada ao envelhecimento. Assim sendo, ao atingir a terceira idade, o cidadão tem maior possibilidade de sofrer um infarto. Dados da Organização Mundial de Saúde revelam que a cada ano 17,1 milhões de indivíduos morrem devido a doenças cardiovasculares. Dentre os 20 milhões de indivíduos que sofrem de doenças cardíacas, aproximadamente 12 milhões são vítimas fatais do infarto agudo do miocárdio. Ao Jornal de Angola, o cirurgião cardiovascular Valdano Manuel fala um pouco da doença e dá conselhos sobre como a podemos evitar.
O que é o miocárdio?
O miocárdio é o músculo do coração responsável por bombear o sangue para o resto do corpo. Para que o coração funcione correctamente, necessita do sangue rico em oxigénio e nutrientes provenientes das artérias coronárias.
O
que é o infarto agudo do miocárdio?
O infarto agudo do miocárdio, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco, é a ausência de irrigação sanguínea no miocárdio, ou seja, ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída por um coágulo. Essa obstrução provoca a falta de oxigénio e nutrientes, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco deixe de funcionar.
Existe
diferença entre infarto agudo do miocárdio e a hipertensão arterial?
Sim. A hipertensão, ou pressão alta como é popularmente conhecida, é uma das grandes causas do infarto agudo do miocárdio, por sua característica de constante elevação dos valores de pressão arterial, aumentando desproporcionalmente o trabalho realizado pelo coração. É preciso saber que a hipertensão arterial não tratada aumenta o risco de uma pessoa desenvolver doenças cardíacas, como a insuficiência cardíaca, o ataque cardíaco ou morte cardíaca súbita, insuficiência renal ou acidente vascular cerebral em uma idade precoce.
Como
podemos identificar um possível sinal de infarto?
O principal sintoma do infarto agudo do miocárdio é a dor ou desconforto na região peitoral. Ou seja, o paciente tem uma dor intensa no tórax, e pode estender-se até às costas, pescoço, braço esquerdo e estômago. Associado a isso, o paciente pode ter falta de ar, cansaço e por conta disso, começar a transpirar. A sensação é de morte. O infarto pode acontecer a qualquer momento, por exemplo, a pessoa está a dormir e de repente sente uma dor absurda e insuportável no peito, conforme muitos pacientes descrevem
Quando há uma dor intensa no tórax, deve-se consultar um médico. O indivíduo deve dirigir-se imediatamente a um banco de urgência de uma unidade hospitalar. Só no contacto com o profissional de saúde e depois do electrocardiograma, vai ser possível determinar até que ponto a dor está relacionada com um possível enfarte agudo de miocárdio.
Os
braços ou pernas a prenderem é sinal de risco?
Ter os braços ou pernas a prenderem não constitui sinal de risco, porém, pode estar relacionada com o sistema nervoso central do paciente.
Quais
são as causas do infarto de miocárdio?
Não existe uma única causa para que ocorra o infarto do miocárdio, ou seja, a formação das placas que fecham a artéria pode ser causada por vários motivos. Assim sendo, o infarto surge quando a artéria está fechada. Mas existem os chamados factores de risco, como a hipertensão arterial, a idade, alterações hormonais, diabetes, consumo de drogas e excesso de bebidas alcoólicas.
A
genética pode influenciar o aparecimento de um infarto?
A genética também pode influenciar o aparecimento de um infarto agudo do miocárdio, uma vez que quem tem histórico familiar de enfarte, também corre o risco de sofrer da mesma doença.
O infarto agudo do miocárdio é uma doença associada, igualmente, ao envelhecimento. Assim sendo, ao atingir a terceira idade o cidadão tem maior possibilidade de sofrer um infarto.
O
aumento ou diminuição da pressão arterial aumenta o risco de apanhar um
enfarte?
Sim, sobretudo o aumento, pelo que, para essa situação, a hipertensão arterial acaba por ser mais grave do que a pressão baixa.
Actualmente,
os médicos aconselham a fazer exercícios, mas tal prática, às vezes, chega a
ser difícil para quem vive numa cidade agitada como Luanda e trabalha em tempo
integral. Existe algo mais que a pessoa possa fazer para prevenir de um
enfarte?
Embora as doenças cardiovasculares não tenham uma causa específica, é recomendável a realização de actividades físicas.
O
infarto do miocárdio é 100 por cento mortal?
Sim, o infarto do miocárdio pode levar à morte. Realçar que, as doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte no mundo, depois das doenças em consequência de traumatismos (acidentes). Aproximadamente 70 milhões cidadãos, na fase do envelhecimento, morrem por ano, no mundo, em consequência de um enfarte de miocárdio.
Médico aconselha a realização regular de exames
Para o especialista, os cidadãos acima dos 40 anos devem consultar o cardiologista pelo menos uma vez ao ano, durante o encontro é realizado um conjunto de análises e exames clínicos. "Os resultados desta avaliação permitem determinar se a pessoa apresenta factores de risco para um infarto do miocárdio”.
A principal recomendação, explicou, é para aqueles que fazem parte do grupo de risco. "Estes devem consultar o médico com regularidade”, adiantou, além de explicar que não existe uma idade própria para começar a realizar os exames. "É uma questão que está muito relacionada ao factor de risco. Porém, o ideal é que todo cidadão consulte o médico pelo menos uma vez ao ano”.
O cirurgião cardiovascular esclareceu ainda que não existe uma forma das pessoas saberem, por diagnóstico próprio, se têm ou não a doença. A avaliação caseira, reforçou, não é eficiente nestes casos. "A avaliação adequada é feita no hospital, onde realiza-se o exame de electrocardiograma, de sangue e outros procedimentos, que vão permitir ao profissional de Saúde definir a melhor estratégia para o tratamento”.
Valdano Manuel reconheceu que os exames são muito caros, mas informou que o Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, onde trabalha, realiza a custo zero. Porém, explicou que o hospital só recebe o paciente que já foi avaliado numa outra unidade hospitalar de menor complexidade. "Normalmente é feito o contacto institucional entre as instituições de saúde para a autorização da entrada do paciente neste hospital”.
Tratamento
O tratamento do infarto do miocárdio depende da gravidade do paciente. O cirurgião cardiovascular disse que existem pacientes leves e outros mais graves, por isso, o desenvolvimento da doença é determinado através de um electrocardiograma.
"Os pacientes mais graves sofrem uma intervenção cirúrgica, um procedimento para desobstruir as artérias”, acrescentou, além de criticar que, geralmente, 50 por cento dos pacientes recorrem ao hospital já na fase mais crítica da doença. "Temos que mudar este quadro, porque devido à condição clínica do paciente, o risco de óbito é maior”.
O Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, revelou, atende, por semana, três a quatro pacientes vítimas de infarto do miocárdio. "O hospital realiza uma cirurgia por semana aos pacientes com doenças nas artérias do coração. Mas, as cirurgias com peito aberto ou fechado fizemos duas a três vezes por semana”, contou.
Devemos evitar alimentos gordurosos, reduzir a quantidade de consumo do sal e fritos. Optar, porém, pela ingestão de vegetais ou verduras.
Que
alimentos sugere, inclusive para quem não tem uma boa condição financeira?
Entre os principais alimentos que fazem bem ao coração está a aveia, é um tipo de cereal que colabora com a redução do "mau” colesterol e o aumento das taxas do "bom” colesterol, por ser rico em fibras, vitaminas e minerais. Além disso, é bom usar o azeite de oliva, outro alimento que é amigo da saúde do coração, comer mais peixes, uvas ou mesmo o sumo de uva integral, frutas vermelhas, soja, chocolate amargo, maçã e alimentos com fibra solúvel”.
Mito ou verdade?
A doença acomete mais homens do que mulheres?
Sim, o infarto do miocárdio afecta mais os homens em relação às mulheres.
Há
alguma razão em especial para que tal aconteça?
Existem factores genéticos. Outro detalhe é o facto de os homens cuidarem menos da saúde do que as mulheres.
Levar
uma vida regrada pode minimizar o
problema?
Ao levar uma vida regrada o cidadão pode diminuir as possibilidades de apanhar um infarto.
Sensibilização
A nível do Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, destacou, logo à porta de entrada, é realizado, todos os sábados, um programa de saúde, onde se mede a pressão arterial da população interessada.
De acordo com o médico, é uma forma de identificar os hipertensos que são aconselhados a consultar um cardiologista para o seu seguimento. Devido ao nível de stress que vive o habitante da capital, Valdano Manuel disse que o complexo recebe pacientes de todas partes do país, mas a província de Luanda continua a liderar pela proximidade e disponibilidade dos recursos para o diagnóstico da doença.
Caso alguém esteja com sintomas de um infarto, disse, a única solução é levá-lo imediatamente ao banco de urgência de uma unidade hospitalar para os primeiros cuidados. "Fora isso, não há nada que se faça em casa”.
Um cidadão que já tenha tido problemas cardíacos, explicou, pode levar uma vida normal, em especial aqueles que tiveram um infarto em algum momento e foram devidamente tratados. "Estes podem voltar à vida normal a 100 por cento. Porém, o infarto do miocárdio pode não causar a morte do paciente, mas aquele que não foi bem tratado, desenvolve algumas sequelas, sendo uma delas a paralisação de uma das partes do coração”, destacou, adiantando que um dos sintomas é sentir dor no coração, cansaço e desenvolve insuficiência renal.
O infarto, garantiu, pode ser prevenido com a adopção de um estilo de vida saudável e controlo de factores de risco.
"Devemos cuidar da alimentação. Actualmente, a maior causa de infarto é a aterosclerose. É preciso também realizar mais exercícios físicos, abandonar o tabagismo, ir mais vezes ao médico, fazer o controlo da hipertensão, do colesterol, das diabetes e do peso”, apelou.
Outro cuidado, recomendou, é com muitos dos comprimidos receitados para o tratamento de algumas patologias. "Existem vários comprimidos que podem afectar o coração, sobretudo a medicação para o cancro. Os pacientes com cancro fazem parte do grupo de risco para o infarto do miocárdio”.
Dúvidas comuns dos
leitores
• Doutor, é verdade que caso eu coma pão com manteiga, a solução para reduzir a gordura é tomar chá quente?
Paulo - Zango
• Se eu for hipertenso, o meu exercício físico requer o acompanhamento de um especialista?
Alexandrina - Samba
• É possível os filhos herdarem algumas doenças do coração, caso o pai ou a mãe tenham?
Ailton António - Viana
• Depois de ter tido um infarto, ou no caso de ser hipertenso, não posso mais praticar sexo?
Domingos - Zango
• Eu ronco. Será que tenho mais possibilidades de sofrer um infarto? Li algo sobre isso na Internet.
André
- Estalagem
Perfil
Valdano Manuel
Profissão: Médico/Cirurgião cardiovascular
Função: Chefe dos Serviços cardiovascular e tórax do Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento
Formação: Medicina,na Universidade Jean Piaget
Especialidade: Cirurgia Geral, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/Brasil
Pós-graduação: Instituto do Coração, em Portugal
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LoginKaissara é um poço de revelações quase inesgotável, como a seguir verão ao longo desta conversa, em que aponta os caminhos para um futuro mais consequente da modalidade; avalia o presente das políticas adoptadas sobre a massificação e formação. Mostra-se convicto de que o país pode, sim, continuar a ser a maior potência africana do Hóquei em Patins
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