Economia

Feira Agro-Pecuária vai encerrar hoje no centro logístico da Quibala

Adilson de Carvalho, e Casimiro José|Quibala

Jornalistas

O terceiro e último dia da I edição da Feira Agro-Pecuária do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC), hoje, na Quibala, vai ser marcado com a atribuição de distinções de mérito a alguns dos 126 expositores provenientes de seis províncias do país.

30/03/2024  Última atualização 07H45
Secretário de Estado para a Pecuária, João da Cunha, no acto oficial da abertura da Feira © Fotografia por: Casimiro José | Edições Novembro | Quibala
A organização levou para o Centro de Logística e de Distribuição (CLOD) do município da Quibala, produtores da anfitriã Cuanza-Sul, do Cuanza-Norte, de Malanje, do Bié, do Huambo e da Huíla, seis províncias em que o projecto está a ser desenvolvido nessa fase.

Na quinta-feira (28), no discurso de abertura da feira, o secretário de Estado para a Pecuária, João Manuel Bartolomeu da Cunha, disse que o Executivo preconiza fomentar a produção agro-alimentar como forma de criar condições para a produção em grande escala de produtos agrícolas.

Esta solução é vista como a garantia de segurança alimentar no seio das populações e também para a redução das importações de produtos alimentares.

O governante realçou que em função dos resultados satisfatórios obtidos, através do PDAC e reflectidos nas exposições da feira, remete-se ao Ministério da Agricultura e Florestas a continuidade de mobilização de recursos financeiros para novos programas e projectos direccionados à produção de alimentos.

"O Ministério da Agricultura e Florestas vai continuar a mobilizar recursos financeiros capazes de apoiar o sector produtivo nacional, através de projectos e programas, como premissa para aumentar a produção agro-alimentar, visando, não só  combater a fome e a pobreza, mas também para a redução sistemática das importações”, afirmou.

João da Cunha entende que a realização desta primeira edição da Feira Agro-Pecuária do PDAC seja uma oportunidade para troca de experiência entre os expositores e também uma  bolsa de valores de negociação futura de mercadorias. Reiterou que, no intuito de desenvolver e fortalecer o sector empresarial agrícola, o Executivo angolano, com apoio do Banco Mundial e da Agência Francesa de Desenvolvimento decidiu operacionalizar esse projecto de apoio à agricultura comercial com o objectivo de aumentar a produção e a produtividade de culturas como o milho, arroz, tubérculos, ovos e aves, visando combater a fome e a pobreza.

O secretário de Estado para a Pecuária, João da Cunha, esteve no corte da fita inaugural do evento ladeado da vice-governadora para o Sector Político, Social e Económico, Emília Tchinawalile, e outros membros do Governo Provincial do Cuanza-Sul.

Mostra das potencialidades

O coordenador nacional do  PDAC, Estévão Chaves, referiu que o projecto está a marcar um diferencial no agronegócio em Angola, no quadro da estratégia de promoção da produção agro-alimentar interna.

"A participação na Feira do PDAC de mais de uma centena de expositores, entre produtores e prestadores de serviços, é uma boa razão para dizermos que se está a promover  uma  inovação de produtos alimentares em grande escala”, disse.

Disse que os expositores apoiados pelo PDAC vieram em força, fruto dos resultados obtidos dos créditos efectuados.

Entre os expositores, estão empresas de produção de bens agro-pecuários e aves, fornecedores de equipamentos agrícolas, preparadores de terras, promotores de rega, empresas fornecedoras de insumos, pesticidas, fertilizantes e agentes comerciais ligados ao comércio rural, todos financiados pelo PDAC.

Quanto ao alcance, Estévão Chaves fez saber que a feira vai apresentar as potencialidades dos beneficiários do PDAC, proporcionar um ambiente de negócio e partilha de experiências entre os produtores das seis províncias onde actua o projecto, facilitar o escoamento dos produtos agro-pecuários, proporcionar maior proximidade entre a banca, segurados e beneficiários do projecto e criar alianças entre compradores e produtores, promovendo contratos de compras futuras.

É entendimento dos organizadores que além do alcance económico, a realização da feira contribui para melhorar o volume de negócios entre os expositores, um espaço que produtores e prestadores de serviços afectos ao PDAC possam estabelecer contactos e criar maior lucidez por parte dos proponentes sobre o funcionamento da banca e do Fundo de Garantia de Crédito.

Visão do Governo

A vice-governadora para o Sector Político, Social e Económico, Emília Tchinawalile, considerou a realização da Feira Agro-Pecuária do PDAC razão suficiente para a província do Cuanza-Sul cimentar o desejo de vir a ser a capital da agricultura em Angola.

"A realização do certame na nossa província rejuvenesce as nossas aspirações de a província poder ser a capital da agricultura em Angola, a julgar pelo contributo no abastecimento dos produtos alimentares a nível nacional”, afirmou.

Emília Tchinawalile reiterou que com as potencialidades em solos aráveis, água e clima propício para várias culturas, a província do Cuanza-Sul constitui-se num manancial de oportunidades ao investimento privado, no ramo agrícola, principalmente, por ter infra-estruturas que garantem a realização de feiras sectoriais.

"A província do Cuanza-Sul, além de apresentar o maior volume dos produtos no quadro do PDAC, tem ainda a primazia de possuir infra-estruturas capazes de albergar eventos de grande valor”, disse.

PDAC avalia desembolso para 165 solicitações

A representante do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC) no Cuanza-Sul, Margarida de Almeida, fez saber que, desde o início da implementação do PDAC na província, foram, até aqui, recepcionados 165 planos de negócio, tendo sido financiados 31.

Margarida de Almeida reconheceu que todos os planos financiados estão a responder às exigências do projecto.

A feira está a ser promovida pelo Ministério da Agricultura e Florestas em parceria com o Ministério da Indústria e Comércio e o Governo Provincial do Cuanza-Sul.

O certame de três dias, abriu na quinta-feira e encerra hoje, sábado. Estão expostos uma gama de produtos como milho, soja, arroz, feijão, batata doce e rena, mandioca, amendoim, café, aves, máquinas e suplementos agrícolas, insumos, produtos bancários e de crédito. Há também produtos processados, serviços de análise de solos, café e  milho, e a preparação de terras.

Além da exposição de produtos agro-pecuários, o CLOD oferece outros atractivos como restaurantes, actividades músico-culturais e outros.

O acto de abertura foi ainda marcado pela assinatura de um Memorando de Entendimento entre o Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC) e o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA). As instituições estiveram representadas pelo coordenador nacional do PDAC, Estévão Chaves, e o administrador Executivo do BDA, Bonifácio Sissa.

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