Para além da entrega de um certificado de mérito, declarações de apreço e amizade foram proferidas por vários convidados durante o almoço de despedida ao diplomata, acolhido no Centro Cultural Dr. António Agostinho Neto, em Luanda. O acto contou com as presenças dos embaixadores de Cuba, Palestina e Sérvia, bem como de figuras distintas do país na área da política e cultura. Amarildo Conceição disse que o almoço serviu para honrar a estadia do embaixador e renovar os laços de amizade.

"O embaixador esteve connosco em todos os momentos, não poderíamos deixar de fazer esta singela homenagem por tudo que ele já fez por nós e a todos angolanos, mostrando ser um verdadeiro homem de cultura. Teremos saudades, por isso achamos melhor fazer essa recordação profunda para marcar a sua estadia no país”, explicou.

Emocionado pela homenagem, Marlon Labrador disse que foi uma grande honra partilhar vários momentos com os angolanos e que guardará para sempre na sua memória.

"Levo comigo as melhores recordações e o compromisso de continuar a trabalhar em outras instâncias pelo reforço da cooperação cultural com o povo angolano”, prometeu.

O diplomata considerou positiva a sua estadia, justificando que fez um grande esforço para os laços de cooperação em diversos domínios, respectivamente cultural, social e na educação.

 Amigo da Orquestra Camerata

Uma das marcas da missão de Marlon Labrador na cultura angolana é sua a relação elogiada ligação com instituições como a Orquestra Camerata de Luanda, o Ateliê Lungemomono, o Memorial Dr. António Agostinho Neto e a Fundação Dr. António Agostinho Neto, às quais prestou o seu saber em vários projectos.

Quanto à partilha de experiência dentro do movimento das orquestras nacionais, disse que o seu país tem muito a dar, visto que a Venezuela possui a maior Orquestra Mundial de Música Erudita, além do conhecido projecto El Sistema, que reúne mais de um milhão e cem mil meninos e meninas que fazem parte de todos os territórios do mundo, através de um. El Sistema é um modelo didáctico musical, idealizado e criado na Venezuela por José Antonio Abreu, que consiste em um sistema de educação musical pública e difuso, com acesso livre para crianças e jovens adultos de todas as camadas sociais.

"Muitas das orquestras em África que gostam de trabalhar no domínio da música clássica olham para a Venezuela como um exemplo. Portanto, o acordo com alguma orquestras de Angola, assinado em Outubro do ano passado, é positivo, porque conseguimos atingir um patamar importante neste domínio que pretendemos reforçar”, sublinhou.

Um dos convidados ao almoço, o nacionalista Fernando Jaime disse que em curto espaço de tempo o diplomata encantou  os corações dos angolanos sem muito esforço.

Fernando Jaime reconheceu em Marlon Labrador um excelente político e um grande ser humano.

Para a representante da Liga Angolana de Amizade e Solidariedade com os Povos (LAASP), Elisa Salvador, o anúncio do fim da missão de Marlon Labrador a "deixou de coração partido”, tendo agradecido ao embaixador por partilhar várias experiências e por lhe ter motivado a ser uma mulher resiliente.

Maria Nganga, angolana que fez a sua formação superior na Venezuela, realçou que o embaixador sempre procurou proporcionar bons momentos.

"Nunca deixou de acompanhar a cultura nacional, principalmente no desenvolvimento dos nossos músicos. Portanto, deixará um grande vazio, mas ficámos com boas memórias”, manifestou.

Para animar o encontro foram interpretados vários temas do cancioneiro angolano pelo tenor Emanuel Mendes, acompanhado pelo guitarrista Max de Jesus e o poeta Tatório Kahólo, que protagonizou um recital de poesia. O embaixador Marlon Labrador foi igualmente homenageado no dia 30 de Março, numa iniciativa do Memorial Dr. António Agostinho Neto. A homenagem teve uma actuação especial da Orquestra Camerata de Luanda, que concebeu um concerto dedicado ao fundador do projecto El Sistema.