“Rosa Baila”, “Chikitita”, “Perdão”, dentre outros sucessos que marcam o percurso artístico de Eduardo Paím, serão apresentados amanhã, a partir das 19h30, no concerto comemorativo aos 60 anos natalícios do cantor e produtor.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
Artistas e agentes culturais mostraram-se profundamente abalados, com a morte do conceituado músico Justino Handanga, vítima de doença, aos 56 anos, ocorrida no Complexo Hospitalar Cardiopulmonar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, na segunda-feira, de onde havia sido transferido na semana passada.
O director da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Jeremias Piedade Chissanga disse que a morte de Justino Handanga constitui uma perda irreparável para a cultura nacional e para toda a família do Huambo, porque foi "um bom patriota”, valorizador, promotor e divulgador da cultura angolana, através da música.
Jeremias Piedade disse que Justino Handanga foi um conservador do cancioneiro da região umbundu e por isso, merece uma grande homenagem pela população local. O seu corpo vai ser velado no pavilhão Serra Van-Dúnem e o funeral acontece no município do Bailundo, segundo o pedido da família.
Jeremias Piedade disse que o cantor vai ser sempre lembrado, através das suas obras que o tornaram bastante popular a nível nacional e internacional. "Muitas pessoas se reviam nas suas canções. O malogrado trabalhou muito para a divulgação da cultura local, contribuiu na internacionalização da música cantada em língua nacional umbundu.”
O músico Bessa Teixeira, amigo e colega, destacou as qualidades e sentido de humor de Justino Handanga. "Ele foi um grande irmão com quem partilhei os palcos nos bons e maus momentos. Hoje, o Huambo está em luto, com a morte deste monstro da música angolana. Para mim, Justino Handanga faz parte da lista dos melhores cantores de África”, afirmou Bessa Teixeira.
Handanga, referiu, representou muito bem a cultura local. "Não é coisa fácil quem canta em umbundu romper as fronteiras internacionais e conquistar o mundo”, sustentou.
Bessa Teixeira explicou que estava muito ligado ao malogrado, por isso, a sua ausência "constitui uma separação dolorosa e deixou um grande legado que precisa ser melhor preservado e valorizado”, uma vez que ele era muito presente na vida dos seus amigos.
Figura como o malogrado, referiu, é rara no contexto musical. "Dar o adeus ao Justino Handanga não é só lacrimejar, mas sim manter o seu legado vivo e tudo vai ser feito para que se faça uma merecida homenagem aos seus feitos.”
Projecto
discográfico sem
conclusão
Justino Handanga, frisou, morre numa altura em que preparava o próximo disco com garantia de patrocínio da Arca Velha, de Matias Damásio e se as músicas já estiverem gravadas, esperamos que vai ser uma grande homenagem ao malogrado e acredito que o seu filho Florêncio Handanga possa fazer o acompanhamento deste projecto.
A cantora Edna Mateia que também partilhou várias vezes o palco com o malogrado, disse ter perdido a sua principal referência musical. "Apesar de sabermos que Justino Handanga estava doente, pensávamos que deveria vencer mais uma vez esta crise de diabetes, mas, infelizmente, desistiu de lutar”, lamentou.
Matias Damásio partilhou ontem no seu perfil do Instagram, um vídeo onde surgem os dois músicos em palco no "Especial Fim de Ano” 2023, a cantarem o grande sucesso "Paulina”, num espectáculo que aconteceu a 29 de Dezembro, no Centro de Convenções de Talatona (CCTA), em Luanda. Na mensagem o músico diz o seguinte: "que dor e sofrimento meu irmão, não foi esse o combinado”, lamentou, continuando "Infelizmente não gravámos nada. Tínhamos combinado começar a trabalhar em Abril”, lamentou.
Autor
do sucesso "Paulina” influenciou gerações em Benguela
Vários músicos e membros da sociedade civil em Benguela, mostraram-se consternados com o falecimento do músico Justino Handanga, ocorrido segunda-feira em Luanda, por doença.
Para o delegado provincial da União Nacional de Artistas e Compositores - Sociedade de Autores (UNAC-SA), Linho Neves, Justino Handanga, soube por meio da música e da transmissão de conhecimentos sobre a cultura local, revolucionar os diversos aspectos culturais, fazendo com que despontassem vários autores.
Para o representante da classe artística local, Handanga foi a todos os níveis, uma figura que "soube abrir caminhos para várias iniciativas culturais e artísticas, que acabaram por indicar o progresso político, social e cultural do país.”
No espaço da Oficina Artesanal, junto à Praia Morena foi aberto o livro de condolências, de modo a permitir aos amigos, amantes da música, artistas e a sociedade em geral, manifestarem o último adeus ao "astro da música angolana”. Desde segunda-feira que a UNAC-SA local tem promovido um sarau cultural, em sua memória, onde várias músicas do malogrado são tocadas.
Em Benguela, a direcção da UNAC-SA, está a receber várias mensagens de condolências, quer sejam de pessoas, individuais ou colectivas, a manifestarem a dor pela perda do músico, cujas recordações vão permanecer por todo o tempo.
Outro cidadão que lamenta a morte do artista, é o docente universitário Agostinho Gabriel, um dos grandes apreciadores das músicas de Justino Handanga. "As suas canções tornaram-se referência de desenvolvimento cultural”, afirmou.
Já o músico Mendes Brada, do Lobito, lembra dos momentos partilhados com Justino Handanga. "Tive várias vezes com o músico no mesmo palco e aprendi muito porque sempre esteve disponível a trocar ideias com os mais novos”.
O artista plástico Guilherme Kaniaki recordou os momentos áureos que partilhou com o malogrado. O antigo colega de Justino Handanga nas extintas FAPLA, disse que o país contou com os seus préstimos na promoção das músicas.
Guilherme Kaniaki disse que a morte de Justino Handanga deixa qualquer fazedor das artes triste e preocupado, visto que "nós que éramos artistas nas FAPLA, sobretudo, músicos, ficamos poucos”.
O promotor de eventos culturais, pesquisador e membro da sociedade civil, Graciano Catumbela, referiu que Benguela era também uma casa de Justino Handanga, pelas constantes presenças em inúmeros concertos musicais públicos e privados.
"Músico
de estilo popular”
O governador provincial de Luanda (GPL), Manuel Homem, manifestou, na capital do país, as suas condolências à família, pelo passamento físico do músico, Justino Handanga, ocorrido, no Complexo Hospitalar de Doenças Cárdio-Pulmonar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, aos 56 anos, vítima de doença.
O governante destacou as qualidades do músico de estilo popular. "A cultura nacional fica cada vez mais pobre. Justino Handanga é um reflexo da nossa história. Um músico do Planalto Central que atingiu o mundo. É, de facto, uma perda e endereçamos à família enlutada os nossos sentimentos de pesar”, disse o governante.
Estácio
Camassete, Maximiano
Filipe, Alice André e
António Cristóvão
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