O Governo angolano está, neste momento, a desenvolver uma iniciativa que tem por objectivo dinamizar a concessão de crédito às Micro, Pequenas e Médias Empresas nacionais, com a perspectiva de 30 por cento vir a beneficiar projectos executados por mulheres.
Os indicadores mais recentes sobre o emprego no sector bancário, de seguros e mercado de capitais angolano estimam que mais de oito mil mulheres estão em serviço efectivo nestas três áreas do segmento das Finanças.
A maioria está na banca, seguindo-se os seguros e o mercado de capitais, nessa ordem.
Dados de um seminário realizado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), em 2023, estimavam que o sector bancário absorvia grande parte dos colaboradores do sistema financeiro, e que, por efeito directo, a maioria eram mulheres. Contabilizaram-se, na ocasião, 7.746 mulheres na banca, 356 nos seguros e 156 no mercado de capitais.
"Na medida em que há mais mulheres com a possibilidade de aprenderem e de porem em prática os seus conhecimentos, enfrentando menos estereótipos e preconceitos, também há mais mulheres no exercício de profissões que antes lhes estavam vedadas, frontal ou subtilmente, e onde hoje têm as mais altas responsabilidades e com uma performance assinalável”, disse na altura a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa.
Nos seus 29 pontos do discurso de encerramento, a ministra das Finanças de Angola, já eleita como "Melhor Ministra das Finanças de África” e conta ainda com várias outras distinções de organizações internacionais lembrou que o conhecimento, a experiência, os valores, o saber fazer e o respeito pelas leis não têm, nem devem ter, raça, etnia, género ou qualquer outro tipo de discriminação. São princípios inegociáveis sob os quais devemos fundar a cidadania e a construção de uma Angola para todas e todos nós.
"É justo dizer, a este propósito, que o sistema financeiro está entre os mais igualitários na nossa sociedade, na dimensão do seu capital humano. As instituições financeiras bancárias e não-bancárias contratam mulheres e não há qualquer registo de que o façam sob qualquer reserva”, disse.
Naquela altura, há quase um ano, Vera Daves de Sousa desafiou para que "as evocações que são feitas às mulheres durante o mês de Março, em Angola, não podem nem devem circunscrever-se, apenas, a flores e palavras bonitas, que são sempre bem-vindas, mas devem, igualmente, contribuir para derrubar tabus e barreiras culturais”.
"Na verdade, o equilíbrio de que as mulheres precisam para viver naturalmente com estas situações depende, no essencial, da educação da sociedade para a igualdade e a responsabilidade familiar”, reafirmou a ministra Vera Daves de Sousa.
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