Pelo menos 21 pessoas morreram na sequência de um naufrágio que ocorreu no Rio Lufira, na zona sudeste da República Democrática do Congo (RDC), tendo 11 dos passageiros conseguido salvar-se, noticia hoje a agência espanhola EFE.
A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
A Cruz Vermelha Internacional pediu, segunda-feira, 50 milhões de francos suíços (52 milhões de euros) para ajudar 500 mil pessoas deslocadas na República Democrática do Congo (RDC), apelando à comunidade internacional para continuar a acompanhar a situação no Leste RDC.
"Na RDC, há uma escalada alarmante da violência no Kivu do Norte, mas também na província do Kivu do Sul”, afirmou Pierre Kremer, director regional adjunto da Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV), no regresso de uma missão no terreno.
Depois de oito anos pouco activo, o M23 (Movimento 23 de Março”), um grupo rebelde predominantemente de etnia tutsi, voltou a pegar em armas, no final de 2021 e, com o alegado apoio do exército rwandês, apoderou-se de vastas áreas do Kivu do Norte, ao ponto de cortar todas as vias de acesso terrestre a Goma, no início de Fevereiro, excepto a ligação à fronteira rwandesa.
Na quarta-feira, após dois dias de combates, os rebeldes do M23 tomaram o controlo de várias localidades do território de Rutshuru, incluindo a cidade de Nyanzale, provocando a fuga de mais de 100 mil pessoas das suas casas, segundo o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
Pierre Kremer disse a jornalistas que a FICV, em colaboração com a Cruz Vermelha da RDC, estava a lançar um apelo de emergência de 50 milhões de francos suíços, para ajudar 500 mil pessoas deslocadas e as suas comunidades de acolhimento, o mais rapidamente possível.
"Este é mais um apelo aos nossos parceiros, à comunidade internacional e, claro, aos doadores, para que se solidarizem com o povo da RDC para garantir que esta crise não seja silenciada e negligenciada”, afirmou.
No final de 2023, as Nações Unidas estimavam que cerca de sete milhões de pessoas estavam deslocadas na RDC, incluindo 2,5 milhões só no Kivu do Norte. Centenas de milhares de pessoas estão amontoadas em campos nos arredores de Goma.
"As pessoas estão a viver em condições extremamente precárias, à beira de um colapso mental, físico e financeiro.
A maior parte da ajuda está a chegar às pessoas que vivem nos campos à volta de Goma, mas não é suficiente para satisfazer a escala das necessidades, devido a um financiamento insuficiente”, destacou o responsável da Cruz Vermelha Internacional.
Riscos
para surgimento de
doenças como cólera
O comissário afirmou que, na semana passada, em Goma, tinha visto "a dura realidade com que se deparam milhares de pessoas deslocadas”.
"Num campo, que alberga agora dezenas de milhares de pessoas, há uma falta alarmante de instalações básicas, com apenas quatro casas de banho para milhares de pessoas, o que aumenta o risco de violência baseada no género e de invasão da privacidade, bem como os riscos para a saúde, como a cólera”, observou.
Na sexta-feira, milhares de mulheres congolesas vestiram-se, ontem, de preto para assinalar o Dia Internacional da Mulher, que é habitualmente um dia festivo e colorido, em forma de luto pelas vítimas dos conflitos no Leste do país.
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