Opinião

Os ajuntamentos humanos

Embora não tenhamos dados exactos para estabelecer uma relação directa entre os ajuntamentos nos espaços públicos com a subida ascendente das infecções, não há dúvidas de que a referida variável contribui inevitavelmente, sobretudo quando não observadas as medidas de biossegurança.

08/05/2021  Última atualização 07H30
É verdade que, tal como em muitas  outras realidades, o meio familiar jogou um papel basilar na subida dos números da Covid-19, mas os ajuntamentos nos espaços públicos, sobretudo em ambientes festivos, são potencialmente meios favoráveis  às infecções. E a forma como frequentemente as pessoas não relevam o uso correcto da máscara, a higienização regular das mãos, o distanciamento físico, apenas para mencionar estas, chegando mesmo a por em causa a existência da doença, não ajuda.

Diz-se que a melhor forma de se resolver um problema passa pelo reconhecimento da sua existência e a aceitação das medidas para o superar. Sem a efectivação daquelas duas variáveis, aceitar que a Covid-19, de facto, existe, infecta e pode matar, bem como as medidas para a evitar, não temos como impedir  que a doença não progrida entre nós. Muitos preferem optar pelo mais difícil, "assobiando ao lado” mesmo quando confrontados com informações que circulam diariamente sobre as infecções e, mais grave, lamentavelmente sobre as mortes.

Urge a mudança de mentalidade e o comportamento que, obviamente em condições normais,  não precisariam de meios coercivos para tornar efectivo o cumprimento das medidas decretadas  pelas autoridades. Variadas vezes, às pessoas tem sido recomendada a tomada de consciência sobre a nova realidade provocada pelas variantes, sul-africana e a britânica, da Covid-19 em propagação nas regiões onde existe a circulação comunitária da doença, como em Luanda.

Depois das acções policiais em que foram detidas e multadas milhares de pessoas em tão curto espaço de tempo, dos ajuntamentos que contrariam as medidas decretadas pelas autoridades, não há dúvidas de que estamos em presença de resistência, negligência e irresponsabilidade. E muitas das pessoas que insistem em promover os ajuntamentos humanos, que persistem em aceder aos aglomerados sem observar as medidas de segurança sanitária, não o fazem desconhecendo a actual conjuntura.

Estão plenamente ao corrente da situação sanitária causada pelo novo coronavírus e sabem das medidas impostas pelo Decreto Presidencial, logo nada justifica os incumprimentos. No fundo, as pessoas que resistem em aplicar as medidas sanitárias, tal como dispostas no Decreto Presidencial, além de colocar em risco a saúde própria e de terceiros, desafiam as forças de Defesa e Segurança.

Estamos em presença de uma situação em que o bem mais precioso que temos, depois da vida em si, a saúde, está em risco por causa de uma doença invisível, cuja sintomatologia varia de organismo para organismo, mas cujas variantes envolvem maior fatalidade.  Cumpramos com as medidas que proíbem os ajuntamentos humanos sem a observância das normas legais em vigor.

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