Desporto

Petro joga pressionado pelo atraso no Girabola

Honorato Silva

Jornalista

No segundo jogo seguido no Leste de Angola, no espaço de quatro dias, o Petro de Luanda defronta o FC Bravos do Maquis, às 15h00, no Estádio Mundunduleno, cidade do Luena, pressionado pelo atraso no topo da classificação do Girabola, comandada pelo arqui-rival 1º de Agosto, com 36 pontos.

27/04/2021  Última atualização 08H20
Petrolíferos querem regressar às vitórias depois da derrota por 0-1 frente ao Sagrada © Fotografia por: Contreiras Pipa | Edições Novembro
Preocupados com a movimentação dos adversários na corrida ao título, sobretudo agora que a disputa ganhou dois concorrentes de peso, Sagrada Esperança e maquisardes, os petrolíferos deslocam-se a um terreno quase talismã, pela recorrência na conquista de jogo seguido no Leste de Angola, no espaço de quatro dias, o Petro de Luanda defronta pontos. Basta olhar para o triunfo convincente, 4-0, arrancado há um ano, na última visita à capital do Moxico, ainda sob a batuta do espanhol Antonio Cosano, na fase decisiva da edição passada da competição, cancelada por causa da pandemia.  

A derrota (0-1) no terreno dos diamantíferos da Lunda-Norte, sexta-feira, a encerrar a primeira volta, colocou os tricolores às ordens de Mateus Agostinho "Bodunha” num quadro de pressão interna e externa, dada a necessidade de manterem o contacto com os lugares cimeiros da tabela, nomeadamente em relação aos militares, que procuram igualar uma marca exclusiva do clube do Eixo Viário, a conquista do "penta”, cinco títulos consecutivos.  

Na quarta posição, 31 pontos, o Petro está obrigado a encarar o desafio desta tarde como uma final. Referências do plantel como Musah, Diógenes, Picas, Job, Yano e Tiago Azulão são chamados a adoptar, por exemplo, a postura que valeu à equipa a vitória com um robusto e claro 3-1, no início da prova, sem espaço para a argumentação dos pupilos de Zeca Amaral, rendidos à supremacia.  Candidato silencioso 

Afastado da competição há mais de um mês, por ter ficado à espera da conclusão do primeiro turno do Girabola, o Bravos do Maquis mantém o registo cauteloso que tem marcado a campanha no campeonato. Continuar a correr por fora, com a máxima discrição, enquanto os rivais assumem o objectivo de levar o troféu às respectivas galerias. 

No entanto, os números deixam cair o argumento do técnico maquisarde, quando alega falta de condições humanas e materiais como impedimento da assunção de tal desiderato. O apuramento para as Afrotaças proporcionou ao clube do Moxico a entrada de apoio financeiro via patrocinador, que permitiu dimensionar a época a níveis elevados de exigência, como atestam os resultados.   O terceiro posto na classificação, 33 pontos, deixa claro que os donos da casa têm argumentos competitivos para, diante do seu público, repartirem o favoritismo com o colosso preocupado em retocar a maquilhagem, de modo a evitar que a fotografia no final da época seja pior que a caricatura pintada na Liga dos Clubes Campeões africanos, na qual somou um ponto em 18 possíveis, no último lugar do Grupo C, sem qualquer golo marcado.   Força dentro do campo 

Na outra partida marcada para as 15h00, o Sagrada Esperança é amplamente favorito, na recepção à Académica do Lobito. A vitória coloca os lundas na liderança isolada, com 38 pontos, mercê da decisão do Conselho de Disciplina cessante da Federação, que aplicou derrota ao Ferrovia do Huambo, por alegada má qualificação de Vinguma, jogador proveniente do Wiliete de Benguela. 

À parte os casos de secretaria, dentro do campo o conjunto treinado por Roque Sapiri tem sido um competidor de corpo inteiro. Na eventualidade de alguém colocar em causa a consistência dos números apresentados pelos diamantíferos, invictos há 13 jogos, coloca-se à mesa o facto de terem despachado o 1º de Agosto, 2-1, e Petro de Luanda, 1-0, as duas maiores forças do futebol angolano. 

Os estudantes lobitangas, orientados por Águas da Silva, sabem das dificuldades a enfrentar. Mas da aparente fraqueza podem tirar forças e contrariar os intentos dos diamantíferos, até porque o 11º lugar, 17 pontos, exige a criação de conforto, de modo a evitar o incómodo da parte baixa da classificação.   Sábado, no arranque da segunda volta, o 1º de Agosto foi ao 22 de Junho derrotar o Interclube, 1-0, com golo do hondurenho Bryan Moya, de penaltie. 

Na vila de Calulo, o Recreativo do Libolo viu Caneta assinar o triunfo por 1-0, na recepção ao Progresso Sambizanga, e em Malanje Baixa de Cassanje e Recreativo da Caála empataram sem golos, enquanto no domingo o Ferrovia, despreocupado com o golpe administrativo, superou o Cuando Cubango FC, 2-1, e o Santa Rita de Cássia ficou na igualdade (0-0) frente ao Wiliete, numa jornada que encerra a 5 de Maio, quando jogarem Desportivo da Huíla e Sporting de Cabinda.  

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