Desporto

Petro mancha melhor pano angolano na prova africana

Honorato Silva

Jornalista

Uma nódoa no melhor pano deixou o Petro de Luanda com a pior safra das equipas angolanas na fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões da CAF, ao somar apenas um ponto em 18 possíveis, sem qualquer golo marcado, na presente edição da prova continental, na qual a prestação dos tricolores terminou sábado, com a derrota por 0-2, no terreno do Wydad Casablanca de Marrocos.

15/04/2021  Última atualização 11H55
Equipa do Eixo Viário protagonizou desempenho muito abaixo das expectativas da direcção © Fotografia por: Santos Pedro | Edições Novembro
A meta de figurar entre os melhores de África, assumida pelo presidente dos petrolíferos, Tomás Faria, após o apuramento para o leque restrito de campeões e melhores classificados dos campeonatos nacionais, acabou por dar lugar a um desempenho desgarrado, marcado pela mudança de treinador a meio do percurso.  

Teoricamente sem adversários no futebol doméstico, na convicção dos seus adeptos, baseados no arranque fulgurante no Girabola, com repetidas goleadas e exibições arrebatadoras, os vice-campeões angolanos foram na prática a reserva de pontos do Wydad, Kaizer Chiefs da África do Sul e Horoya da Guiné Conacri, considerado menos capaz do Grupo C pelos entusiastas do clube do Eixo Viário, por altura do sorteio.  

A segunda presença consecutiva, depois da campanha menos conseguida na edição anterior, que rendeu quatro pontos no Grupo C, à semelhança do arqui-rival 1º de Agosto, no A, ficou aquém do perspectivado. Nem o afastamento do técnico espanhol Antonio Cosano, substituído pelo angolano Mateus Agostinho "Bodunha”, evitou que o Petro fosse a pior equipa das 16 em competição.  

O registo de zero vitórias, um empate, cinco derrotas, nenhum golo marcado e oito sofridos fez com que o emblema tricolor tocasse o extremo oposto, por ser o detentor da melhor pontuação do país na prova, assinada em 2001, sob o comando do finado técnico brasileiro Djalma Alves Cavalcanti. A equipa do Catetão ocupou o primeiro lugar do Grupo B, à frente do poderoso Al Ahly do Egipto, ao totalizar 12 pontos, num acumulado de quatro triunfos, zero empates, duas derrotas, dez tentos apontados, oito consentidos e 67 por cento de eficácia.   Marca do Costa do Sol 

Pior que o representante angolano fizeram apenas o Costa do Sol de Moçambique, em 2002, e Coton Sport dos Camarões, em 2017, ao encerrarem a disputa da fase de grupos sem pontuar. Somente com um ponto ficaram Orlando Pirates da África do Sul, 1997, na série dos militares do Rio Seco, no baptismo da competição, Sable FC dos Camarões, 2000, CR Belouizdad da Argélia, 2001, Dynamo do Zimbabwe, 2015, e FC Platinum da Nigéria, 2019/20.   Prova à medida dos militares 

A Liga dos Campeões, instituída desde 1997 no formato da prova milionária de clubes da Europa, parece ser uma prova à medida do 1º de Agosto, a julgar pela determinação da direcção presidida por Carlos Hendrick da Silva, que defende a presença consolidada da agremiação na elite continental, contrariamente aos fogachos que marcam o histórico dos representantes do país.  

O brilharete alcançado em 2018, disputa das meias-finais, com o sérvio Zoran Maki no comando, permitiu aos rubro e negros assumirem a primazia entre as quatro equipas angolanas até agora apuradas para a prova, se acrescentarmos o ASA, em 2003, e o Recreativo do Libolo, uma década depois.  

 Num total de 18 partidas realizadas, em três edições, o clube das Forças Armadas somou 23 pontos, de cinco vitórias, oito empates, cinco derrotas, 17 golos marcados e 21 sofridos, o que perfaz uma eficácia de 43 por cento. Na segunda posição está o Petro, com igual número de jogos, quatro vitórias, cinco empates, nove derrotas, 18 golos a favor, 30 contra é um aproveitamento de 31 por cento. 
 Com uma presença, o Libolo registou em seis desafios um triunfo, dois empates, três derrotas, oito golos marcados e 11 sofridos, números resumidos em 28 por cento de eficácia, enquanto o ASA, num percurso idêntico no quesito vitória, empate e derrota, apontou três tentos e encaixou sete, 22 por cento no rendimento global.

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