Economia

Preço do azeite doce sobe até 100 por cento

Kátia Ramos

Jornalista

O preço do azeite de oliveira, conhecido como azeite doce, nos supermercados, tem disparado desde o início do ano passado. Por um litro de azeite extra virgem, por exemplo, pagava-se, no final de Dezembro de 2022, 5 mil kwanzas, hoje está a ser comprado 10 mil, o que perfaz uma subida de 100 por cento.

28/02/2024  Última atualização 10H40
Nas cantinas também se verifica a mesma inclinação, com o preço a passar de 3.500 kwanzas por litro em Janeiro de 2023 para 7.500 em Dezembro do mesmo ano © Fotografia por: Luís Damião|Edições Novembro
Uma tendência generalizada em todo o país, constatou o Jornal de Angola. Nas cantinas também se verifica a mesma inclinação, com o preço a passar de 3.500 kwanzas por litro, em Janeiro de 2023, para 7.500, em  Dezembro do mesmo ano.

Já no que se refere aos mercados informais, o valor passou de  4.000 kwanzas  por litro para 8.000 kwanzas, no período em referência .

A alta nos preços atinge não apenas o azeite de alta qualidade, como  varia consoante a subcategoria

Segundo especialistas, nos últimos anos, o consumo mundial de azeite esta aumentar devido à mudança de alimentação de milhares de pessoas, que procuram uma alimentação mais saudável.

E  Angola, apesar de ser ainda um mercado um tanto ou quanto residual, parece não representar excepção.

Acresce a informação do  Conselho Oleícola Internacional (COI), uma organização intergovernamental que reúne os países produtores responsáveis por mais de 90% da superfície oleícola mundial, segundo a qual a seca nas plantações de azeitona tem feito com que os preços do óleo subam para níveis recordes.

De acordo com uma pesquisa da UE, o azeite na Europa custa, hoje, em média 50% a mais do que 12 meses atrás. O que significa que o azeite, parte indispensável da famosa dieta mediterrânea, corre o risco de se tornar um item de luxo.

Que o diga  a dona de casa Sandra da Cruz,  residente  em Luanda. Segundo ela, por se tratar de um produto orgânico não abre mão dele. "Antes comprava, nos armazéns, uma caixa  de azeite com seis garrafas de 75 ml por 22 mil kwanzas, mas subiu para 30 até meados do ano passado e agora está por volta de 45 mil kwanzas”, detalha, sublinhando que, nos últimos meses, está a usar o azeite "apenas em sopas e saladas devido à sua escassez”.

Sob anonimato, a responsável de um restaurante bem no coração de Luanda afirmou que alguns membros do sector da Restauração estão a buscar alternativas, recorrendo a óleos refinados como temperos para dar sabor à sua cozinha.

Falando na qualidade de  empreendedor, Castilho Noé, presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Huambo, sublinha que  a grande fragilidade dessa escassez está na falta de divisas para importação. "A desvalorização da moeda cria receio à importação, comprometendo assim o custo e o benefício”, diz.

Para reverter esse quadro, Noé encoraja os empresários a investirem na área acima referida. O responsável destaca que, diante da escassez e pouca oferta, há uma grande oportunidade para agricultores e camponeses se voltarem para o ramo do agronegócio.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Huambo defende que "a solução está em apostar na produção nacional”. "Actualmente, há investimentos em cereais, mel, legumes e outros produtos alimentares, mas muitos empresários seguem essa mesma tendência, negligenciando produtos altamente consumidos, como o óleo de palma e o azeite”, atira.

  TUNÍSIA
Maior produtor africano

A Tunísia, que é o quarto maior produtor de azeite de oliva do mundo e o maior do continente africano, anunciou este ano um arrojado plano de impulsionar a indústria de azeite do país. O objectivo passa por  produzir 250 mil toneladas de azeite virgem extra, anualmente, exportar 200 mil toneladas e aumentar o consumo interno para 50 mil toneladas até 2035.

Segundo o Conselho Oleícola Internacional (COI), uma organização intergovernamental que reúne os países produtores responsáveis por mais de 90% da superfície oleícola mundial,  a maior concentração está na bacia do Mediterrâneo, com Espanha, Itália, França, Grécia e Portugal respondendo por 76% da produção global.

Ainda de acordo com o COI,  a Espanha, sozinha, representa metade do mercado mundial e 70% da União Europeia. Os gregos são os maiores consumidores de azeite e azeitonas, com um consumo anual per capita de 25kg, enquanto em Portugal o consumo fica em sete quilos por pessoa.

  CAXITO
Operadores transportam mais de mil toneladas de produtos

Mil e 525 toneladas de produtos agrícolas diversos e de pesca foram transportados, em 2023, para os principais centros de consumo de Caxito  e  Luanda,  no âmbito do Plano de Transportadores de Mercadorias do Comércio Rural (PTMCR).

Ao fazer o balanço do referido plano, o director do Gabinete Provincial do Desenvolvimento Económico Integrado, Pedro Katendi, informou à Angop que o transporte destes produtos deveu-se a entrega de 20 viaturas, pelo Executivo,

  PROJECTO
Nasce um centro de pesquisa de café na Gabela

A actual Estação Experimental do Instituto Nacional do Café de Angola (INCA), na Gabela, província do Cuanza-Sul, será transformada, nos próximos tempos, em centro de pesquisa científica deste produto, cacau e palmar, informou, anteontem, o ministro da Agricultura e Florestas, António de Assis.

A requalificação da referida estação inscreve, entre outros, a instalação de laboratórios de solos, de biotecnologia, entomologia, fitopatologia etc.

  PRODUÇÃO
Arrozal da Matala começa a dar resultados

O município da Matala ( província da Huíla) experimenta, com sucesso, o cultivo do arroz, que já chega à mesa da população local e de outras partes do país.

No quadro do incentivo à produção e à estratégia do Executivo de diversificação da economia, Angola produziu, durante a campanha agrícola 2022/2023, 622 mil 804 toneladas de cereais, entre trigo, arroz, milho e soja.

O arroz é dos alimentos mais apreciados pelos angolanos.

  HUAMBO
Inflação dos preços afugenta clientes em restaurantes

A inflação do mercado, aliada às constantes oscilações dos preços da alimentação, bebidas e outros serviços, está a afugentar os clientes dos hotéis, resorts e restaurantes da província do Huambo,

A informação foi confirmada, ontem  à Angop, pelo coordenador da comissão instaladora da associação dos Hotéis, Resorts e Restaurantes do Huambo, Benedito Jolomba, ao referir que os membros estão a alterar, constantemente, os preços dos produtos/serviços .

  SANIDADE ANIMAL
Namibe "acende" alerta contra Peste Suína Africana

As autoridades da província do Namibe estão com os "alarmes accionados" para impedir a entrada de suínos, proveniente da província da Huila, onde foram confirmados casos de peste Suína Africana, informou ontem o director do Gabinete Provincial da Agricultura, Zonza Puissa.

O responsável informou que para garantir a sanidade animal, além de bloquear a entrada de suínos, estão a ser realizadas campanhas de sensibilização em línguas nacionais.

  CONSELHOS
Dicas para boas compras

Uma boa escolha, mesmo de um objecto aparentemente insignificante, parte de um simples conselho. O que se segue parte do reconhecimento disso.

1.Para encontrar o produto

Nas grandes superfícies, sempre que não conhecer a secção ou a prateleira em que está disposto o produto que procura, peça ajuda ao assistente de loja a fim de se evitar perda de tempo. Se, por qualquer razão, lhe parecer que a localização do produto peca por falta de visibilidade, alerte-o.

2. Faça uma lista

Antes de partir para a loja faça uma lista dos produtos e  serviços que deseja adquirir. Escreva o nome e a quantidade de cada um por ordem de importância. Assim, terá menos probabilidade de se esquecer de algo e se o valor de que dispõe não chegar para as compras, será mais fácil excluir alguns dos produtos.

3. Atenção às características

Organize sempre as compras de acordo com as suas características e dimensões. Não misture cosméticos com produtos alimentares nem coloque queijo ao lado de peixe ou de cebola, sob pena de adulterar o seu cheiro e sabor. Não coloque produtos frágeis, como ovos e loiça de vidro, debaixo produtos mais pesados.

4.Pesquise antes de comprar

 Analise o preço e as opções das marcas, modelos, usos, vantagens e desvantagens. A simples falta de um suporte técnico, reposição de peças (para electrónicos e até veículos) é um factor negativo que pode desencorajar a compra. Essa é a principal forma de se jogar dinheiro fora.

5. Seja prudente!

 Visite dois ou três estabelecimentos e escolha aquele que oferece melhores condições. Não faça compras com pressa, porque poderá levar produtos inúteis, novidades desnecessárias e esquecer o indispensável. Se for prudente, encontrará produtos que deseja, inclusive a custo menor.

6. Cuidado com os enlatados

Prefira as conservas e compotas embaladas em vidros. Elas podem ser mais caras, mas, em compensação, têm qualidade. Se estiverem com fungos, fermentação, espuma ou tampa enferrujada,  recuse-os .  Atente que, as lactarias  resistem até um ano, mas o atum, sardinha ou carne enlatadas só duram 8 meses.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia