Cultura

Presidente da Associação defende maior investimento na formação

Adolfo Mundombe | Huambo

O presidente da Associação Angolana de Teatro (AAT), Tony Frampênio, destacou, quarta-feira, na cidade do Huambo, a importância de um maior investimento na formação artística, sobretudo nas artes cénicas, como peça fundamental para o crescimento da classe.

28/03/2024  Última atualização 12H26
Companhia Enigma Teatro tem sido um dos poucos que têm apostado na formação artística dos actores e encenadores © Fotografia por: DR
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, Tony Frampênio explicou que desta forma, se conseguiria dar respostas aos desafios no sector cultural e artístico. "A cultura é uma das áreas que emprega muitos jovens e deveria ser mais bem  acompanhada pelas políticas públicas no âmbito das estratégicas do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza”, ressaltou.

De acordo o interlocutor, o tema trazido para esta Jornada Nacional do Teatro "As Artes e a Cultura de Paz” está, também, incorporado nas actividades comemorativas ao Dia da Paz, que se assinala a 4 de Abril do próximo mês, em todo o país.

O presidente da Associação revelou que o actual estado do teatro em Angola é considerado estável. "O Executivo tem feito a sua parte com a construção de escolas média  e superior de artes, mas é importante que os empresários façam a sua parte no âmbito das responsabilidades sociais”.

O presidente da Associação Angolana de Teatro sublinhou que as acções do Governo no domínio artístico são visíveis, motivo pelos quais estão a surgir infra-estruturas culturais. Como referência, apontou o Centro Cultural do Huambo.

O presidente da AAT disse que a  instituição controla a nível nacional cerca de dez mil actores.

Tony Frampênio apresentou os dados estatísticos no âmbito da Jornada Nacional do Teatro, que acontece desde ontem e prolonga-se até domingo, na cidade do Huambo. A jornada está inserida nas comemorações do Dia Mundial do Teatro, que se assinala anualmente a 27 de Março. A festa do teatro conta com a participação de 36 grupos das 16 províncias. Apenas as províncias de Cabinda e Malanje estão ausentes.

O responsável explicou que estão a trabalhar num programa, cuja linha de acção é promover o intercâmbio e dinamizar as artes cénicas em todo o país, para que a prática de teatro seja abrangente nas comunas e municípios.

O também actor e director da companhia Enigma Teatro, vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes 2014, na categoria de teatro, deu a conhecer que a Associação continua a receber relatórios dos membros provinciais sobre os poucos investimentos devido à falta de políticas públicas para dinamizar o sector no país.

Tony Frampênio explicou existir localidades que têm espaços, a maior dificuldade é a negociação dos mesmos com os proprietários. Esse processo, referiu, tem encarecido o arrendamento das salas. "Muito grupos sentem essas dificuldades e, por vezes, são obrigados a vender os bilhetes a um preço caro, fora do alcance daqueles que gostam de assistir a espectáculos teatro”.

O responsável adiantou que estão a trabalhar, no sentido de criar parcerias com as instituições públicas e privadas, para encontrar soluções das infra-estruturas culturais, bem como melhorar a condição social dos artistas.

Durante os cinco dias, os artistas participam em várias actividades culturais e artísticas promovidas na Biblioteca Provincial do Huambo, com espectáculos de teatro, música e oficinas de teatro.

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