Em Angola, como em muitos países do mundo, o 1º de Maio é feriado nacional e costuma ser celebrado com marchas e comícios, em que se fazem discursos reivindicativos de direitos dos trabalhadores. Não é uma data qualquer.
Hoje, a nossa Nação e, particularmente, a comunidade jurídica assinala um ano da entrada em funções dos juízes de garantias, magistrado com dignidade constitucional que, entre nós, passou desde 2 de Maio de 2023 a ter a responsabilidade de salvaguardar os direitos individuais de qualquer pessoa alvo de investigação por um suposto acto criminal derivado da sua conduta.
Segundo Zeca (2013), as Relações Internacionais constituem um campo de estudo académico multidisciplinar, que estuda a teoria e a prática das Relações Internacionais, cujo objectivo é a vida internacional nas suas dinâmicas políticas, económicas, sociais, diplomáticas, militares, científicas, tecnológicas e culturais e etc.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a ciência das Relações Internacionais ganhou autonomia académica e científica, com particular realce nas universidades americanas e europeias. Aos poucos, as Relações Internacionais foram conquistando o seu espaço nas principais universidades do mundo, sendo incorporadas nos planos curriculares.
Foi assim que, em Angola, com o surgimento das primeiras universidades privadas, em finais da década de 90, e princípios da década de 2000, com destaque para a Universidade Privada de Angola-(UPRA), a Universidade Lusíada de Angola, e o antigo Instituto de Relações Internacionais-(IRI) do MIREX, foram as instituições de ensino superior em Angola, pioneiras em ministrar o curso de Relações Internacionais.
De 2000 até aproximadamente 2017, o curso de Relações Internacionais era muito concorrido pelos candidatos que entravam nas universidades em Angola. Em virtude disso, actualmente, temos muitos quadros angolanos Formados em Relações Internacionais.
Contudo, de 2017 até aos dias actuais, a procura pelo curso de Relações internacionais baixou assustadoramente! Ora, na qualidade de ser Professor desta área do saber, procurei compreender as razões que estão na base desta realidade.
Pela constatação feita, concluí que a principal razão que está na base da pouca procura pelo curso de Relações Internacionais é a falta de políticas públicas claras e inclusivas de inserção no mercado de trabalho dos quadros angolanos formados neste ramo do saber.
Por exemplo, não existem concursos públicos para profissionais de Relações Internacionais a fim de ingressarem nos órgãos centrais e locais da administração do Estado. Não há anúncios de vagas para ingresso em empresas públicas e privadas. Não há anúncios de vagas para ingresso em missões diplomáticas e consulares acreditadas em Angola e no exterior. Não há anúncios de vagas para ingresso nas organizações internacionais acreditadas em Angola e presididas por Angola. Não há anúncios de vagas para ingresso nas multinacionais que operam no país. Curiosamente, não há anúncios de vagas para ingresso no MIREX.
Estes e outros factores são os principais desafios que afectam os quadros angolanos formados em Relações Internacionais, no âmbito da inserção no mercado de trabalho.
Em termos de perspectivas, fica claro que o mercado de trabalho é sempre bastante complexo para qualquer profissional, independentemente da sua área de formação. Em razão disso, devemos libertar-nos da ideia reducionista de que quem estuda Relações Internacionais só serve para trabalhar no Ministério das Relações Exteriores e nas Missões diplomáticas!
Por isso, o quadro formado em Relações Internacionais é um profissional altamente qualificado para trabalhar em várias áreas, que vão desde a Administração Central e Local do Estado, instituições públicas e privadas, missões diplomáticas e consulares, organizações internacionais regionais, continentais e universais, multinacionais, na docência, na consultoria, no empreendedorismo e etc.
Portanto, para que isso aconteça é fundamental continuarmos a aprimorar as competências tecnico-científicas e o domínio de pelo menos uma língua internacional, para que possamos ter a oportunidade de concorrer em pé de igualdade com profissionais de outros ramos do saber no mercado de trabalho.
* Professor de Relações Internacionais
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LoginTrinta e dois anos depois do estabelecimento das relações diplomáticas, Angola e Coreia do Sul voltam, como que a ser desafiadas não apenas a dar prova da excelência dos laços, por via do reforço das ligações já existentes, mas também a descobrir novas áreas de interesse comum.
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