Cultura

Vidas de mulheres sofridas e resilientes

O que aconteceu a cada um dos protagonistas desta história em livro pode bem dar lugar a uma nova e substantiva narrativa, bastando que os nossos colegas no activo saibam espreitar as oportunidades do jornalismo das boas notícias.

24/01/2021  Última atualização 18H40
História em livro pode bem dar lugar a uma nova e substantiva narrativa © Fotografia por: Edições Novembro
Estão aqui os que têm o dever e a ciência de continuarem o que iniciaram os agora ‘veteranos’, que se afastaram das redacções e dos cenários das notícias e reportagens
Respondendo a este desafio lançado há cerca de uma semana, na sede União dos Escritores Angolanos (UEA) por Luís Fernando, no acto da apresentação da segunda edição do livro "Zunga pão rima com asfalto”, propusemo-nos a dar continuidade à obra iniciada pelos "agora veteranos” que deram corpo ao livro. Espreitando "a oportunidade do jornalismo das boas notícias”, como dito pelo coordenador-geral da obra supracitada, fomos à procura das protagonistas das histórias contadas no livro. Localizamos duas: Nandinha dos Bolos e Juliana. Elas contaram-nos as suas histórias de vida, quinze anos depois de terem prestado o testemunho constante do livro "Zunga rima com pão e asfalto”.

Oito mulheres de diferentes idades, locais de nascimento e sonhos de vida, irmanadas no propósito de garantir a própria sobrevivência e a dos seus através da venda ambulante de produtos diversos, na agitada e superpovoada Luanda - da fruta ao material escolar, da água aos bolinhos de confecção caseira, foram entrevistadas há década e meia por repórteres do Jornal de Angola, a quem contaram, de coração aberto, os planos, o que gostariam de ter sido, as suas frustrações e lutas, mas, essencialmente, o seu supremo compromisso existencial: não deixar que faltasse à mesa o pão de cada dia. Quinze anos passados, o que aconteceu na vida dessas guerreiras? O que é feito delas? Por onde andam? Para obter respostas a essas e outras perguntas, a equipa de reportagem do Jornal de Angola localizou e foi à fala com duas delas.

Fernanda Narciso
"Quem sabe se a minha filha não realizará o meu sonho”


Fernanda Narciso, 31 anos, natural de Banza Polo, a 500 metros da localidade de Tomessa, na província do Uíge, onde nasceu o jornalista Luís Fernando, que por coincidência da vida é seu tio da parte materna, aparece no livro como a  "Nandinha dos Bolos”. Depois do lançamento da primeira edição do livro Fernanda nunca mais foi às ruas. Aquele momento transformou a vida da zungueira. Foi o impulso para outras aventuras. "Nandinha dos Bolos” provou o gosto da fama e não mais voltou a zungar. Surgiram-lhe propostas de emprego.

Foi trabalhar no Hoje-ya-Henda, num snack-bar, em 2005. No ano seguinte ficou grávida e teve que abandonar o emprego. Fernanda Narciso lembra com nostalgia e guarda até hoje a primeira edição do livro, que só lhe traz boas lembranças. Confusa, já não sabe exactamente quem lhe conseguiu o "primeiro” emprego. Sabe apenas que contou com a ajuda de um jornalista, provavelmente do Jornal de Angola, ou de um escritor que esteve presente no lançamento do livro.

Com o nascimento da sua primogénita - Larissa Narciso - as coisas complicaram-se. O pai da criança não assumiu a paternidade. Desempregada, o "calvário” retornou à sua vida, fazendo-lhe relembrar o quotidiano penoso da zunga. Ela passou então a depender dos irmãos, primos e da tia com quem vivia. A sua filha necessitava de quase tudo e a condição de dependente a incomodava. Decidiu se recompor e ir à luta. Conseguiu emprego como caixa na loja de um cidadão guineense, no Calemba 2, onde permaneceu dois anos, até que o patrão emigrou para Espanha. 

"Nandinha dos Bolos” decide não olhar parada para as malambas da vida e pôs-se activamente a procurar nova ocupação.
Com a experiência adquirida nos ofícios anteriores foi mais fácil conseguir um novo emprego, como caixa no bairro Cantinton, no estabelecimento de um "mamadú”, como usualmente são designados os comerciantes oriundos de países oeste-africanos. Com um salário de 20 mil kwanzas, tinha que ajudar nas despesas na casa da tia e pagar os estudos da filha. Conhece a palavra de Deus e converte-se, renovando a esperança em dias melhores. Na sua humildade, foi fazendo o seu percurso.

Insatisfeita com a remuneração, uma irmã da igreja Assembleia de Deus Pentecostal sugere-lhe a inscrição numa agência de recrutamento de babás. Nesta altura já tinha o curso profissional de educadora de infância, feito entre 2008 e 2009. "Nandinha dos Bolos” uma semana depois foi chamada, por solicitação de uma cliente na Centralidade do Kilamba. O salário que auferia era de 50 mil kwanzas. Anos depois, as crianças que cuidava já estavam na idade de ir a creche, pelo que os seus serviços foram dispensados.
Novamente desempregada Fernanda Narciso, que veio do Uíge para Luanda com a tia, irmã da mãe, quando tinha apenas três anos, não atirou a toalha ao tapete. Ergueu-se e foi à luta. A sua realidade já era outra, porque decidira arrendar um espaço próprio, onde vivia com a filha e uma sobrinha. Solicitou ajuda a um amigo, que lhe arranjou emprego numa loja de perfumes e cosméticos, onde ganhava 15 mil kwanzas.

"Nandinha dos Bolos”, conta que através do colega tomou conhecimento que seria despedida e decidiu antecipar o despedimento abandonando o emprego. Ela diz não entender as razões de tanta reclamação por parte do seu chefe, se até desempenhava com zelo e dedicação as tarefas que lhe eram incumbidas. Fernanda Narciso desconfia que o chefe gostava dela mas não tinha coragem de se declarar.  Como sempre, Nandinha não desistiu. Ficou feliz da vida quando a prima-irmã lhe deu a boa nova: arranjara-lhe um emprego na empresa de material de construção civil onde trabalhava. Mas, por um "defeito” que ela tem na dentição frontal, não foi admitida. Puro preconceito. A informação foi-lhe transmitida por um primo que também trabalhava na empresa, na área dos Recursos Humanos.  Sem saber o que fazer Nandinha decidiu vender a arca frigorífica, no valor de 25 mil kwanzas, para pagar a renda de casa. Mesmo assim não chegou, porque tinha uma dívida acumulada de seis meses.

O ano era 2019. Desempregada e sem dinheiro, a solução foi regressar a casa da tia. "Já estava acostumada com a minha privacidade, tinha a vida minimamente organizada. Foi duro regressar à minha tia, mas não tinha alternativa”, recorda. Ela lembra que nessa época o apoio financeiro e logístico da prima-irmã Felícia Ricardo foi determinante.
Contrariamente aos outros empregos, ser babá dava alguma dignidade financeira, mas o horário de entrada e saída) era um obstáculo para ela que queria estudar.  Mas quando surgiu-lhe uma nova proposta para ser babá, também no Kilamba, com um salário de 52 mil kwanzas, não teve alternativa senão aceitar. 


Coincidências da vida

O cenário da vida de Fernanda Narciso mudou quando recebeu a notícia da patroa, de que se mudaria para o centro da cidade. Do Calemba 2 para a centralidade do Kilamba o percurso estava facilitado, mas do Calemba 2 para o centro da cidade era diferente. O gerente da agência de recrutamento chegou a aconselhá-la a ponderar. Nandinha não recuou da decisão de trabalhar no centro da cidade. "Deus tem sempre um propósito para cada coisa. A minha trajectória de vida é um plano do Senhor”, disse ela ao seu chefe na agência, inspirada no seu credo religioso.

No dia 26 de Dezembro de 2019 começou a trabalhar como babá em casa da dona Isabel, sobrinha da secretária administrativa da Edições Novembro Teresa Alexandre. Na primeira semana de trabalho reencontrou, coincidentemente, na casa da sua nova patroa, a dona Teresa Alexandre.  Fernanda Narciso, como não foi reconhecida, preferiu manter-se calada.  Foi no ano passado, já com o projecto em andamento da reedição do livro, que Teresa Alexandre descobriu que, afinal, a babá da sobrinha era a "Nandinha dos Bolos” de há 15 anos.

Teresa Alexandre teve contacto com as fotografias das zungueiras porque precisava de as fazer chegar ao coordenador do projecto.  A sua filha rapidamente identificou a "Nandinha dos Bolos” como sendo a babá dos filhos da prima. Teresa Alexandre telefonou para a sobrinha (patroa da "Nandinha dos Bolos”) para se certificar. Foi uma alegria total, porque a equipa de produção do livro estava a procura das zungueiras. Nandinha lembra-se como se fosse hoje. "Recebi uns ralhetes em tom de alívio da dona Teresa, pelo facto de me manter calada esse tempo todo” (risos).  


"Minha mãe é guerreira”

A vida de esforços e sacrifícios tornou-se um grande obstáculo para o sonho de Fernanda Narciso, que queria ser engenheira de petróleos para um dia trabalhar na Sonangol. Este sonho está cada vez mais distante. O curso da vida levou-a para outras realidades. Hoje ela deseja ser "apenas uma simples” secretária ou recepcionista. "Quem sabe se a minha filha não realizará o meu sonho”, desabafa, com optimismo. Depois de ter terminado, com muito sacrifício, o curso de Ciências Exactas do Puniv de Luanda, Fernanda Narciso sonha agora fazer faculdade. "Como já me apaixonei a cuidar de crianças, pretendo futuramente abrir o meu espaço e dar continuidade ao curso superior na área de educadora de infância”, precisou.

O seu velho sonho da casa própria pode vir a ser concretizado em breve. Com o montante de um milhão de kwanzas, ofertado pelo patrocinado do livro "Zunga pão rima com asfalto”, a jovem pensa comprar um terreno e lá erguer a sua casinha. Franzina e meio tímida, mas com a coragem e determinação da mãe, Larissa Fernanda Narciso, primogénita e única filha de "Nandinha dos Bolos”, que em Setembro deste ano completa 15 anos de idade, estuda a 7ª classe numa escola pública no Calemba 2. A pequena sonha um dia ser médica, como ela disse, "para cuidar e ajudar as pessoas necessitadas”.
Larissa Narciso expressou-se finalmente nos seguintes termos: "A minha mãe é uma guerreira, uma rainha. Ela não mede esforço para me proporcionar uma vida de princesa”.  
Como os leitores devem imaginar, e é o que aconteceu, a mãe Fernanda Narciso, a "Nandinha dos Bolos”, desabou de emoção, com as lágrimas a marejarem, como descreveu Luís Fernando, os seus "olhinhos achinesados”.


JULIANA LUCAS
Do azul ao verde da esperança



No roteiro cinematográfico do quotidiano pintado de cor azul um pormenor nos escapou. Há 15 anos a cor azul permanece intensa na vida da ex-zungueira Juliana Chitengue Lucas, agora com 32 anos. Juliana preserva a amizade de longa data com Fernanda Narciso, retratada no livro como a "Nandinha dos Bolos” no livro "Zunga pão rima com asfalto”. Tornaram-se amigas inseparáveis e vizinhas. "O senhor jornalista não reparou que estive vestida de azul na cerimónia da reedição do livro?”, indagou Juliana Lucas, com um sorriso. Tivemos uma conversa descontraída em casa da sogra de Juliana, onde actualmente ela vive com o marido e os três filhos Lisboa Lucas de Jesus Dias (16 anos), Igor Lucas de Jesus Dias (12) e Etiela Lucas de Jesus Dias (5). A sua paixão pelo azul permanece. Deste ponto de partida, o diálogo fluiu e ganhou outros contornos sobre o seu passado. Juliana conta que amadureceu muito com o nascimento do primogénito, numa fase de descoberta dos segredos da vida.


Tentativa de suicídio

Aos 15 anos Juliana engravidou pela primeira vez e a sua rotina mudou drasticamente, porque não encontrou o amparo desejado nos familiares. Os prazeres da meninice, incluindo as brincadeiras e a escola tiveram de ficar para trás. Teve de virar os holofotes para o ser que carregava no ventre e que, em breve, chegaria ao mundo. "Fui humilhada, sofri bullyng por engravidar cedo, ainda na flor da idade”. Como se não bastasse, recebeu também as críticas e o desprezo dos familiares. Assim como o azul representa a expansão do céu, a profundeza do mar e a espiritualidade, esta cor também está associada à monotonia e a depressão. Aos oitos meses de gestação Juliana Lucas estava decidida a tirar a própria vida. "Peguei numa corda e quis cometer o suicídio porque já não aguentava mais a pressão familiar e da sociedade”, precisou.

Nos últimos instantes, felizmente, acendeu-se-lhe uma luz e vingou na sua mente o ditado que diz que "a esperança é a última a morrer”. Conseguiu vencer a tentação. Lutar pela vida do filho que carregava no ventre foi a resolução que a salvou. A esperança renasceu em si.
Como o marido não trabalhava e só fazia uns biscates como distribuidor de encomendas, dona Maria (sogra de Juliana, que várias gerações de trabalhadores da Edições Novembro conhecem como a Tia Maria), vendedora de refrigerantes e bebidas alcóolicas na rua Rainha Njinga, bem junto a sede da Edições Novembro, a aconselhou a fazer "alguma” coisa. Essa "alguma” coisa acabou por ser a zunga. Com a morte do sogro, em 2008, o marido de Juliana recebeu de herança 30 mil dólares, dinheiro que, entretanto, por causa da inexperiência do casal, foi mal canalizado e gerido.

Mas enquanto o dinheiro durou a vida correu-lhes bem e deu-se o nascimento do segundo filho, em 2014. Juliana deixara a zunga para se dedicar inteiramente à família. Com o dinheiro da herança compraram um terreno, mas, mais tarde, descobriram que tihnam sido burlados. Sem experiência de vida marital o casal começou a ter desavenças, tendo mesmo um período curto de separação. Quando se fizeram as demolições dos casebres na zona da Boavista os familiares de Juliana, que lá moravam e que beneficiaram de uma casa no Zango, aconselharam o casal a se mudar também para aquele distrito de Viana. Puxa daqui, puxa dali o dinheiro da herança acabou.

Começou então o calvário. Juliana lembra que trabalhou numa cozinha na Chicala, mas, "por causa das humilhações da patroa”, desistiu. "Ela mandava limpar o chão com água quente que me queimava o joelho”. Posteriormente, o marido arranjou-lhe emprego na esplanada de um casal angolano, na zona da antiga Angoship.  Juliana Lucas recorda que inicialmente a vaga era para engomadeira em casa da empresária. O marido e a própria Juliana sabiam das suas debilidades a engomar roupa. Dado que possuía a experiência de engomar adquirida em solteiro na vivência com o pai e a madrasta, o marido tirou dois dias de folga para ensinar a mulher a passar a ferro.

Com dedicação "Juliana do Azul”, como também é conhecida, superou-se e "agarrou” o emprego. Rapidamente passou para balconista do estabelecimento comercial. Fez um curso intensivo de operadora de caixa. O salário inicial de 15 mil kwanzas chegou a 30 mil kwanzas com o passar dos anos. A remuneração das horas extras ela usava para pagar uma educadora de infância que cuidava dos seus filhos. Tudo corria bem a Juliana, que até já fazia planos para casar com o marido, o amor da sua vida. Os elogios que lhe chegavam dos amigos, colegas e familiares a deixavam envaidecida. Passou a comprar roupas, sapatos da moda e bijuterias. E até o famoso cabelo brasileiro.


Assédio do patrão   

"Alegria do pobre dura pouco”, diz o ditado. "Juliana do Azul” era uma mulher feliz e radiante, humilde e respeitosa, que construiu a sua modesta carreia profissional na dignidade, alicerçada na observância dos valores morais e cívicos.   Como estava numa área privilegiada do restaurante, conseguia ter acesso aos compartimentos internos. Foi aí que descobriu que o seu patrão cometia adultério com uma amiga da patroa. Muitos antes disso, segundo contou ao Jornal de Angola, ela já notara os olhares e as insinuações maliciosas do patrão dirigidos à sua pessoa.

Ante uma clara e explícita proposta indecente do patrão Juliana  deixou claro que a sua dignidade não tinha preço e que não se venderia por nada. Essa resposta não foi suficiente. As investidas do chefe continuaram. Num dia normal de trabalho o chefe chamou-a e declarou-se apaixonado por ela. Deu um mês para que Juliana pensasse no "assunto” e ao mesmo tempo prometeu fazer-lhe um aumento salarial e dar-lhe dinheiro para tratar a carta de condução. Além de outros mimos. Juliana rejeitou a proposta e foi despedida "sem justa causa”, para espanto de todos os funcionários. Com receio de represálias Juliana preferiu não contar a verdade à patroa.

Mesmo ainda a trabalhar no restaurante Juliana recebera várias propostas de emprego, com salários melhores, mas declinara. "Ganhava 30 mil kwanzas e nos finais de semana recebia um adicional da minha patroa, pelas horas extras, de cinco mil, com direito a compras. Sentia-me estável”.
Depois de alguns meses a patroa contactou-a para saber das verdadeiras razões pelas quais foi despedida pelo marido, mas Juliana, "por consideração a ela”, segundo disse ao Jornal de Angola, não disse a verdade. "Contei apenas ao meu marido, que ficou muito zangado. Chegamos mesmo a ir fazer uma queixa às autoridades, mas desisti de dar continuidade ao processo para evitar problemas na vida do casal”.

Em 2014 Juliana mudou-se para o Zango, onde arranjou um emprego numa esplanada, que depois foi transformda numa padaria. Com um salário de 28 mil kwanzas, trabalhou lá dois anos. Grávida e dada a natureza do emprego desistiu, deixando a vaga para uma prima. Para desgraça do casal, a dona da casa onde viviam na renda decidiu vendê-la com eles lá dentro. Com poucos recursos, decidiram procurar um outro espaço. No novo lar, antes de terminar a renda foram "esforçados” a abandonar a residência por "mau comportamento do senhorio”. Juliana Lucas: "Ele tomava banho no quintal, drogava-se e fazia muita confusão”.

Sem alternativa vão morar numa das residências da sogra, no Calemba 2, onde permanecem actualmente. Juliana tentou mais alguns empregos em esplanadas, fez uma formação de educadora social, que a habilitou a trabalhar como babá no Kilamba e numa creche que viria a fechar por culpa da Covid-19. Com filhos para sustentar e marido desempregado, Juliana aceitou o convite de uma amiga para ser intermediária de compra e venda de casas, actividade que exerce até hoje. Com o prémio de um milhão ganho por constar do livro "Zunga pão rima com asfalto” ela pretende comprar um terreno e construir uma residência, "para dar melhor dignidade” aos seus filhos.   

Estímulo

Um milhão de kwanzas é o valor atribuído a cada uma das oitos zungueiras retratadas no livro "Zunga pão rima com asfalto”, uma oferta do patrocinador. Mas até aqui apenas quatro das oito zungueiras foram localizadas. (Grafamos acima zungueiras entre aspas porque decorridos 15 anos, e extrapolando o exemplo de "Nandinha dos Bolos” e "Juliana do Azul”, elas muito provavelmente terão deixado de exercer essa actividade)
Ao apresentar o livro em homenagem "às mulheres do asfalto e do areal” o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente Jomo Fortunato, na qualidade de crítico de arte, destacou o pendor humanista da colecção de textos, que "descrevem situações inusitadas para explicar o quotidiano das zungueiras”.

O acto de apresentação contou com a presença do ministro dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás Diamantino de Azevedo, do presidente do Conselho de Administração da Edições Novembro Victor Silva, além de jornalistas e escritores. O livro foi produzido em formato de revista, com recurso intensivo à fotografia como modo de expressão, sendo o resultado do trabalho de uma equipa integrada por 23 profissionais do Jornal de Angola, entre repórteres, editores de arte, designers e fotógrafos. Participaram do projecto Luís Fernando (coordenação editorial e textos), Caetano Júnior (revisão editorial e textos), Luísa Rogério, Altino Matos, Josina de Carvalho, Francisco Pedro, Graciete Mayer, Mateus Cavumbo, António Cassoma, Fátima Gougel e Vladimir Prata (textos). A edição e a capa estiveram sob a responsabilidade do jornalista Luiz António Bastos. Como paginadores participaram Noé Pungue, Alcreto Abílio, Arlete Messele, Pedro Simões, Vasco Guiwho, Albino Jorge, Adilson Santos e Miguel Manuel.  A área da fotografia esteve a cargo de Francisco Bernardo e Rogério Tuti. Teresa Alexandre encarregou-se da produção.                      

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