Opinião

23 de Março: uma celebração em contexto de grandes desafios

Sob proposta do Executivo, o dia 23 de Março foi adoptado, desde 2018, como feriado nacional, por ser o dia da Batalha do Cuito Cuanavale, considerado um dos mais sangrentos conflitos armados registados na parte subsariana do continente africano, concretamente, na Região Austral.

23/03/2024  Última atualização 09H00

É consensual que o 23 de Março de 1988 configura um marco indescretível que promoveu mudanças significativas na geografia da região da África Austral, com o pendor de acelerar o processo para a independência da Namíbia e a alteração da situação interna na África do Sul.

De forma primária, o valor da efeméride prende-se com a realidade de que os factos históricos não devem ser esquecidos. Pelo contrário, servem para a realização de uma necessária reflexão sobre os erros do passado, para que não se volte a cometer no presente.

Além da componente histórica e científica, a data reveste-se, igualmente, do valor supremo de permitir a observação de mudanças profundas na ordem política, económica e social, realidade que evoca uma acção colectiva de ovação à materialização da "profecia” de Agostinho Neto, quando defendeu que "Na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sui, está a continuação da nossa luta.

Infelizmente e de modo geral, África continua a registar retrocessos em vários dos seus Estados membros, que os levam a enfrentar enormes problemas sociais e económicos, retardando o crescimento e desenvolvimento sustentado. Logo, é, pois, uma celebração em contexto de grandes desafios.

Por esta e outras razões, a comemoração do Dia da Libertação da África Austral envolve, igualmente, o sentido de reconhecimento e homenagem aos Chefes de Estado africanos, que têm inscrito na agenda de prioridades o sentimento generalizado de alinhamento com a necessidade de verem banidas as disputas territoriais e políticas, as divergências entre grupos étnicos e religiosos, a ascensão de governos autoritários, o aumento da pobreza e da crise humanitária, entre outros.

Esta caracterização convida os líderes da África Austral a, juntos, trabalharem para o alcance de melhor desempenho em todos os sectores e, assim, abandonar a desprestigiante classificação de região menos desenvolvida que outras regiões africanas.

Neste espírito, seria ingrato não destacar o incansável contributo do Presidente João Lourenço para a pacificação do continente africano, com enfoque no conflito que dilacera o Leste da República de Angola, bem como a total condenação de aleterações de governos por via de golpes de Estado.

A postura do Estadista Angolano valeu a sua nomeação como Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação no continente africano, qualificação adoptada em declaração-conjunta na Cimeira sobre Terrorismo e Mudanças Inconstitucionais de Governos em África, na décima sexta Sessão Extraordinária da Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da SADC.

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