Entrevista

Entrevista

“A minha identificação é o semba porque é a minha essência”

Analtino Santos

Jornalista

No ano passado, Voto Gonçalves esteve muito activo, com várias actividades em palco, onde desfilou com os seus principais sucessos. António Jesus de Oliveira Gonçalves, de nome artístico Voto Gonçalves, é um artista que defende a música de raiz, mas aberto a outras sonoridades.

14/01/2024  Última atualização 09H34
© Fotografia por: Vigas da Purificação- Edições Novembro

 No início da carreira, pertenceu a bandas onde o Rock e o Soul eram determinantes, como os Rocks, Os Electrónicos, Rolling Stars e os New Lovers. Pela voz rouca, era conhecido como Tony Redding, em homenagem aonorte- americano Ottis Redding. A sua passagem para a música angolana de raiz acontece como que por chamamento dos ancestrais. É assim que  funda o conjunto Maka ku Muxima (Problemas da alma ou do coração). Posteriormente, grava e colabora com o conjunto Os Kiezos, Semba Tropical (1993), Banda Welwitschia (1996) e Banda TPA (2000). Participou no projecto "Pomba Branca”. Os seus principais sucessos podem ser encontrados e recuperados nos álbuns "Novos Tempos” (2002) e "Pão com Chouriço” (2010). Em 2017 surpreendeu o público ao lançar o  single "Ocipito” (Festa) com uma incursão ao Afro House. Ainda nesta onda, participou em "Encontro de Gerações”, um projecto da Arca Velha. Ao longo da carreira, actuou em Portugal, Moçambique, Cabo Verde, Alemanha, Coreia do Sul e Itália.q1

Uma breve apresentação de Voto Gonçalves…
Sou um jovem de 74 anos, mas ainda com muita pulungunza e energia para dar. Filho de Antero Gonçalves e de Maria da Conceição de Oliveira. Casado com Maria Fernanda Brás Martins Gonçalves, tenho três filhas e um filho. Sou bom rapaz e de nome de registo António de Jesus de Oliveira Gonçalves e quando cantava música moderna era o Tony Redding. Quanto à origem do nome Voto, eu nasci em 1949 e neste ano decorria um processo eleitoral na época colonial em que o voto era obrigatório. E como os meus pais tinham de votar, aí surgiu o nome.Esta é a primeira versão. A outra é pelo facto de a minha mãe ser devota da Muxima e fazer as suas preces. Nasci no Marçal, de onde saí aos seis anos para o bairro Cruzeiro e também convivi no Bairro Operário.

Como a música entra na vida de Voto Gonçalves?
Aos 12 anos de idade, comecei a minha manifestação artística com instrumentos de percussão no bairro Cruzeiro e tive uma grande influência do meu pai, porque ele estudou no seminário católico, onde aprendeu música e outros ofícios. Ele tocava violino e bandolim para nos fazer adormecer. Foi seminarista, porque a minha avó não permitiu que o meu avô, um empresário português, o levasse embora para Lisboa.

Fale da sua passagem pela chamada música moderna…
Comecei a cantar Otis Redding e chamavam-me Tony Redding pela semelhança e rouquidão na voz. E como as moças gostavam também, era tratado por Tony das Garotas. Estamos entre 1965 e 1969 e eu estava muito ligado à música Pop-Rock e nesta fase o Vum Vum estava em destaque e influenciou-me, porque ele cantava com Os Electrónicos. Tinha uma voz portentosa, por isso tenho um grande apreço por ele. Quero aqui revelar que a minha relação com Jerónimo Belo foi determinante na minha aprendizagem de guitarra ritmo e baixo. Tinha outros amigos e colegas como o Zé Andrade, nesta passagem pela música espiritual negra americana, mas depois, de 1969 a 1973, já estou numa outra faceta. Deixei o universo da música Pop, a chamada moderna, e entro num segmento artístico mais ligado à música luandense e é assim que naquela altura eu fundo, em 1970 ou 1971, o conjunto Maka ku Muxima.

E marca a primeira viragem da carreira artística de Voto Gonçalves?
Eu estava enquadrado no R20 depois de ter feito o curso em Nova Lisboa e foi na Muxima, em contacto com outros músicos militares, que fundo o grupo. Éramos o Manuelito, na guitarra ritmo e baixo, Fute Buza e Gimba como vocalistas, Lombinho no bate-bate, Mila nos tambores e Perinha na dikanza. Com este grupo gravei nos Estúdios Norte o disco de vinil com dois temas, "Ngui banza Teté” e "Chico Zé”. Fiquei até 1973. Depois da vida militar, enquadrei-me nos Kiezos, onde fiz a grande viragem e fiquei mais ligado à música de raiz angolana. No entanto, estou muito orgulhoso do Maka ku Muxima, porque já tinha uma afeição pelo Duia, Zé Keno, Marito e outros guitarristas que me influenciaram e nesta fase começava a tentar copiar o que eles tocavam. Devo reconhecer que quando gravei no Maka ku Muxima, na guitarra do Zé Keno tive dificuldades em tocar, porque ele tinha uma afinação diferente, só dele.

Curioso e mais uma vez um cantor de música angolana fala que a passagem pela tropa colonial foi determinante na sua mudança para os ritmos nacionais...
Isso deve-se ao seguinte: Somos produtos do local e do meio onde vivemos, lá adquirimos determinados hábitos e costumes. Por exemplo, no meu caso, no Cruzeiro, a envolvência da juventude era a música moderna e estava mais exposto a ela, porque eu cresci nos musseques até aos cinco anos. Já na vida militar tenho outro ambiente, por exemplo, o Manuelito no ritmo e baixo tocava música angolana nos Giendas e os outros colegas também estavam enquadrados.

Como entra na canção de intervenção política?
Quando o nosso Presidente Neto decretou que na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul estava a continuação da nossa luta e que tínhamos um papel importante para a libertação dos povos de África e de outras partes do mundo, tudo aquilo serviu de motivação para compor, enquanto artista. Com toda esta envolvência, também ligada à revolução, concebi o "Kolenú África”, "Ngola Yami” e mais tarde o "Kilamba Neto”. O primeiro, "Kolenú África”, retrata a necessidade de os povos do continente se libertarem do jugo colonial. No "Ngola Yami” falo do amor à nossa terra que, graças ao sangue vertido pelos heróis, foi possível alcançarmos a independência e sair das agruras do colonialismo. O "Kilamba Neto” surgiu depois da morte do nosso Presidente e, na altura, senti-me motivado porque foi um acontecimento muito sentido por todos. E eu disse que o povo está com Neto. Estes são temas que me tocaram bastante. Em síntese é o que espelham estes temas que ainda hoje são apreciados.

Nessa fase está integrado nos Kiezos?
Como disse, depois de sair da tropa portuguesa e ter estado no Maka ku Muxima, colaborei com Os Kiezos durante três anos, o que marcou profundamente a minha carreira musical. Foi nesta fase que passei a fazer canção política e com estes temas penso que também marquei uma determinada época da minha vida artística. Os Kiezos estavam na mó de cima com Marito, Juventino, Fausto Lemos e outros. Foi nos estúdios da CT1 da Rádio Nacional de Angola que gravamos "Kolenu África”, "Ngola Yami” e mais tarde, em 1979 ou 1980, o "Kilamba Neto”. Quero partilhar uma história na música de intervenção. Eu toco baixo e ritmo porque fazia as marcações e os tempos certos. No dia da gravação do "Kilamba,” faltava o guitarra baixo e eu tive de tocar porque doutro modo não aconteceria, porque antigamente o grupo tinha de estar completo no estúdio. Nas outras músicas, eu toquei ritmo.

Podemos considerar que o conjunto do Marçal foi determinante na sua carreira musical?
Sim e agradeço muito, porque a minha passagem pelos Kiezos consolidou a minha carreira como cantor individual. Deixei de tocar guitarra e foi uma escola muito importante, porque o nosso saudoso Juventino gostava de sentir-se envolvido pelos cantores. Ele fez-me o convite e na altura também fez ao Carlos Burity, Tony do Fumo, António Paulino, Zeca Torres, Lino da Popa,  e assim passei a cantor a solo. Depois colaborei com os Merengues, Jovens do Prenda e outros conjuntos. Nos Merengues, encontrei o maestro Carlitos Vieira Dias, Mário Fernandes, Vate Costa, Mulato, Betinho Feijó, Dinho Silva, Moreira Filho e outros. Com esta formação ficou marcada a gravação do "Caminho Incerto”, onde o Betinho Feijó, já criativo, fez uma brincadeira com a guitarra ritmo. Tem ainda o "Zakumba”, todas em fita magnética.

"Zakumba” foi o tema da sua consagração como showman?
Obrigado pelo elogio, porque depois me tornei mesmo um showman. "Zakumba” tem a  letra de Xabanú e eu com os meus conhecimentos de guitarra fiz a música. A malha de sopros foi idealizada por mim e sinto orgulho de ter feito estes arranjos e criações. Claro que posso ter sofrido várias influências porque estamos em contacto com outros povos e culturas e, portanto, o intercâmbio é recíproco.

Com "ZaKumba” as actividades culturais não faltavam…
É verdade. Eu lembro quando fomos a Kinshasa, capital do então Zaíre, hoje RDC, nos temas "Zenu Boba” e "Zakumba” o público levantou-se e carregou-me nos ombros. Foi um momento histórico da minha vida. Depois fomos à União Soviética cantar no Festival Mundial da Juventude e Estudantes. Lembro-me que uma turca quando me ouviu a cantar "Ngola Yami” começou a chorar, porque sentiu a música de maneira profunda. "Zenu Boba” também teve o seu impacto, é outra composição da autoria de Xabanu, é uma dança típica em que as mulheres aparecem grávidas com vestidos grandes.

Foi nesta fase, com a carreira em alta, que teve o acidente em palco…
Foi em 1987 quando aconteceu o acidente em Portugal. O Presidente José Eduardo dos Santos faria uma visita de sete dias e nós adiantamos para fazer espectáculos em Lisboa e no Porto. Fez-se no Teatro Rivoli, a sala estava a ser objecto de uma pequena remodelação no palco e no dia do espectáculo, durante a actuação, reparei que o alçapão que estava para orientar não tinha condições. Foi assim que caí, quando vi os tubos eléctricos e saltei quase quatro metros debaixo do palco. Foi uma queda terrível e fiquei entre o palco e a plateia, fracturei o planalto tibial e os joelhos e até hoje tenho sequelas. Na altura, nas viagens, não tínhamos seguro de saúde, senão receberia uma indemnização e quem deveria tratar disso era o Estado, porque foi uma viagem em serviço. Eu era um dos artistas mais populares, por isso estava programado que faria o fecho do espectáculo em apoteose. Na altura estava a cantar uma rapsódia, onde constava o "Mama Lalá”, acompanhado pelo Semba Tropical , integrado por grandes figuras e destaco aqui Carlitos Vieira Dias e Botto Trindade em palco. Quem concluiu a minha participação foi o falecido Zé Kafala, porque fui levado para o hospital com a perna ao contrário, com fractura e muita dor. Fizeram os primeiros socorros no Porto e depois fui para Lisboa, onde fiquei perto de um ano em tratamento. Foi um período difícil.

Esteve muito activo em 2023. Podemos falar de disco para este ano?
Seria prematuro falar em fazer mais discos, porque actualmente pouco se vende. Agora penso é apostar noutras tecnologias, porque temos de acompanhar a dinâmica da vida e nós não podemos ficar para trás. Estou pronto a receber propostas neste sentido, que serão analisadas. Mas ainda estou pensativo, porque tenho obras que quero gravar e tenho de reflectir muito, por isso prefiro não avançar nada. Vamos deixar, o tempo dirá por si, porque de momento apenas estou preocupado com os palcos.

Mas em palco uma das apreciações feitas aos músicos é que não apresentam temas novos…
Tenho os meus discos gravados e como a maior parte dos artistas com obras, as músicas não se ouvem e não é justo. Eu pergunto onde está a política cultural sobre a divulgação das nossas músicas? Sentimos que as músicas que a gente produz pouco se toca nas rádios, temos de pagar? Mas deve haver contrapartida, porque dos direitos de autor a gente ainda colhe pouco. É preciso que se dê oportunidade para todos os músicos, porque uns são apoiados e outros não. Digo isto com uma certa tristeza, então como vou cantar músicas novas se não são divulgadas? Vou para uma actividade e tenho de cantar os mesmos temas porque as rádios não divulgam.

Como contornar isso?
Temos de nos valer das redes sociais para divulgar o nosso trabalho. Ainda agora, com o Didi Murras, temos feito isto nas plataformas digitais. Este novo trabalho do "Onangombe” foi introduzido nas redes sociais.

Tem feito muitas colaborações com jovens e fora da sua zona de conforto?
Sim e tenho sido bem recebido pelas novas gerações. E já não sou bem recebido pelos mais velhos. Alguns não gostam muito, mas esquecem-se que antes de passarem pela música angolana também interpretavam músicas estrangeiras, como a brasileira. Eu cantava Otis Redding. As influências são necessárias, porque eu posso utilizar a essência da nossa música com harmonias diferentes, mas sem perder as origens, até posso cantar com tonalidades e dissonâncias muito fortes, mas sem perder as origens que estão na dikanza, nas ngomas, na puita, etc., etc.

"Onomgombe” e "Ocipito”, agora solicitadas por jovens, são recolhas tradicionais…
Olha, o músico por natureza deve pesquisar. E foi dentro deste prisma que quando fui destacado para cumprir uma missão de serviço na Humpata, como as pessoas sabiam que eu também estava ligado à música, falamos com o responsável da Cultura na Huíla  e fui ao campo, junto das comunidades. Assim vem o "Ocipito” em função do impacto do "Onongombe”, depois as pessoas  começaram a pedir-me para fazer versões. Um deles foi o Dj Furreta que fez a pressão, porque tinha um afrobeat que pretendia lançar. Penso que devemos valorizar as línguas nacionais, mas só se ouve o Kimbundu. Nela eu canto em Nyanheka-Humbe da região de Holelo. Este tema teve muita repercussão. Depois surgiu o Didi Murras, agora Papoite Hora H. Ele pediu-me para fazer uma nova versão e prontamente autorizei, mas não quis interferir porque esperava algo com a alma de um jovem e sentir a criatividade dos mais novos e saiu esta versão que está a ser bem recebida.

Antes trabalhou com os The Groove…
Isto faz parte da minha natureza, eu tenho um princípio: não gosto de guardar as coisas comigo. E quando vejo alguém interessado numa obra minha eu não me sinto bem dizer não, porque o meu coração não fica tranquilo. Apenas peço que preservem os direitos de autor e dou a liberdade na criatividade, apesar de ter a essência do Voto, mas que seja algo com impacto, porque eu sou um homem que gosto de fazer tudo com impacto. Fiquei muito satisfeito por partilhar com os mais novos e também por ter colhido experiências e aprendido com eles, foi uma permuta salutar. Quando cantei o Afrobeat, para muita gente, em especial para alguns colegas kotas, fez-lhes confusão, mas devemos pensar assim: a música na vida é como uma janela aberta e não nos podemos fechar e ficar apenas no Semba. Devemos conviver com outros ritmos, porque é esta diversidade que traz a riqueza cultural e eu, Voto Gonçalves, reconheço qualquer música e posso interpretar outros estilos musicais, mas a identificação é o Semba, porque é a minha essência. Não vou deixar de ser o Voto Gonçalves por cantar Afrobeat ou um estilo diferente, é sempre o mesmo Voto que gosta da música angolana e pelo facto de partilhar com a juventude não perco a minha personalidade. Um outro facto é que isto me aproxima a um público mais jovem.

As ketas que marcam a carreira  

"Esperança do Amanhã” - As minhas músicas são todas muito equilibradas, quer na rítmica, quer no conteúdo, por isso para mim todas são marcantes. Por exemplo o "Esperança do Amanhã” foi um tema que eu compus nos bancos do jardim do Miramar, na altura estávamos no processo do fim da guerra, com os Acordos de Paz de Bicesse. Marca porque eu lanço este tema de esperança, que a vida um dia há-de melhorar porque estávamos cansados de guerra. Ela surgiu em função da euforia que estava a ser vivida e quando começou a tocar nas rádios, ficou dois meses no Top da RDP África. Depois o "Esperança do Amanhã” foi colocado numa colectânea de música dos PALOP, o que foi motivo de grande orgulho. Digo que foi o reconhecimento por aquilo que eu fiz, a letra teve um impacto que tocou nas pessoas e não desaparece facilmente, o que espelha a importância desta obra musical.

"Caminho Incerto” - É um tema que marca muito a minha carreira artística, um tema de amor que foi incompreendido (como sendo de crítica social) e está no disco "Pão com chouriço” na versão do Mário Garnacho. A original eu toquei com Os Merengues. A letra é de João Barros e quando ele entregou-me a letra com o objectivo de musicar, apenas concebi as harmonias graças aos conhecimentos que tinha de guitarra. Eu interpretei como um tema de amor, agora as pessoas que quiserem tirar ilações do conteúdo são livres de o fazer. Mas eu quando cantei, e falo de uma forma franca e honesta, foi como um tema de alguém que se sentiu enganado; é triste quando amamos alguém e  não somos reconhecidos e eu interiorizei isto.

"Nesta estrada tão longa / Tudo parece não ter fim / Nesta tarde chuvosa / O tormento veio até mim / Não é a chuva que incomoda / Nem a estrada por ser longa / o que dói é esta dor / que de novo acordou / tento fugir de tanta dor / com este agir, nada vai mudar / Em todo este caminho / tudo é tão triste / Embora eu vá sorrindo / Embora eu siga incerto / Porém não voltarei atrás / Tento fugir de tanta dor / porque você, meu bem, jamais me amará  / Tento fugir de tanta dor / com este agir, nada vai mudar, nada vai mudar”.

"Nga Bite Mwa Leba” - É uma parceria com o Candinho. Quando viajávamos para o Rio de Janeiro ele sentou-se ao meu lado e durante o voo lamentava da vida. Ele falava de tanta maldade, de forças ocultas e isto tocou-me porque eu já tinha concebido uma melodia e a letra encaixou-se bem no que eu já tinha feito. Depois, quando cheguei ao Semba Tropical, o Botto Trindade, um exímio guitarrista, gravou de forma extraordinária e foi algo impactante como ele interiorizou o solo e até agora as pessoas dizem que "Nga Bite Mwa Leba” é um lamento que fica na história.

"Pão com Chouriço” – Olha, o Semba Tropical teve várias formações. Os irmãos Marico Pereira de Sá e Tony Sá que tinham a letra pediram-me para cantar a música, tudo por causa da minha voz rouca. O Semba Tropical fez os arranjos e toda a gravação, que foi feita na CT1. A música tem a ver com as vivências do nosso estilo de vida nos anos 80 e 90. A cultura com as nossas farras de quintal, as festas de contribuições e não só. O artista é observador e na altura as farras eram com os sucessos dos Kassav e Zouk, por isso eles fizeram esta composição. Que ficou bem enquadrada para o momento com música, bebida em abundância mas há um momento em que a comida não era suficiente, por isso pedem à Mana Mena para servir pão com chouriço. Este é outro tema muito importante na minha carreira artística por tocar no âmago das pessoas, pelo impacto, mas é importante que saibam, eu apenas sou o intérprete.

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