Em entrevista ao Jornal de Angola, a Subcomissária Teresa Márcia, 2ª Comandante Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), que atende a área Operativa, falou sobre a operacionalidade e a actuação deste órgão do Ministério do Interior responsável pela salvaguarda da vida dos cidadãos e seus bens patrimoniais.E como não podia deixar de ser, falou do seu sonho antigo e concretizado de ser bombeira e dos desafios que as mulheres enfrentam nessa nobre profissão
A ministra das Finanças chefiou uma delegação angolana que participou, desde segunda-feira passada até domingo, em Washington, nas reuniões de Primeira do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Rádio Nacional e ao Jornal de Angola, Vera Daves de Sousa fez um balanço positivo das reuniões – oitenta, no total –, sendo que, numa delas, desafiou a Cooperação Financeira Internacional (IFC) a ser mais agressiva e ousada na sua actuação no mercado angolano. O vice-presidente da IFC respondeu prontamente ao desafio, dizendo que até está a contar ter um representante somente focado em Angola e não mais a partilhar atenção com outros países vizinhos na condução local do escritório do IFC. Siga a entrevista.
No ano passado, Voto Gonçalves esteve muito activo, com várias actividades em palco, onde desfilou com os seus principais sucessos. António Jesus de Oliveira Gonçalves, de nome artístico Voto Gonçalves, é um artista que defende a música de raiz, mas aberto a outras sonoridades.
No início da carreira, pertenceu a bandas onde o Rock e o Soul eram determinantes, como os Rocks, Os Electrónicos, Rolling Stars e os New Lovers. Pela voz rouca, era conhecido como Tony Redding, em homenagem aonorte- americano Ottis Redding. A sua passagem para a música angolana de raiz acontece como que por chamamento dos ancestrais. É assim que funda o conjunto Maka ku Muxima (Problemas da alma ou do coração). Posteriormente, grava e colabora com o conjunto Os Kiezos, Semba Tropical (1993), Banda Welwitschia (1996) e Banda TPA (2000). Participou no projecto "Pomba Branca”. Os seus principais sucessos podem ser encontrados e recuperados nos álbuns "Novos Tempos” (2002) e "Pão com Chouriço” (2010). Em 2017 surpreendeu o público ao lançar o single "Ocipito” (Festa) com uma incursão ao Afro House. Ainda nesta onda, participou em "Encontro de Gerações”, um projecto da Arca Velha. Ao longo da carreira, actuou em Portugal, Moçambique, Cabo Verde, Alemanha, Coreia do Sul e Itália.q1
Uma breve apresentação de
Voto Gonçalves…
Sou um jovem de 74 anos, mas
ainda com muita pulungunza e energia para dar. Filho de Antero Gonçalves e de Maria
da Conceição de Oliveira. Casado com Maria Fernanda Brás Martins Gonçalves,
tenho três filhas e um filho. Sou bom rapaz e de nome de registo António de
Jesus de Oliveira Gonçalves e quando cantava música moderna era o Tony Redding.
Quanto à origem do nome Voto, eu nasci em 1949 e neste ano decorria um processo
eleitoral na época colonial em que o voto era obrigatório. E como os meus pais
tinham de votar, aí surgiu o nome.Esta é a primeira versão. A outra é pelo
facto de a minha mãe ser devota da Muxima e fazer as suas preces. Nasci no
Marçal, de onde saí aos seis anos para o bairro Cruzeiro e também convivi no
Bairro Operário.
Como a música entra na vida
de Voto Gonçalves?
Aos 12 anos de idade,
comecei a minha manifestação artística com instrumentos de percussão no bairro
Cruzeiro e tive uma grande influência do meu pai, porque ele estudou no
seminário católico, onde aprendeu música e outros ofícios. Ele tocava violino e
bandolim para nos fazer adormecer. Foi seminarista, porque a minha avó não permitiu
que o meu avô, um empresário português, o levasse embora para Lisboa.
Fale da sua passagem pela
chamada música moderna…
Comecei a cantar Otis
Redding e chamavam-me Tony Redding pela semelhança e rouquidão na voz. E como
as moças gostavam também, era tratado por Tony das Garotas. Estamos entre 1965
e 1969 e eu estava muito ligado à música Pop-Rock e nesta fase o Vum Vum estava
em destaque e influenciou-me, porque ele cantava com Os Electrónicos. Tinha uma
voz portentosa, por isso tenho um grande apreço por ele. Quero aqui revelar que
a minha relação com Jerónimo Belo foi determinante na minha aprendizagem de
guitarra ritmo e baixo. Tinha outros amigos e colegas como o Zé Andrade, nesta
passagem pela música espiritual negra americana, mas depois, de 1969 a 1973, já
estou numa outra faceta. Deixei o universo da música Pop, a chamada moderna, e
entro num segmento artístico mais ligado à música luandense e é assim que
naquela altura eu fundo, em 1970 ou 1971, o conjunto Maka ku Muxima.
E marca a primeira viragem
da carreira artística de Voto Gonçalves?
Eu estava enquadrado no R20
depois de ter feito o curso em Nova Lisboa e foi na Muxima, em contacto com
outros músicos militares, que fundo o grupo. Éramos o Manuelito, na guitarra
ritmo e baixo, Fute Buza e Gimba como vocalistas, Lombinho no bate-bate, Mila
nos tambores e Perinha na dikanza. Com este grupo gravei nos Estúdios Norte o
disco de vinil com dois temas, "Ngui banza Teté” e "Chico Zé”. Fiquei até 1973.
Depois da vida militar, enquadrei-me nos Kiezos, onde fiz a grande viragem e
fiquei mais ligado à música de raiz angolana. No entanto, estou muito orgulhoso
do Maka ku Muxima, porque já tinha uma afeição pelo Duia, Zé Keno, Marito e
outros guitarristas que me influenciaram e nesta fase começava a tentar copiar
o que eles tocavam. Devo reconhecer que quando gravei no Maka ku Muxima, na
guitarra do Zé Keno tive dificuldades em tocar, porque ele tinha uma afinação
diferente, só dele.
Curioso e mais uma vez um
cantor de música angolana fala que a passagem pela tropa colonial foi
determinante na sua mudança para os ritmos nacionais...
Isso deve-se ao seguinte:
Somos produtos do local e do meio onde vivemos, lá adquirimos determinados
hábitos e costumes. Por exemplo, no meu caso, no Cruzeiro, a envolvência da
juventude era a música moderna e estava mais exposto a ela, porque eu cresci
nos musseques até aos cinco anos. Já na vida militar tenho outro ambiente, por
exemplo, o Manuelito no ritmo e baixo tocava música angolana nos Giendas e os
outros colegas também estavam enquadrados.
Como entra na canção de intervenção política?
Quando o nosso Presidente
Neto decretou que na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul estava a
continuação da nossa luta e que tínhamos um papel importante para a libertação
dos povos de África e de outras partes do mundo, tudo aquilo serviu de
motivação para compor, enquanto artista. Com toda esta envolvência, também
ligada à revolução, concebi o "Kolenú África”, "Ngola Yami” e mais tarde o
"Kilamba Neto”. O primeiro, "Kolenú África”, retrata a necessidade de os povos
do continente se libertarem do jugo colonial. No "Ngola Yami” falo do amor à
nossa terra que, graças ao sangue vertido pelos heróis, foi possível
alcançarmos a independência e sair das agruras do colonialismo. O "Kilamba
Neto” surgiu depois da morte do nosso Presidente e, na altura, senti-me
motivado porque foi um acontecimento muito sentido por todos. E eu disse que o
povo está com Neto. Estes são temas que me tocaram bastante. Em síntese é o que
espelham estes temas que ainda hoje são apreciados.
Nessa fase está integrado
nos Kiezos?
Como disse, depois de sair
da tropa portuguesa e ter estado no Maka ku Muxima, colaborei com Os Kiezos
durante três anos, o que marcou profundamente a minha carreira musical. Foi
nesta fase que passei a fazer canção política e com estes temas penso que
também marquei uma determinada época da minha vida artística. Os Kiezos estavam
na mó de cima com Marito, Juventino, Fausto Lemos e outros. Foi nos estúdios da
CT1 da Rádio Nacional de Angola que gravamos "Kolenu África”, "Ngola Yami” e
mais tarde, em 1979 ou 1980, o "Kilamba Neto”. Quero partilhar uma história na
música de intervenção. Eu toco baixo e ritmo porque fazia as marcações e os
tempos certos. No dia da gravação do "Kilamba,” faltava o guitarra baixo e eu
tive de tocar porque doutro modo não aconteceria, porque antigamente o grupo
tinha de estar completo no estúdio. Nas outras músicas, eu toquei ritmo.
Podemos considerar que o
conjunto do Marçal foi determinante na sua carreira musical?
Sim e agradeço muito, porque
a minha passagem pelos Kiezos consolidou a minha carreira como cantor
individual. Deixei de tocar guitarra e foi uma escola muito importante, porque
o nosso saudoso Juventino gostava de sentir-se envolvido pelos cantores. Ele
fez-me o convite e na altura também fez ao Carlos Burity, Tony do Fumo, António
Paulino, Zeca Torres, Lino da Popa, e
assim passei a cantor a solo. Depois colaborei com os Merengues, Jovens do
Prenda e outros conjuntos. Nos Merengues, encontrei o maestro Carlitos Vieira
Dias, Mário Fernandes, Vate Costa, Mulato, Betinho Feijó, Dinho Silva, Moreira
Filho e outros. Com esta formação ficou marcada a gravação do "Caminho
Incerto”, onde o Betinho Feijó, já criativo, fez uma brincadeira com a guitarra
ritmo. Tem ainda o "Zakumba”, todas em fita magnética.
"Zakumba” foi o tema da sua
consagração como showman?
Obrigado pelo elogio, porque
depois me tornei mesmo um showman. "Zakumba” tem a letra de Xabanú e eu com os meus
conhecimentos de guitarra fiz a música. A malha de sopros foi idealizada por
mim e sinto orgulho de ter feito estes arranjos e criações. Claro que posso ter
sofrido várias influências porque estamos em contacto com outros povos e
culturas e, portanto, o intercâmbio é recíproco.
Com "ZaKumba” as actividades
culturais não faltavam…
É verdade. Eu lembro quando
fomos a Kinshasa, capital do então Zaíre, hoje RDC, nos temas "Zenu Boba” e
"Zakumba” o público levantou-se e carregou-me nos ombros. Foi um momento
histórico da minha vida. Depois fomos à União Soviética cantar no Festival
Mundial da Juventude e Estudantes. Lembro-me que uma turca quando me ouviu a
cantar "Ngola Yami” começou a chorar, porque sentiu a música de maneira
profunda. "Zenu Boba” também teve o seu impacto, é outra composição da autoria
de Xabanu, é uma dança típica em que as mulheres aparecem grávidas com vestidos
grandes.
Foi nesta fase, com a
carreira em alta, que teve o acidente em palco…
Foi em 1987 quando aconteceu
o acidente em Portugal. O Presidente José Eduardo dos Santos faria uma visita
de sete dias e nós adiantamos para fazer espectáculos em Lisboa e no Porto.
Fez-se no Teatro Rivoli, a sala estava a ser objecto de uma pequena remodelação
no palco e no dia do espectáculo, durante a actuação, reparei que o alçapão que
estava para orientar não tinha condições. Foi assim que caí, quando vi os tubos
eléctricos e saltei quase quatro metros debaixo do palco. Foi uma queda
terrível e fiquei entre o palco e a plateia, fracturei o planalto tibial e os
joelhos e até hoje tenho sequelas. Na altura, nas viagens, não tínhamos seguro
de saúde, senão receberia uma indemnização e quem deveria tratar disso era o
Estado, porque foi uma viagem em serviço. Eu era um dos artistas mais
populares, por isso estava programado que faria o fecho do espectáculo em
apoteose. Na altura estava a cantar uma rapsódia, onde constava o "Mama Lalá”,
acompanhado pelo Semba Tropical , integrado por grandes figuras e destaco aqui
Carlitos Vieira Dias e Botto Trindade em palco. Quem concluiu a minha
participação foi o falecido Zé Kafala, porque fui levado para o hospital com a
perna ao contrário, com fractura e muita dor. Fizeram os primeiros socorros no
Porto e depois fui para Lisboa, onde fiquei perto de um ano em tratamento. Foi
um período difícil.
Esteve muito activo em 2023.
Podemos falar de disco para este ano?
Seria prematuro falar em
fazer mais discos, porque actualmente pouco se vende. Agora penso é apostar
noutras tecnologias, porque temos de acompanhar a dinâmica da vida e nós não
podemos ficar para trás. Estou pronto a receber propostas neste sentido, que
serão analisadas. Mas ainda estou pensativo, porque tenho obras que quero
gravar e tenho de reflectir muito, por isso prefiro não avançar nada. Vamos
deixar, o tempo dirá por si, porque de momento apenas estou preocupado com os
palcos.
Mas em palco uma das
apreciações feitas aos músicos é que não apresentam temas novos…
Tenho os meus discos
gravados e como a maior parte dos artistas com obras, as músicas não se ouvem e
não é justo. Eu pergunto onde está a política cultural sobre a divulgação das
nossas músicas? Sentimos que as músicas que a gente produz pouco se toca nas
rádios, temos de pagar? Mas deve haver contrapartida, porque dos direitos de
autor a gente ainda colhe pouco. É preciso que se dê oportunidade para todos os
músicos, porque uns são apoiados e outros não. Digo isto com uma certa
tristeza, então como vou cantar músicas novas se não são divulgadas? Vou para
uma actividade e tenho de cantar os mesmos temas porque as rádios não divulgam.
Como contornar isso?
Temos de nos valer das redes
sociais para divulgar o nosso trabalho. Ainda agora, com o Didi Murras, temos
feito isto nas plataformas digitais. Este novo trabalho do "Onangombe” foi
introduzido nas redes sociais.
Tem feito muitas
colaborações com jovens e fora da sua zona de conforto?
Sim e tenho sido bem
recebido pelas novas gerações. E já não sou bem recebido pelos mais velhos.
Alguns não gostam muito, mas esquecem-se que antes de passarem pela música
angolana também interpretavam músicas estrangeiras, como a brasileira. Eu
cantava Otis Redding. As influências são necessárias, porque eu posso utilizar
a essência da nossa música com harmonias diferentes, mas sem perder as origens,
até posso cantar com tonalidades e dissonâncias muito fortes, mas sem perder as
origens que estão na dikanza, nas ngomas, na puita, etc., etc.
"Onomgombe” e "Ocipito”,
agora solicitadas por jovens, são recolhas tradicionais…
Olha, o músico por natureza
deve pesquisar. E foi dentro deste prisma que quando fui destacado para cumprir
uma missão de serviço na Humpata, como as pessoas sabiam que eu também estava
ligado à música, falamos com o responsável da Cultura na Huíla e fui ao campo, junto das comunidades. Assim
vem o "Ocipito” em função do impacto do "Onongombe”, depois as pessoas começaram a pedir-me para fazer versões. Um
deles foi o Dj Furreta que fez a pressão, porque tinha um afrobeat que
pretendia lançar. Penso que devemos valorizar as línguas nacionais, mas só se
ouve o Kimbundu. Nela eu canto em Nyanheka-Humbe da região de Holelo. Este tema
teve muita repercussão. Depois surgiu o Didi Murras, agora Papoite Hora H. Ele
pediu-me para fazer uma nova versão e prontamente autorizei, mas não quis
interferir porque esperava algo com a alma de um jovem e sentir a criatividade
dos mais novos e saiu esta versão que está a ser bem recebida.
Antes trabalhou com os The Groove…
Isto faz parte da minha
natureza, eu tenho um princípio: não gosto de guardar as coisas comigo. E
quando vejo alguém interessado numa obra minha eu não me sinto bem dizer não,
porque o meu coração não fica tranquilo. Apenas peço que preservem os direitos
de autor e dou a liberdade na criatividade, apesar de ter a essência do Voto,
mas que seja algo com impacto, porque eu sou um homem que gosto de fazer tudo
com impacto. Fiquei muito satisfeito por partilhar com os mais novos e também
por ter colhido experiências e aprendido com eles, foi uma permuta salutar.
Quando cantei o Afrobeat, para muita gente, em especial para alguns colegas
kotas, fez-lhes confusão, mas devemos pensar assim: a música na vida é como uma
janela aberta e não nos podemos fechar e ficar apenas no Semba. Devemos
conviver com outros ritmos, porque é esta diversidade que traz a riqueza
cultural e eu, Voto Gonçalves, reconheço qualquer música e posso interpretar
outros estilos musicais, mas a identificação é o Semba, porque é a minha
essência. Não vou deixar de ser o Voto Gonçalves por cantar Afrobeat ou um
estilo diferente, é sempre o mesmo Voto que gosta da música angolana e pelo
facto de partilhar com a juventude não perco a minha personalidade. Um outro
facto é que isto me aproxima a um público mais jovem.
As ketas que marcam a carreira
"Esperança do Amanhã” - As minhas músicas são todas muito equilibradas, quer na rítmica, quer no conteúdo, por isso para mim todas são marcantes. Por exemplo o "Esperança do Amanhã” foi um tema que eu compus nos bancos do jardim do Miramar, na altura estávamos no processo do fim da guerra, com os Acordos de Paz de Bicesse. Marca porque eu lanço este tema de esperança, que a vida um dia há-de melhorar porque estávamos cansados de guerra. Ela surgiu em função da euforia que estava a ser vivida e quando começou a tocar nas rádios, ficou dois meses no Top da RDP África. Depois o "Esperança do Amanhã” foi colocado numa colectânea de música dos PALOP, o que foi motivo de grande orgulho. Digo que foi o reconhecimento por aquilo que eu fiz, a letra teve um impacto que tocou nas pessoas e não desaparece facilmente, o que espelha a importância desta obra musical.
"Caminho Incerto” - É um tema que marca muito a minha carreira artística, um tema de amor que foi incompreendido (como sendo de crítica social) e está no disco "Pão com chouriço” na versão do Mário Garnacho. A original eu toquei com Os Merengues. A letra é de João Barros e quando ele entregou-me a letra com o objectivo de musicar, apenas concebi as harmonias graças aos conhecimentos que tinha de guitarra. Eu interpretei como um tema de amor, agora as pessoas que quiserem tirar ilações do conteúdo são livres de o fazer. Mas eu quando cantei, e falo de uma forma franca e honesta, foi como um tema de alguém que se sentiu enganado; é triste quando amamos alguém e não somos reconhecidos e eu interiorizei isto.
"Nesta estrada tão longa / Tudo parece não ter fim / Nesta tarde chuvosa / O tormento veio até mim / Não é a chuva que incomoda / Nem a estrada por ser longa / o que dói é esta dor / que de novo acordou / tento fugir de tanta dor / com este agir, nada vai mudar / Em todo este caminho / tudo é tão triste / Embora eu vá sorrindo / Embora eu siga incerto / Porém não voltarei atrás / Tento fugir de tanta dor / porque você, meu bem, jamais me amará / Tento fugir de tanta dor / com este agir, nada vai mudar, nada vai mudar”.
"Nga Bite Mwa Leba” - É uma parceria com o Candinho. Quando viajávamos para o Rio de Janeiro ele sentou-se ao meu lado e durante o voo lamentava da vida. Ele falava de tanta maldade, de forças ocultas e isto tocou-me porque eu já tinha concebido uma melodia e a letra encaixou-se bem no que eu já tinha feito. Depois, quando cheguei ao Semba Tropical, o Botto Trindade, um exímio guitarrista, gravou de forma extraordinária e foi algo impactante como ele interiorizou o solo e até agora as pessoas dizem que "Nga Bite Mwa Leba” é um lamento que fica na história.
"Pão com Chouriço” – Olha, o Semba Tropical teve várias formações. Os irmãos Marico Pereira de Sá e Tony Sá que tinham a letra pediram-me para cantar a música, tudo por causa da minha voz rouca. O Semba Tropical fez os arranjos e toda a gravação, que foi feita na CT1. A música tem a ver com as vivências do nosso estilo de vida nos anos 80 e 90. A cultura com as nossas farras de quintal, as festas de contribuições e não só. O artista é observador e na altura as farras eram com os sucessos dos Kassav e Zouk, por isso eles fizeram esta composição. Que ficou bem enquadrada para o momento com música, bebida em abundância mas há um momento em que a comida não era suficiente, por isso pedem à Mana Mena para servir pão com chouriço. Este é outro tema muito importante na minha carreira artística por tocar no âmago das pessoas, pelo impacto, mas é importante que saibam, eu apenas sou o intérprete.
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LoginKaissara é um poço de revelações quase inesgotável, como a seguir verão ao longo desta conversa, em que aponta os caminhos para um futuro mais consequente da modalidade; avalia o presente das políticas adoptadas sobre a massificação e formação. Mostra-se convicto de que o país pode, sim, continuar a ser a maior potência africana do Hóquei em Patins
Em entrevista exclusiva ao Jornal de Angola, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, fez a radiografia do sector, dando ênfase aos avanços registados em 22 anos de paz. Neste período, houve aumento do número de camas hospitalares, de 13 mil para 41.807, e da rede de serviços de saúde, que tem, actualmente, 3.342 unidades sanitárias, das quais, 19 hospitais centrais e 34 de especialidade. Sobre a realização de transplantes de células, tecidos e órgãos humanos, a ministra disse que, com a inauguração de novas infra-estruturas sanitárias e a formação de equipas multidisciplinares, o país está mais próximo de começar a realizar esses procedimentos
Assume-se como uma jornalista comprometida com o rigor que a profissão exige. Hariana Verás, angolana residente nos Estados Unidos da América há mais de 20 anos, afirma, em exclusivo ao Jornal de Angola, que os homens devem apoiar as mulheres e reconhecer que juntos são mais fortes e capazes de construir uma sociedade equitativa e próspera. A jornalista fala da paixão pela profissão e da sua inspiração para promover as boas causas do Estado angolano, em particular, e de África, em geral.
Por ocasião do Dia Nacional da Juventude, que se assinala hoje, o Jornal de Angola entrevistou o presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Isaías Kalunga, que aconselha os jovens a apostarem no empreendedorismo, como resposta ao desemprego, que continua a ser uma das maiores preocupações da juventude angolana.
Angola vai participar, quarta-feira, 1 de Maio, Cabo Verde, na celebração dos 50 anos de libertação dos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal, símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa.
O Governo angolano está, neste momento, a desenvolver uma iniciativa que tem por objectivo dinamizar a concessão de crédito às Micro, Pequenas e Médias Empresas nacionais, com a perspectiva de 30 por cento vir a beneficiar projectos executados por mulheres.
Em entrevista ao Jornal de Angola, a Subcomissária Teresa Márcia, 2ª Comandante Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), que atende a área Operativa, falou sobre a operacionalidade e a actuação deste órgão do Ministério do Interior responsável pela salvaguarda da vida dos cidadãos e seus bens patrimoniais.E como não podia deixar de ser, falou do seu sonho antigo e concretizado de ser bombeira e dos desafios que as mulheres enfrentam nessa nobre profissão