Os Estados Unidos da América lançaram, no quadro do reforço do pacote de ajuda financeira a Taiwan, Israel e Ucrânia, aprovado há dois dias pelo Senado, uma campanha para aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, sem perder de vista a estabilidade nas relações bilaterais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas, nos últimos dias, sob os escombros de dois hospitais, na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou, ontem, Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, António Guterres.
O Presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou, terça-feira, que vai propor ao Parlamento uma Lei de Amnistia Geral que abrange os fortes protestos ocorridos de 2021 a 2024, para impulsionar a reconciliação nacional.
O Presidente senegalês discursava na abertura do diálogo nacional que começou, ontem, no Centro Internacional de Conferências Abdou Diouf, na cidade de Diamniadio, a pouco mais de 30 quilómetros de Dakar. Com este diálogo - boicotado pela maioria da oposição - o Presidente afirma querer pôr termo à profunda crise desencadeada no país na sequência do adiamento das eleições presidenciais inicialmente previstas para o passado domingo e fixar uma nova data para o acto eleitoral.
"O nosso país está perante uma encruzilhada importante. O meu desejo é que possamos avançar para eleições pacíficas, inclusivas e transparentes", afirmou perante dezenas de representantes de diferentes sectores da sociedade. "Só tenho um objectivo: chegar a um consenso sobre a data das próximas eleições presidenciais", acrescentou, reiterando que tenciona abandonar o poder quando o seu mandato terminar, em 2 de Abril, como confirmou na semana passada numa entrevista televisiva.
O diálogo nacional foi, no entanto, boicotado pela grande maioria dos candidatos. De facto, apenas dois deles aceitaram reunir-se com Sall, antes do início do evento: Amadou Ba, actual Primeiro-Ministro e candidato da coligação no poder Benno Bokk Yaakaar (Unidos pela Esperança, na língua Wolof), e Mahammed Dionne, antigo Chefe do Governo, também, no mandato de Macky Sall.
Na passada sexta-feira, a plataforma da oposição FC25, que agrupa 16 dos 19 candidatos, rejeitou o diálogo nacional, por alegadas violações à Constituição. "O seu principal objectivo é tentar excluir os candidatos seleccionados pelo Conselho Constitucional e, eventualmente, com o seu diálogo, avançar para um novo mandato, o que rejeitamos sistematicamente", declarou o representante do grupo, Cheikh Tidiane Youm, numa conferência de imprensa na capital senegalesa.
A rejeição da oposição à oferta de Sall surge num momento de grande tensão política devido ao adiamento das eleições através do Decretado Presidencial de 3 de Fevereiro. O Conselho Constitucional considerou "contrária à Constituição" a votação parlamentar que, sob os auspícios de Sall, adiou as eleições de 25 deste mês para 15 de Dezembro, obrigando o Presidente a marcar uma data mais próxima. A oposição exigiu que Sall marque uma data antes do fim do seu mandato.
O Chefe de Estado defendeu a moratória eleitoral devido "à polémica sobre um candidato cuja dupla nacionalidade (francesa e senegalesa) foi revelada após a publicação da lista definitiva", algo que a Constituição senegalesa não permite aos candidatos presidenciais.
Para o Presidente Macky Sall, esta descoberta revelou um "alegado caso de corrupção de juízes" que punha em causa o processo de selecção dos candidatos.
No entanto, a grande maioria da oposição rejeitou o adiamento das eleições como um "golpe de Estado constitucional". A alteração da data das eleições desencadeou violentos protestos de rua, muitas vezes dispersos com dureza pela polícia, nos quais foram mortas pelo menos quatro pessoas.
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