Política

Angola defende diálogo para garantir segurança

O comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo de Almeida, advogou, ontem, no Lubango (Huíla), a necessidade do reforço do diálogo permanente com a Namíbia, para a salvaguarda da integridade da fronteira comum.

22/04/2021  Última atualização 16H01
Comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo de Almeida © Fotografia por: DR
Ao discursar na abertura da reunião bilateral de peritos dos Ministérios do Interior de Angola e dos Assuntos Internos, Migração, Protecção e Segurança da Namíbia, Paulo de Almeida disse que as vias diplomáticas de ambas as partes continuam disponíveis para a resolução dos problemas.

Paulo de Almeida disse que no encontro serão abordados, "com profundidade”, alguns incidentes que se têm registado ao longo da fronteira, manifestando preocupação com o desrespeito das normas migratórias por parte de cidadãos dos dois países.

O responsável da Polícia Nacional manifestou-se contra os crimes transfronteiriços, salientando que tem sido frequente o roubo de gado, viaturas, cabos eléctricos, abate indiscriminado da flora, bem como  contrabando de combustível e de pedras preciosas. Referiu que o combate desses males deve ser mais incisivo para desencorajar tais práticas. Paulo de Almeida falou também da necessidade de se reabilitar e repor os marcos fronteiriços e definir o horário de funcionamento dos postos de fronteira.

O inspector-geral da Polícia namibiana, tenente-general Sebastian Nampol, afirmou que Angola pode contar com o apoio do seu país para melhorar o bem-estar social dos cidadãos. Manifestou convicção de que as relações existentes entre os dois Estados serão cada vez mais fortes.

Sublinhou que a situação de segurança na fronteira comum está controlada, mas realçou a necessidade das forças policiais dos dois países envidarem esforços, no sentido de conter os crimes transfronteiriços. A situação da imigração ilegal, o contrabando de mercadorias e o  roubo de gado bovino constam da agenda de trabalho do encontro, que encerra amanhã.

  Mais de 10 mil angolanos procuram refúgio
Mais de 10 mil angolanos refugiaram-se, nos últimos tempos, na Namíbia, devido à seca que assola as províncias da Huíla, Cunene, Namibe e Cuando Cubango, revelou ontem, na cidade do Lubango, Huíla, o embaixador namibiano em Angola, Patrick Nandago.

Discursando na abertura da reunião de peritos, que prepara a reunião de ministros do Interior dos dois países, que decorre amanhã, no Lubango, Patrick Nandago disse que o número de cidadãos que procura refúgio no seu país aumenta diariamente, devido à seca que afecta as províncias do Sul do país.

Patrick Nandango defendeu, por isso, a reabertura da fronteira comum com Angola, encerrada desde o ano passado, devido à pandemia da Covid-19. Assegurou que as autoridades da Namíbia estão prontas para este efeito.

Indicou que especialistas namibianos já se encontram na localidade angolana de Oshikango, a aguardar apenas pelo sinal das autoridades angolanas para a reabertura da fronteira.
O diplomata namibiano falou dos constrangimentos provocados na vida das populações com o encerramento da fronteira, salientando que a maioria das crianças que vive ao longo da fronteira frequenta aulas em escolas namibianas.

Arão Martins | Lubango

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