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Numa mensagem, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, refere que a construção de hospitais, centros e postos de saúde visa garantir que os serviços de saúde chegam a todos os que deles necessitam
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, garantiu que Angola expandiu, grandemente, a capacidade das pessoas de acederem aos cuidados de saúde.
Numa mensagem sobre o Dia Internacional de Cobertura Universal de Saúde, que se assinala hoje, a ministra refere que se procedeu à "construção, expansão e reabilitação de mais de 163 novas unidades de saúde, das quais 155 são para cuidados primários”.
Sílvia Lutucuta acrescenta que a capacidade de camas aumentou de um mínimo de 13.426 para 37.808 no período de 2017 a 2022.
Citando o discurso sobre o Estado da Nação, proferido pelo Presidente da República, João Lourenço, a 15 de Outubro, a ministra da Saúde refere que, na última legislatura, o país também recrutou 41.093 profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e outros, sendo que 80 por cento dos médicos recrutados foram colocados ao nível dos municípios.
"Também nos concentrámos em garantir que a população de Angola tenha acesso a mais serviços de saúde essenciais. Por exemplo, os serviços especializados de hemodiálise estão agora em 10 províncias, contra apenas três províncias em 2017. Abrimos também, no país, serviços de cirurgia cardíaca e serviços especializados de cuidados à mulher”, sublinhou.
Sílvia Lutucuta alerta, contudo, que "este progresso não deve ser uma razão para nos sentarmos e celebrar”.
A ministra da Saúde refere que a Cobertura Universal de Saúde exige progressos em três áreas: (1) disponibilizar mais intervenções de saúde para as pessoas até que todos os serviços essenciais para a saúde e o bem-estar possam ser obtidos; (2) garantir que todos os que necessitam destes serviços possam aceder e utilizá-los; e (3) que as pessoas não enfrentem dificuldades financeiras quando utilizam estes serviços essenciais.
"Estamos a investir no sector da saúde para fazer progressos nestas três áreas”, sublinhou.
Para disponibilizar mais serviços de saúde, disse, continuamos a introduzir intervenções essenciais em todo o processo contínuo de cuidados, para garantir que as necessidades de todos são satisfeitas.
Introdução
da vacina contra o vírus do papiloma humano
Para o efeito, disse, está prevista a introdução, em Angola, de novas intervenções que visam a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, os cuidados clínicos, a reabilitação e a paliação.
"Em 2024, por exemplo, já temos programada a introdução da vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) para as jovens angolanas e estamos a trabalhar arduamente para disponibilizar uma vacina contra a malária”, sublinhou a ministra.
"Os investimentos que estamos a fazer nos hospitais permitir-nos-ão introduzir mais serviços especializados, enquanto os investimentos nos cuidados primários nos permitirão introduzir serviços geriátricos e de reabilitação”, enfatizou a ministra, destacando ainda a expansão das infra-estruturas, nomeadamente hospitais, centros e postos de saúde, para garantir que os serviços de saúde cheguem a todos os que deles necessitam.
"O nosso objectivo é garantir que as pessoas possam receber os cuidados de que necessitam, o mais próximo possível das suas casas. Estamos a renovar os nossos centros de saúde para garantir que passam prestar mais serviços de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação”, referiu.
"A Cobertura Universal de Saúde é possível em Angola. E estamos a caminhar para isso. Devemos todos trabalhar em conjunto para atingir este objectivo - é o que nós, angolanos, merecemos”, disse.
O Dia Mundial da Saúde Universal ou Dia Internacional da Cobertura Universal de Saúde é celebrado anualmente a 12 de Dezembro. A data foi criada através da Resolução 72/138, adoptada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2017.
A aprovação da resolução foi o ponto de partida para que o Grupo do Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificassem a Cobertura Universal de Saúde como prioridade para todas as nações e imprescindível para o alcance do desenvolvimento sustentável, reafirmando, assim, a saúde como direito humano.
Hospital Geral do Bengo
No mês passado, o Presidente João Lourenço inaugurou o novo Hospital Geral do
Bengo, localizado no Bucula, na cidade Caxito.
A nova unidade sanitária, denominada reverendo Guilherme Pereira Inglês, tem capacidade para 200 camas, 15 áreas clínicas, distribuídas em 24 blocos, seis residências para profissionais e um centro de hemodiálise.
O hospital, que será, igualmente, um centro de formação e investigação científica, vai abarcar vários serviços como medicina geral, pediatria e cirurgia.
País conta com 3.325 unidades de saúde
No discurso sobre o Estado da Nação, a 15 de Outubro, o Presidente da República, destacou a redução da mortalidade de crianças menores de cinco anos de 167 para 75 por mil nascidos vivos.
O Serviço Nacional de Saúde conta hoje com 13 Hospitais Centrais e de Especialidade, seis Institutos, 23 Hospitais Gerais e Provinciais, 172 Hospitais Municipais, 800 Centros de Saúde e 2.311 Postos de Saúde, perfazendo 3.325 unidades. O número de camas hospitalares passou, de 13.426 em 2017 para 37.808 camas em 2022, representando mais 24.382 camas hospitalares em apenas seis anos.
Ao nível central, estão previstos 31 projectos de investimento público, com destaque para 14 hospitais gerais, três hospitais materno-infantis de nível terciário, 10 unidades de tratamento especializado, com realce para os futuros Hospital dos Queimados, Hospital de Oncologia, Hospital de Traumatologia e Hospital de Oftalmologia. Foi já reinaugurado o Hospital Especializado Neves Bendinha.
Novos
hospitais em 2024
Para o próximo ano, o país prevê inaugurar o Hospital Geral do Sumbe, o Hospital Geral de Ondjiva, o Hospital Geral de Ndalatando, o Hospital Geral de Viana, o Hospital Geral de Cacuaco, o Hospital Geral Pedalé, em Luanda, e o Hospital Municipal do Luau. O Executivo tem, ainda, em carteira a construção dos Hospitais Gerais da Catumbela, do Bailundo, do Dundo, de Malanje, o novo Hospital Militar Principal e concluído o Hospital Geral de Mbanza Kongo.
O Chefe de Estado anunciou ainda que, no âmbito do PIIM (Plano Integrado de Intervenção nos Municípios), estão em construção 163 unidades sanitárias que vão aumentar a cobertura nos níveis de proximidade.
Prevê-se a admissão, até 2027, cerca de 10.800 médicos e 78.500 enfermeiros para integrarem as unidades sanitárias em construção e a construir.
Taxa de mortalidade materna reduz
em 73,9 por cento
A execução do Orçamento Geral do Estado pelos diversos órgãos, ao longo do III Trimestre de 2023, permitiu a redução da taxa de mortalidade materna em 73,9 por cento e a incidência de transmissão do vírus do HIV/SIDA de mãe para filho em 10 por cento.
De acordo com o Relatório de Balanço de Execução do Orçamento Geral do Estado referente ao III Trimestre de 2023, registou-se, igualmente, a redução de 10 por cento de mortes por malária em comparação a 2022, que teve um alto número de casos devido à pandemia da Covid-19. O relatório destaca ainda o aumento da percentagem da população com acesso aos serviços de saúde para 60 por cento e um incremento médio de 19,5 por cento referente à cobertura nacional de vacinação de rotina.
Primeiro neuronavegador e microscópio cirúrgico para o Serviço de
Neurocirurgia
O Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento (CHDCP) conta, desde Maio, com um sistema de Neuronavegacão e Microscópio Cirúrgico para o serviço de Neurocirurgia.
Segundo o director-geral do CHDCP, Carlos Alberto Masseca, com a montagem deste equipamento, o primeiro aparelho em Angola e segundo em África, o país tem condições para dar resposta aos problemas de Neurocirurgia, permitindo que os pacientes sejam tratados internamente, reduzindo, substancialmente, as transferências para o exterior do país.
Hospital Geral de Benguela realiza cirurgia inédita de prótese de
mandíbula
Uma equipa de médicos-cirurgiões do Hospital Geral de Benguela (HGB) realizou, no mês passado, uma cirurgia de implantação de uma prótese de mandíbula de titânio, um facto inédito na história do Sistema Nacional de Saúde em Angola.
Trata-se de uma paciente, de 22 anos de idade, que estava em acompanhamento médico no Hospital Geral de Benguela, tendo sido submetida a cirurgia de substituição de uma placa de titânio por uma prótese personalizada, através da técnica cirúrgica de remoção e reconstrução mandibular.
A cirurgia inédita durou cerca de quatro horas e envolveu uma equipa multidisciplinar de mais de dez médicos especialistas do Hospital Geral de Benguela.
Falando à ANGOP, o director do Hospital Geral de Benguela, Divane Marcolino, disse que a utente compareceu na unidade sanitária há dois anos e lhe foi diagnosticado um tumor benigno (Ameloblastoma) da mandíbula, que a impedia de falar devidamente.
Por causa do incómodo, dor e desconforto que a mulher sentia, apontou, a equipa de cirurgia do HGB viu a necessidade de realizar o procedimento cirúrgico, que permitiu a inserção de uma placa de titânio.
Divane Marcolino sublinhou como esta cirurgia foi importante, porque se fez a remoção da placa anterior e a inserção de uma nova prótese personalizada com articulação temporal/mandibular.
Satisfeito com a façanha dos médicos do HGB, Divane Marcolino considera um marco histórico a primeira cirurgia desta natureza e complexidade, realizada numa unidade hospitalar em Angola, um passo para o fortalecimento do Sistema Nacional de Saúde.
Técnicos de Enfermagem reconhecem avanços em infra-estruturas de Saúde
Afonso Quileba, que falava em alusão às comemorações do Dia Internacional de Cobertura Universal de Saúde, ressaltou a necessidade de conciliar os ganhos a nível de infra-estruturas com a qualidade do serviço prestado à população e o enquadramento de mais profissionais no sector.
É importante ter em atenção os conceitos universais, que são os estatutos orgânicos para o funcionamento dessas unidades, destacou. "Para além da construção de mais hospitais, é importante velar pelo aproveitamento, em termos de enquadramento do pessoal, para dar resposta à demanda de pacientes que acorrem às unidades sanitárias", considerou.
Afonso Quileba indicou que a saúde tem como ponto a salvaguarda do interesse da vida do cidadão. "Quer dizer que se deve investir mais, tanto em recursos materiais, como humanos e financeiros", salientou.
Ao atender a esses desafios, frisou, poderíamos dizer que estamos no bom caminho, porque ainda não se alcançou o nível de cobertura de atendimento à população desejado, apesar de termos unidades bem construídas.
"Para nós, é importante que na medida que se constrói mais unidades sanitárias, abre-se, também, um concurso público de ingresso para a mesma, porque o que se verifica é que com a construção de mais hospitais há maior necessidade de técnicos", referiu.
Contactado
pelo Jornal de Angola, a bastonária da Ordem dos Médicos, Elisa Gaspar, remeteu
qualquer consideração sobre o Dia Mundial de Cobertura Universal de Saúde,
enquanto o presidente do Sindicato Nacional dos Médicos, Adriano Manuel, sugere
que seja feito um diagnóstico ao sistema nacional de saúde, para se ter uma
ideia dos eventuais progressos na cobertura universal.
Engrácia
Francisco
OMS: "Angola está a fazer progressos em direcção
ao objectivo da cobertura universal”
O Governo e o povo de Angola estão a fazer progressos em direcção ao objectivo da Cobertura Universal de Saúde, um importante motor para alcançar a saúde e o bem-estar que o povo angolano almeja, afirmou, ontem, o representante da Organização Mundial da Saúde(OMS), Humphrey Karamagi.
Num artigo publicado ontem no Jornal de Angola, a propósito do Dia Mundial da Cobertura Universal de Saúde, que hoje se assinala, o representante da OMS refere que o tema deste ano "Saúde para todos: tempo de acção”, é especialmente crucial para Angola e para a região africana em geral.
"Precisamos urgentemente de converter o compromisso político para a Cobertura Universal de Saúde em acções concretas, que tenham impacto na saúde e bem-estar das pessoas, não deixando ninguém para trás”, apelou Humphrey Karamagi.
O representante da OMS apontou cinco pontos que considera importantes para os sistemas de saúde de Angola. Em primeiro lugar, referiu, precisamos de investir mais na Cobertura Universal de Saúde e garantir que todas as pessoas, em todo o lado, possam aceder aos serviços de saúde essenciais sem dificuldades financeiras.
Humphrey Karamagi propõe, em segundo lugar, o reforço dos sistemas de saúde e garantir a sua funcionalidade. "Precisamos dos profissionais de saúde, das infra-estruturas e dos produtos de saúde necessários para garantir a cobertura universal de saúde”, sublinhou.
Em terceiro lugar, acrescentou, temos de alargar a abordagem dos cuidados de saúde primários. "Não se trata de serviços básicos, mas sim de garantir que todos - jovens/idosos, homens/mulheres - tenham acesso ao primeiro ponto de atendimento para quaisquer que sejam as suas necessidades de saúde”, apelou.
O quarto ponto tem a ver com a necessidade de se trabalhar em todas as comunidades e sectores. As acções necessárias para alcançar a cobertura universal de saúde, salientou, não se encontram apenas no sector da saúde, mas também na educação, água, administração provincial, segurança, género, investimento, emprego e outros sectores. "Para serem práticas e realistas, estas acções têm de ser abordadas do ponto de vista individual/familiar”, frisou.
O representante da OMS aponta, por último, a necessidade de se promover a inovação para chegar a todos, adiantando que "não é com as velhas abordagens que vamos chegar lá”. "Temos de procurar novas formas de chegar às comunidades e de as capacitar, a telemedicina e outras abordagens únicas para fazer face aos velhos desafios que os países enfrentam”, disse.
O representante da OMS considera o "Dia da Cobertura Universal de Saúde (UHC)" um momento para fazer um balanço dos progressos que estão a ser feitos e os desafios que enfrentados na evolução para a Cobertura Universal de Saúde, garantindo que todas as pessoas, em todo o lado, tenham acesso aos serviços de saúde essenciais de que necessitam para a sua saúde e bem-estar, sem enfrentarem dificuldades financeiras.
"O dia é uma celebração dos progressos que estão a ser feitos no sentido de um acesso equitativo aos serviços essenciais - um pré-requisito importante para a saúde para todos”, sublinhou.
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