Opinião

Aumentar a produção local para diminuir a importação

Pelo seu valor na dieta da população, a aposta na produção de grão em larga escala é uma das mais assertivas acções do Governo angolano no âmbito do processo de redinamização da agricultura, tendo em vista o realinhamento da economia nacional, grandemente dependente de importações.

24/02/2024  Última atualização 07H15
Particularmente, sobre o arroz, produto essencial da cesta básica, é completamente inegável a capacidade interna de produção do referido produto. Apesar desta valência, ainda é utópico pensar-se em decretar o fim da sua importação, operação que continua a ser um factor de pressão sobre as divisas cada vez mais escassas nos cofres do Estado.

A necessidade anual do país está estimada em 400 mil toneladas, cifra bastante larga, comparada à produção interna que é de 21 mil toneladas.

Dados revelam que, anualmente, o país gasta acima de 200 milhões de dólares, sendo que, nos últimos cinco anos, foram gastos na importação de arroz cerca de 1,5 mil milhões de dólares. Logo, o aumento da sua produção ajuda o país a poupar divisas.

Desta perspectiva, o PLANAGRÃO deve ser entendido como o marco da viragem crucial que o país precisa na cadeia de produção de arroz, reflectindo a abertura do caminho para a efectiva diversificação da economia, com vista a garantia da segurança alimentar, aumento dos postos de trabalho e consequente diminuição dos níveis de desemprego, entre outras acções.

A força da visão estratégica do PLANAGRÃO assenta na gênesis agrícola do povo angolano agraciado com enorme extensão de campos aráveis e clima que propicia a produção de arroz, actividade que regista uma baixa, nos últimos anos, conforme revelação feita pela directora do Instituto Nacional dos Cereais, Maria Garção.

Com pesar, o referido constrangimento é reforçado pelas informações de existência de muitas áreas aráveis subaproveitadas  na ordem de 5 a 10 por cento do que se pode usar para a produção desse cereal.

As razões são várias, mas nem sempre convincentes. Em função da realidade, evoca-se mudança urgente e drástica do quadro, que passa por um árduo trabalho que inclui no processo a componente da agricultura familiar, maior incentivo à classe empresarial, tendo como base as premissas do  PLANAGRÃO, que, sobre a matéria, apresenta acções concretas.

Para o êxito da tarefa, é imperioso trabalhar-se de forma mais célere e consistente, aplicando soluções pragmáticas por via de uma política que integra vários sectores, bem como toda a população nacional.

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