O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
A crítica literária Tânia Macedo afirmou, quinta-feira, na primeira conferência do ciclo do mês de Março da série Conversas da Academia à Quinta-feira, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que a produção literária “feminina é pequena, sobretudo quando temos em conta o importante papel jogado pelas mulheres na luta de libertação”.
Tânia Macedo, que dissertou sobre "Mulheres de Angola: a literatura angolana de autoria feminina”, na conferência organizada pela Academia Angolana de Letras, esclareceu que a literatura não poderia estar à margem da realidade social e sociológica angolana, pois temos dos mais elevados índices de desigualdade de género.
Sob moderação do escritor e jornalista António Fonseca e na presença de investigadores de Angola, Brasil, Moçambique e Portugal, a conferencista começou por declarar que as mulheres sempre estiveram presentes na literatura angolana.
A crítica literária adiantou dados já deste século, segundo os quais, enquanto 81% dos homens sabem ler e escrever, essa percentagem no seio das mulheres desce para 52%. "Aliás, é sintomático o facto de a proclamação da União dos Escritores Angolanos ter sido subscrita por 33 escritores, dos quais, somente uma mulher - Maria Eugénia Neto”.
Tânia Macedo acrescentou que a escrita feminina é mais dada a detalhes e tem, maioritariamente, no centro, a mulher.
No que respeita a escritoras de Angola, no domínio da poesia, a Professora Titular jubilada da Universidade de São Paulo começou por mencionar Lília da Fonseca (autora de Panguila), Alda Lara ("Livre e esguia... mãe forte da floresta e do deserto”) e Deolinda Rodrigues ("Mamã África, que dás força ao irmão bastardo”), para se seguirem Ana Paula Tavares (uma das grandes vozes da poesia de hoje, cujos versos ultrapassam fronteiras), Amélia da Lomba, Isabel Ferreira, Kanguimbo Ananaz, Maria Alexandre Dáskalos, Anny Pereira, Yara Nakahanda Monteiro e Cíntia Gonçalves (a última, da mais nova geração). Em relação à literatura infanto-juvenil, Tânia Macedo deu conta que as autoras utilizam o imaginário dos contos tradicionais e inventam novas estórias, tendo mencionado, em destaque, Maria Eugénia Neto, Maria Celestina Fernandes, Gabriela Antunes, Maria João, Cremilda de Lima, Yola Castro, Paula Russa e Chô do Guri.
Tânia Macedo terminou propondo a criação de um portal da literatura angolana.
A próxima Conversas da Academia à Quinta-feira está agendada para o dia 14 de Março, a partir das 19h00. Sob moderação do escritor António Fonseca, o crítico literário Mário César Lugarinho falará sobre "Alguns perfis femininos da literatura angolana”.
Nota de Condolências
O Conselho de Administração da Academia Angolana de Letras comunica, em nota de condolências, o falecimento do economista, sociólogo, poeta e nacionalista angolano, Adelino Augusto Torres Guimarães, ocorrido no dia 5 de Março, em Lisboa, vítima de doença, aos 84 anos de idade.
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Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.