Política

Destacada diplomacia de João Lourenço no aumento do investimento americano

Arão Martins / Benguela

Jornalista

O embaixador de Angola nos Estados Unidos da América (EUA), Agostinho Van-Dúnem, revelou, na comuna do Dombe Grande, município da Baía-Farta, província de Benguela, que está a aumentar o interesse de empresários daquele país investirem em Angola, fruto da diplomacia económica que o Presidente da República, João Lourenço, tem vindo a promover.

14/02/2024  Última atualização 08H40
Embaixador Agostinho Van-Dúnem visitou projectos, em Benguela, na companhia da comitiva do Departamento dos EUA © Fotografia por: Arão Martins | Edições Novembro | Benguela
Em declarações ao Jornal de Angola, proferidas na segunda-feira, à margem da visita que uma comitiva especial do Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos da América (EUA) efectuou ao Complexo Industrial Carrinho (CIC), na Catumbela, em Benguela, o diplomata esclareceu que existe grande interesse americano nos sectores das Telecomunicações, Agricultura, Energia e Águas.

Fruto deste interesse, acrescentou o embaixador, a missão diplomática de Angola nos EUA tem estado a recolher as propostas de vários empresários.

"Há investimentos que vão ocorrer no domínio das Telecomunicações. As empresas estão, também, a negociar e apresentar as propostas. Depois do cumprimento de todo o processo, as autoridades competentes vão negociar, mediante, também, a capacidade das próprias empresas”, explicou.

O embaixador nos Estados Unidos mostrou-se, ainda, confiante nos resultados obtidos pela diplomacia económica feita pelo Presidente da República, salientando que o Corredor do Lobito, por exemplo, vai trazer resultados positivos para o país e a população, com reflexo na diminuição da fome e no aumento do emprego.

"Esse vai ser o resultado final da diplomacia económica que tem vindo a ser liderada pelo Presidente da República, João Lourenço, e que nós temos vindo a dar seguimento, a nível dos Estados Unidos da América. Temos trabalhado neste sentido”, garantiu, para frisar em seguida que, além dos empresários americanos, há, também, um conjunto de empresários angolanos com intenções de desenvolver investimentos e buscar parcerias.

Agostinho Van-Dúnem exemplificou o caso do Grupo Carrinho, que, inclusive, está à procura de financiamento nos Estados Unidos da América, para o seu aumentar o potencial.

"Visitamos o Parque Industrial do Grupo Carrinho, e nós, enquanto Embaixada de Angola naquele país, temos a missão de garantir que grupos como a Carrinho, quer grandes, médios e pequenos empresários, tenham acesso ao financiamento externo e a potenciais parceiros, para fazer o que estão a fazer”, assegurou.

O embaixador enalteceu, igualmente, a parceria estratégica de investimentos em infra-estruturas, um projecto comparticipado pelos EUA, União Europeia e o Banco Africano de Desenvolvimento, que vai financiar infra-estruturas em África, onde Angola tem sido uma preferência inquestionável, destacando o facto de o projecto do Corredor do Lobito trazer muitos ganhos para o comércio intra-regional e internacional.

"Temos estado a trabalhar com os Estados Unidos da América para garantir que este projecto do Corredor do Lobito traga, também, outros benefícios”, garantiu.

A visita da comitiva especial norte-americana, acrescentou, responde aos assuntos de parceria em infra-estruturas e investimento global a Benguela, cujo foco é garantir que existam projectos no domínio da agricultura e do agronegócio e, também, segurança alimentar, que considera "um dos objectivos para os quais se está a trabalhar”.

De acordo com o diplomata, a diversificação da economia angolana passa, naturalmente, pela agricultura. Por isso, o grande propósito é envolver parceiros angolanos, produtores locais e famílias angolanas nos benefícios do investimento do Corredor do Lobito.

A presença dos membros da parceria estratégica de investimento global em infra-estruturas, disse, é para perceber que há aqui alguma capacidade instalada.

Agostinho Van-Dúnem anunciou que, no âmbito do projecto do Corredor do Lobito, está-se a trabalhar para trazer, no próximo ano, uma visita de empresários ligados ao sector da Energia, concretamente na produção e distribuição de energia, captação, tratamento e distribuição de água, construção de infra-estruturas para mobilidade de pessoas e bens, estradas terciárias para o escoamento da produção para os grandes centros logísticos e de consumo.

Para tal, espera que seja aproveitado, naturalmente, o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), que vai permitir, também, no futuro, exportar várias mercadorias.

De acordo, ainda, com o embaixador de Angola nos EUA, durante a estada em Benguela, foi bom a delegação visitar famílias que têm pequenas produções, na comuna do Dombe Grande, que podem beneficiar dos investimentos que se vão fazer ao longo do Corredor do Lobito.

No fundo, justificou, a realidade constatada vai garantir a diversificação da economia, mais emprego e que, efectivamente, se possa desenvolver o país, não só a pensar no Corredor do Lobito, mas, também, que os benefícios sejam extensivos a outros sectores.

"Este é o grande objectivo que nos traz aqui, porque o resultado da nossa acção política e diplomática visa reflectir-se nas pessoas, trazendo impacto no emprego, maior capacidade de abastecer comida para as pessoas e reduzir a pobreza”, destacou.

"Estamos, inclusive, a estudar com a própria parceria global para investimento de infra-estruturas dos Estados Unidos da América, a possibilidade de realizarmos, também, em Benguela, um Fórum de Negócios, para garantir que o sector empresarial e as populações possam perceber os tipos de benefícios que os investimentos que vão ser feitos ao longo do Corredor do Lobito serão proporcionados”, adiantou.

Agostinho Van-Dúnem esclareceu que se está a passar a ideia, na parte americana e europeia, que o investimento no Corredor do Lobito tem que impactar na vida das pessoas e comunidades locais.

"Isto é que faz sentido, o projecto tem que impactar na diversificação da nossa economia, dar mais emprego aos angolanos e potenciar os nossos empresários”, defendeu.

Investimento na parceria

O embaixador nos Estados Unidos da América fez saber que, nesta altura, estão mais ou menos mobilizados cerca de 500 milhões de dólares da parceria e, em particular, os EUA vão começar a disponibilizar, brevemente, cerca de 250 milhões.

Segundo o diplomata, é neste âmbito que outros empresários, em Angola, no Congo e, também, na Zâmbia, vão se beneficiar.

"Estão a ser preparados, também, os estudos de viabilidade. É o valor do projecto que se vai mobilizar. Agora, cada sector empresarial, de cada país, tem que se preparar e ser capaz de ir à busca dos financiamentos. Vamos trabalhar um pouco em função da necessidade dos próprios sectores”, referiu.

O embaixador enalteceu os empresários angolanos que estão permanentemente na busca de financiamentos e de parcerias, "à semelhança dos americanos”, que investem em Angola e fazem parcerias com os nacionais.

De acordo com o embaixador, a linha de crédito está disponível, os empresários podem ir à busca, esclarecendo que a Embaixada está a colocar os empresários nacionais em contacto com as instituições financeiras americanas para, além do financiamento, realizarem estudos de viabilidade, para os grandes projectos que desejam executar.

"O que queremos é isso: que haja não só investimentos no Corredor do Lobito, para garantir a exportação e o acesso aos Portos de Luanda e Zâmbia, mas, também, outros investimentos em telecomunicações, acesso aos serviços de água, energia e melhoria da qualidade de vida das pessoas”, disse, augurando, também, benefícios para as pequenas famílias, através de outros serviços que vão surgir com os grandes projectos.

Aumento na capacidade de fornecer os serviços

O embaixador Agostinho Van-Dúnem assegurou que o foco dos investimentos é melhorar e aumentar a capacidade das redes de telecomunicações, as condições de acesso (estradas) e garantir mais captação, tratamento e distribuição de água potável às comunidades.

No âmbito desses projectos, aconselhou as empresas a concorrerem, apesar de reconhecer que o processo de aquisição de financiamento é complexo, pois, os critérios são rigorosos, dado que o projecto prevê, igualmente, a preparação dos empresários.

O embaixador disse fazer todo o sentido o que o Grupo Carrinho já desenvolve, assegurando que a iniciativa ajuda a transmitir maior confiança às instituições financeiras de que "não vão financiar algo do zero, porque já não há aqui dúvidas” sobre a capacidade de realizar.

"O ganho é uma demonstração de que os angolanos estão a produzir, a fazer muita coisa e os financiamentos podem ser uma aposta para dar maior capacidade de realização”, concluiu.

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