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Choques com polícias causam 240 feridos

Pelo menos 240 pessoas ficaram feridas em confrontos durante a madrugada de ontem entre a Polícia e manifestantes na capital da Geórgia, Tbilissi, metade das quais continuam hospitalizadas, anunciou o Ministério da Saúde.

22/06/2019  Última atualização 09H35
DR © Fotografia por: Milhares de georgianos tomaram ruas de Tbilissi

Segundo o Ministério, dois terços (160) dos feridos são manifestantes e um terço (80) polícias, vítimas de impactos de balas de borracha e de gás lacrimogéneo.
Os protestos de rua foram desencadeados pelo discurso de um deputado russo no Parlamento georgiano.
A Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, decidiu interromper uma visita oficial à Bielorrússia para regressar a Tbilissi devido a crise.
Milhares de pessoas juntaram-se na quinta-feira à noite junto à Assembleia Nacional da Geórgia em protesto contra a entrada no Parlamento do deputado russo Serguei Gavrilov, membro do Partido Comunista, num encontro anual da Assembleia Inter-parlamentar sobre a ortodoxia, um fórum de deputados de países maioritariamente cristãos ortodoxos.
Anteriores visita do género tinham suscitado queixas, mas desta vez o desagrado transformou-se em protesto depois de o deputado russo se sentar no lugar do presidente da Assembleia durante uma sessão plenária.
O Primeiro-Ministro, Mamuka Bakhtadze, considerou o protesto popular genuíno, mas acusou “os líderes da oposição destruidora de se apoderarem da manifestação” e de a tornarem violenta, “violando a Lei e a Constituição”.
A Rússia e a Geórgia travaram uma guerra em 2008, no final da qual Moscovo reconheceu a independência de duas repúblicas separatistas da Geórgia, a Abkházia e a Ossétia do Sul.
Os dois países romperam na altura relações diplomáticas, mas têm dado passos no sentido de uma reaproximação, designadamente a abolição de vistos de curta duração para os russos que visitem a Geórgia e o levantamento da proibição russa à importação de vinho georgiano.
Mas a animosidade em relação à Rússia mantém-se elevada na antiga república soviética do Cáucaso, nomeadamente devido ao apoio político e militar de Moscovo aos dois Governos separatistas.
O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, criticou os protestos em Tbilissi como “uma provocação russófoba” marcada por “sinais agressivos contra cidadãos russos”.
Peskov disse condenar com firmeza os protestos e estar preocupado com a segurança dos numerosos turistas russos que visitam a Geórgia.
Um novo protesto convocado pela oposição estava previsto para ontem às 19h00 locais.