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“Eloise”deixa 15 mortes e milhares de deslocados

As Nações Unidas pediram, ontem, 100 milhões de dólares para reforçar o apoio, nos países africanos, aos migrantes que se dirigem ao Mediterrâneo com o objectivo de alcançar a Europa.

28/01/2021  Última atualização 11H25
Milhares de famílias precisam com urgência de alimentos, água e equipamentos médicos © Fotografia por: DR
A passagem da tempestade tropical "Eloise” provocou, pelo menos, 15 mortos e mais de oito mil deslocados, segundo os últimos dados do Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).As zonas mais afectadas nas províncias de Sofala, Zambézia e Manica precisam, com urgência, de ajuda em termos de alimentos, água e equipamentos médicos. A catástrofe natural é a mais recente tragédia a afectar o país.

"Como parceiros humanitários, estamos já a responder às necessidades múltiplas em Moçambique, incluindo o conflito em Cabo Delgado no Norte e o recente impacto da tempestade tropical Chalane. Agora, precisamos de mais recursos para responder às necessidades causadas pelo ciclone tropical Eloise”, diz Jens Laerke, porta-voz do OCHA.

O Primeiro-Ministro de Moçambique, Agostinho do Rosário, visitou um campo de deslocados na província de Sofala, onde milhares de pessoas aguardam pelo regresso às zonas de origem, isto numa altura em que o país se prepara para a estação chuvosa.Presente na memória de todos está o ciclone Idai, que matou centenas de pessoas há dois anos.

De acordo com o porta-voz do Programa Alimentar Mundial, Tomson Phiri, o ciclone chega numa altura muito complicada para Moçambique, porque entre Janeiro e Março atinge-se o pico da época entre as colheitas, que é quando as pessoas têm mais dificuldade para encontrar alimentos. Os últimos dados sobre malnutrição e insegurança alimentar, publicados no dia 14 deste mês, dão conta que há mais de 2,9 milhões de pessoas a enfrentar altos níveis de insegurança alimentar, tanto nas áreas rurais como nas zonas urbanas no Sul, Centro e Norte de Moçambique.A cidade da Beira foi particularmente atingida pelo ciclone, com 250 mil habitantes afectados. O ciclone destruiu ou danificou 76 instalações sanitárias e 400 salas de aula.Os números, ainda provisórios, foram confirmados pelo Governo, que dá conta, também, da destruição de infra-estruturas sociais como escolas e centros médicos.

Ainda de acordo com a Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU,   "o número de afectados pode aumentar nos próximos dias, à medida que se conheça o alcance total dos danos” provocados pela intempérie.Apesar das fortes chuvas, inundações e ventos, o "Eloise perdeu força à passagem pelo território moçambicano, provocando menos devastação do que o ciclone Idai, em 2019, considerado o pior desastre natural da história recente do Sudeste africano que se saldou em mais de 600 mortos e perto de dois milhões de pessoas dependentes de ajuda humanitária.

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