Política

Embaixador reconhece participação de Angola no progresso de Cuba

Paulo Caculo

Jornalista

O embaixador de Cuba em Angola, Oscar Gonzalez, reconheceu a importante participação de Angola no processo de desenvolvimento económico do país, com relevância para o sector da Energia.

04/02/2024  Última atualização 08H55
Oscar Gonzalez considera que as relações com Angola têm registado excelentes momentos © Fotografia por: Rafael Tati | Edições Novembro

Segundo o diplomata, que falava em entrevista ao Jornal de Angola, os princípios fundamentais que caracterizam, cada vez mais, o desenvolvimento dos laços de cooperação entre os dois países estão assentes na solidariedade, internacionalismo, amizade, cooperação, humanidade, heroísmo e fraternidade.

"As relações políticas e diplomáticas entre Angola e Cuba tiveram início na década de 1960, durante o processo da luta de Angola pela sua Independência”, disse Oscar Gonzalez, sublinhando que, em 15 de Novembro de 1975, quatro dias após a Independência de Angola, ambos os países estabeleceram relações diplomáticas com a vontade política dos respectivos Governos de as reforçar e diversificar.

Oscar Gonzalez referiu, ainda, que em 1976 foram consolidados os laços genuínos de amizade, quando as duas nações assinaram o Acordo Geral de Cooperação e, nessa base, ficou constituída a Comissão Bilateral Intergovernamental.

"Como resultado deste Acordo Geral, foram assinados outros nos domínios da Saúde, Educação, Cultura, Desportos, Indústria, Construção, Engenharia Civil, Transportes Marítimos, Pescas, Geologia e Minas, Petróleos, Turismo, Rádio e Televisão, entre outras áreas de grande importância”, enfatizou. 

 
Indústria do Turismo

A relação de cooperação entre os países, disse, ganhou um novo impulso em Agosto de 2023, com a assinatura de um acordo sobre o turismo, através do qual Angola e Cuba vão trabalhar em conjunto na indústria do turismo. O embaixador admitiu ser, essa, uma área de domínio cubano, em que podem oferecer a Angola a sua modesta experiência.

"Actualmente, mais de dois mil profissionais cubanos prestam os seus serviços em Angola, sendo que a maioria pertence ao sector da Saúde e os restantes ao sector da Educação”, revelou Oscar Gonzalez, para em seguida acrescentar que a colaboração médica cubana surge sob o conceito de solidariedade, e em conformidade com os princípios humanistas da Revolução Cubana.

"Os profissionais cubanos que chegam a Angola devem exercer actividades de assistência sanitária, com prioridade para a formação de recursos humanos na área da Saúde, por conseguinte é exigida a certificação de docência desde a categoria de professor instrutor até a de professor titular”, explicou.

Oscar Gonzalez assegurou que existe, desde o início dos anos 2000, a agência de viagens cubana Atlântico Azul, localizada em Luanda, que promove o turismo angolano para Cuba, principalmente o de saúde, relançando as relações históricas de amizade entre os dois povos.

 
Bolsas de estudo

O embaixador cubano disse, ainda, que mais de 45 mil bolseiros angolanos já se formaram em Cuba, nos diferentes níveis de ensino, desde o envio dos primeiros alunos, nos anos 70.

Os estudantes angolanos, acrescentou Oscar Gonzalez, formaram-se nas especialidades de Medicina, Estomatologia, Optometria e Óptica, Reabilitação Física, Higiene e Epidemiologia, Nutrição, Sistemas de Informação em Saúde, Medicina Veterinária, Agronomia, Engenharias Civil e Industrial, Agricultura, Construção Civil, Engenharia Informática, Educação, nas áreas Militar, de Defesa e Segurança, Transportes, Ciências Políticas, Música e Teatro.

Oscar Gonzalez considerou, também, que os laços inquebrantáveis entre Cuba e África, fundidos nos anseios, sacrifícios, lutas pela liberdade e na pregação internacionalista do Comandante em Chefe, emergem em cada intercâmbio convocado pelo Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) e pelas associações de amizade com Cuba existentes no continente africano.

 
Exemplo de solidariedade

O diplomata da ilha caribenha teceu elogios à organização de ex-estudantes angolanos em Cuba, denominada "Caimaneros”, tendo considerado serem "um exemplo de solidariedade entre os dois países”.

Neste grupo de Caimaneros, referiu Oscar Gonzalez, há médicos, professores, engenheiros, agrónomos, enfermeiros e especialistas em muitas outras áreas, pertencentes a diferentes gerações, mas todos têm a marca de terem vivido e estudado em Cuba.

A organização de ex-estudantes, recorde-se, participou no 7º Encontro Continental Africano de Solidariedade com Cuba, numa delegação que integraram, igualmente, Bernardo Samuel Ngueve, chefe da Divisão de África e Médio Oriente do Departamento de Relações Internacionais do MPLA; Elisa Salvador, presidente da Liga Angolana de Amizade com os Povos; Fernando Jaime, secretário-geral da Associação de Amizade Angola-Cuba; Clinton Matias, presidente do Fórum Internacional de Jovens com Embaixadas (FIJE); José Álvaro, vice-presidente dos Caimaneros; Dina Papa Candimba, membro do FIJE, e Carlos Pedro Miguel, membro dos Caimaneros.

A declaração final do evento, segundo o embaixador de Cuba em Angola, exprimiu a firme rejeição ao embargo imposto pelos Estados Unidos e à inclusão da ilha caribenha na lista de países patrocinadores do terrorismo. "O evento incluiu, também, um amplo programa de acção, com tarefas específicas visando o reforço e articulação do movimento de solidariedade com Cuba no continente”, esclareceu Oscar Gonzalez.

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