Economia

Especial/ 1º de Maio: Sinprof defende salário mínimo de 975 mil kwanzas

Edivaldo Cristóvão

Jornalista

O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), Guilherme Silva, defendeu, ontem, em Luanda, que o salário mínimo da classe deve ser equivalente, em kwanzas, a 1.500 dólares (975 mil kwanzas, ao câmbio médio de ontem do Banco Nacional de Angola).

01/05/2021  Última atualização 11H00
© Fotografia por: Maria Manuel | Edições Novembro
Guilherme Silva falava ao Jornal de Angola, em representação dos 90 mil professores inscritos no SINPROF em todo o país, por ocasião do Dia Internacional do Trabalhador, que hoje se assinala. O sindicalista pede o reajuste dos salários, face à perda do poder de compra e tendo em conta a taxa de inflação que o país vive, nos últimos anos.Informou que, actualmente, um professor primário, Auxiliar do 6° Grau (técnico básico), aufere um salário de 49.040,50 kwanzas, enquanto um professor primário e secundário, com a categoria de técnico médio (13° Grau), ganha 103.303,20 kwanzas. Segundo explicou, "se considerarmos que a cesta básica custa acima de 250 mil kwanzas, concluímos a razão da desmotivação no seio do corpo docente”.
Guilherme Silva realçou que a parcela do Orçamento Geral do Estrado (OGE), alocada para a Educação, está aquém do compromisso assumido por Angola nas instituições internacionais. Referiu que o SINPROF tem reclamado junto do Executivo, no sentido de se garantir à Educação uma parcela igual ou superior a 20 por cento, para apostar-se num ensino de qualidade. "Não é com um dígito do OGE que sairemos da péssima qualidade de ensino, pois, se não se investir seriamente na Educação, teremos o sonho de desenvolvimento adiado”, alertou.O sindicalista é de opinião  que um investimento sério na Educação se reflecte na qualidade de vida dos cidadãos. "O grande problema em Angola é a inflação galopante, que corrói os salários, porque tudo gira à volta da moeda estrangeira”, acrescentou.Guilherme Silva defende promoções para todos os professores, tendo em conta o tempo de serviço de cada um, devido ao facto do Ministério da Educação ter considerado, na transição para o actual Estatuto (nº 160/18), apenas as habilitações literárias dos docentes.
Alertou ainda que a Merenda Escolar, cujas verbas não são administradas pelo Ministério da Educação, não tem sido monitorizada nas escolas beneficiárias, assim como o subsídio de direcção e chefia das instituições públicas de ensino, já aprovado e publicado em Diário da República, ainda aguarda pela implementação. Também, o sindicalista realçou que o subsídio de isolamento e periferia, que beneficiaria os professores das zonas mais recônditas, aguarda, por aprovação, há anos.O responsável sindical anunciou que os professores primários auxiliares das zonas mais recônditas, que devem aumentar o seu nível académico, de acordo com o Estatuto dos Agentes da Educação, não têm possibilidade de fazê-lo, por falta de condições. O presidente do SINPROF lembrou, também, que a mono docência, que se verifica nas 5ª e 6ª classes, já extinta através da Lei nº 32/20, ainda aguarda pela sua regulamentação.Hoje, o Sindicato dos Professores tem cerca de 90 mil associados, nas 18 províncias do país, e mantém a aposta de continuar a reivindicar pela melhoria das condições de trabalho dos professores do ensino público. O seu âmbito não abrange professores do ensino particular. 

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