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Ex-Combatentes do Cuito Cuanavale anunciam revitalização do Fórum

Carlos Paulino e Lourenço Bule | Cuito Cuanavale

Jornalistas

O novo presidente do Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale (FOCOBACC), brigadeiro reformado José Celestino, afirmou que a nova direcção da instituição vai trabalhar para a sua revitalização, através da materialização de programas que visam melhorar as condições de vida dos associados a curto e médio prazos.

26/03/2024  Última atualização 09H22
Presidente do Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale, brigadeiro reformado José Celestino, discursou no acto central © Fotografia por: DR

José Celestino, que anunciou o facto durante o acto central das celebrações do 36º aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale e 6º do Dia da Libertação da África Austral, assinalado a 23 desde mês, disse que um dos grandes objectivos da nova direcção do FOCOBACC é trabalhar para a união de todos os membros da organização, com vista a enfrentar os problemas que afligem os ex-combatentes.

"O que nos une é superior aos problemas que nos dividem. Nesta senda, o nosso apelo vai para a união no seio da família FOCOBACC”, disse para acrescentar que um dos programas para os próximos anos cinge-se no apoio social aos associados que passam inúmeras vicissitudes, através da implementação de políticas concretas e que tenham um grande impacto na vida dos membros do Fórum.

O dirigente salientou que a média de idade dos membros da FOCOBACC é de 60 a 62 anos, o que obriga com que se implemente políticas eficazes para que os associados tenham o reconhecimento da sociedade e se orgulhem de terem defendido a Pátria angolana.

Na ocasião, o presidente do FOCOBACC gradeceu o apoio do Executivo angolano na consagração do dia 23 de Março, em homenagem aos combatentes tombados na Batalha do Cuito Cuanavale, de forma a honrá-los com carinho e dignidade, dando sinais de respeito e admiração pelos feitos protagonizados há 36 anos.

 
Divulgação dos feitos

José Celestino informou que a instituição que dirige já começou a dar os primeiros passos para redigir, de forma científica, a História da Batalha do Cuito Cuanavale e evitar que se deturpe os factos ocorridos durante o conflito que culminou com a Independência da Namíbia, a abolição do regime do apartheid e a libertação do líder do ANC, Nelson Mandela.

O dirigente salientou que, no âmbito do legado histórico nacional, pretende-se elevar o Memorial da Vitória da Batalha do Cuito Cuanavale a Património Imaterial da Humanidade, sendo que para o êxito deste desiderato conta-se com o apoio do Executivo angolano.

"Nós somos parceiros do Estado e queremos ter uma boa relação, privilegiada e responsável, não pedindo ou mendigando, mas, sim, criando políticas e projectos que tenham viabilidade económica, sem onerar o Executivo”, avançou José Celestino, para quem, através de uma iniciativa legislativa por parte do Executivo, junto da Assembleia Nacional, pode ser possível tornar os combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale como heróis nacionais.

De acordo com José Celestino, para que o FOCOBACC se torne numa instituição de utilidade pública é necessário o apoio do Ministério da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria. O dirigente aproveitou a ocasião para anunciar que um dos passos a ser dado nos próximos dias é a realização da Iª Reunião Ordinária onde se vai aprovar o cronograma de actividades para o presente ano.

José Celestino apelou aos membros do FOCOBACC a voltarem a ter esperança, tendo em conta que a nova direcção da instituição tudo está a fazer para a melhoria das condições de vida dos ex-combatentes, viúvas e órfãos de guerra.

Relevância histórica

O presidente do Conselho Directivo da Federação dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria (FACVPA), Ludgério Peliganga, disse que o 23 de Março, consagrado como Dia da Libertação da África Austral,  reveste-se de grande importância histórica, tendo em conta que determinou profundas alterações na geopolítica da Região Austral do continente africano.

Ludgério Peliganga disse que a Batalha do Cuito Cuanavale confirmou a máxima proferida pelo saudoso Presidente da República, Agostinho Neto, de que "Angola é e será, por vontade própria, trincheira firme da revolução em África”. Nesta senda, considerou  essencial que se continue a manifestar respeito e admiração a todos quantos  se empenharam e sacrificaram as próprias vidas, com elevado espírito, sentimento patriótico, pelas mais nobres causas.

Ludgério Peliganga afirmou que a paz e a unidade nacional são o maior legado do povo angolano. Por esta razão, disse,  a FACVPA tem apoiado todas as acções do Executivo com vista a reforçar o papel de Angola no contexto regional e internacional, privilegiando o diálogo e a concertação permanente para a prevenção e resolução pacífica dos conflitos, manutenção da paz e segurança nacional.

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