Política

Ex-militares pretendem produzir em grande escala

Lourenço Manuel | Menongue

Jornalista

Um grupo de ex-militares filiados na cooperativa agrícola 23 de Março, do Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale (FOCOBACC), recebeu recentemente da sua congénere Kapécua, cerca de 12 mil hectares de terras aráveis localizadas nas províncias do Bengo e Zaire, para a produção de bens alimentares à escala nacional, a partir da campanha agrícola 2021/2022.

26/04/2021  Última atualização 06H53
© Fotografia por: DR
O responsável dos desmobilizados de guerra Daniel José Narciso disse que o gesto da cooperativa Kapécua vem responder ao pedido do ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos "Liberdade", que apelou os departamentos ministeriais e a sociedade civil a apoiarem os ex-militares filiados no FOCOBACC. Informou que os 12 mil hectares de terra foram sinalizados com tabuletas com os nomes das brigadas de infantaria motorizada, artilharia e defesa anti-aérea que participaram na Batalha do Cuito Cuanavale, ao longo dos quais os ex-militares prometem trabalhar a terra com bravura e produzir alimentos do campo com fartura.

Daniel Narciso disse que neste momento a cooperativa está focada na oficialização de toda a documentação dos espaços cedidos, que depois serão canalizados para vários departamentos ministeriais para os devidos apoios, porque pretendem fazer uma produção agrícola diversificada e virada para a exportação e geração de renda.

Explicou que cada ex-militar vai receber quatro hectares de terra e a produção será direccionada. "Por exemplo, se a 16ª Brigada semear milho, a 21ª Brigada cultiva o feijão, a 25ª Brigada a batata-doce, a 59ª Brigada a batata rena, a 68ª Brigada arroz, o 1º e 2º grupo tácticos estarão virados para as hortaliças e assim sucessivamente", salientou.

"O Executivo precisa rapidamente de limitar as importações de mercadorias para Angola e baixar os preços dos produtos da cesta básica. Se no passado com armas na mão fomos capazes de defender o nosso solo pátrio, agora é chegado o momento de pegarmos nas enxadas, catanas e outras alfaias agrícolas para responder às necessidades da população”, afirmou.
Acrescentou que a Kapécua possui, igualmente, terras aráveis no Cuando Cubango e em outros pontos do país.

"Vamos continuar a privilegiar este tipo de parcerias para que aos poucos possamos minimizar o sofrimento de centenas de ex-militares filiados no FOCOBACC e que andam à deriva, um pouco por todo o país, por falta de apoios", disse.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Política