Cultura

Horizonte Njinga Mbande encerra espectáculos com a peça “O namoro”

A companhia de artes Horizonte Njinga Mbande apresenta hoje, em duas sessões, às 19h00 e às 21h15, na sala 1, do seu auditório, na escola homónima, em Luanda, a peça de teatro “O Namoro”, inserida no Dia dos Namorados, que se assinalou a 14 de Fevereiro. Ainda na semana dedicada ao amor, o grupo exibiu as peças “Segredo da Cama”, “Veneno" e “Segredos da Tatuagem”.

18/02/2024  Última atualização 11H13
A peça leva o público a viajar para o passado onde as moças eram vistas como “anjos” © Fotografia por: DR
De acordo com a sinopse, o espectáculo aborda a questão das mudanças nos hábitos dos relacionamentos entre os casais,  onde o tradicional e o moderno são colocados à prova. A peça faz uma reflexão sobre os significados e práticas do namoro, que sofreram muitas mudanças com o passar das décadas. A diferença de aproximação entre as pessoas e a forma como tudo se dá antes do casamento tomaram formas diferentes. Mas as mudanças sempre vão acontecer na sociedade e devem ser vistas como uma evolução do modo de ser e pensar das pessoas.

O espectáculo, segundo a sinopse, leva o público a viajar para o passado, onde as moças da década de 70 e 80 do século passado, eram vistas como "anjos intocáveis”, em que o namoro tinha que ter o consentimento dos pais ou dos padrinhos. O cuidado com as meninas dessa época era intenso antes do casamento. Por isso, existia uma pessoa da família que se encarregava de arranjar os casais e todo o contacto entre os dois era feito por meio deste(a) "intermediário(a)”.

A peça apresenta vários cenários de como era vivido um verdadeiro amor sem interesses materiais. "Entregavam-se cartas de amor, bilhetinhos e os encontros, um passeio à loja de gelados  ou ao cinema, eram marcados com autorização e o contacto físico se limitava ao toque das mãos”, recorda o encenador Adelino Caracol.

Segundo o encenador, a peça mostra como o namoro foi fazendo a sua migração dentro da casa para fora. Porém, disse, ainda sob o olhar de vigia de algum membro da família, o comportamento dos jovens já passava a ficar mais "liberal”.

Com o passar dos tempos, explicou, a sociedade "passou a aceitar” melhor as relações menos duradouras, sem a necessidade de compromissos longos. "A virgindade deixou de ser tabu nas conversas entre os jovens e tudo passou a ser mais fácil, com uma sensação de despreocupação, mesmo que fossem proibidos pelos pais, os jovens saíam às escondidas e faziam o que quisessem”.

Actualmente, observou, os relacionamentos, até mesmo os duradouros, passaram a basear-se  e fortalecer a comunicação pelas novas  tecnologias. "O uso abusivo de celulares e mensagens instantâneas nas redes sociais fazem com que os namoros tenham outros estilos e propósitos, muito diferentes daqueles bons tempos”.

Com o fenómeno "namoro à distância”, explicou, tem a vantagem da facilidade na comunicação, mas peca por falta do contacto directo com a pessoa amada. "Hoje a maneira de observar o relacionamento mudou com o passar do tempo e tudo passou a ser muito efémero”.

O elenco principal é composto pelos actores Aldemiro Benjamim, Madalena Kaparacata, Esmeralda Azevedo e a encenação está a cargo de Adelino Caracol.

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