Economia

Hotelaria pode proporcionar cinco mil empregos já este ano

O sector hoteleiro angolano pode já este ano chegar aos cinco mil empregos directos com a entrada em actividade de hotéis do Programa de Privatizações (PROPRIV) e outras iniciativas privadas em curso.

17/03/2024  Última atualização 08H57
Estâncias turísticas e outros empreendimentos hoteleiros vão garantir emprego e dinamização da economia nacional © Fotografia por: DR

Esta visão foi avançada, sexta-feira, em Luanda, pelo presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHRA).

Ramiro Barreira comentava à Lusa a aprovação, pelo Governo, do Plano Nacional de Fomento ao Turismo (PLANATUR).

O instrumento estratégico prevê criar 50 mil empregos directos, até 2027, número que considerou fácil de atingir.

Ramiro Barreira realçou que, pela primeira vez, o Governo angolano assumiu, com o plano aprovado na última quinta-feira, o turismo como uma "área de vanguarda do desenvolvimento da economia do país".

"Significa que pela intensidade do sector do turismo, facilmente conseguimos atingir 50 mil empregos directos e depois também os indirectos e recuperar muitos empregos que o sector perdeu nos últimos anos com a Covid-19 e a crise que se abateu nos últimos anos também", disse.

Para Ramiro Barreira, com a entrada em funcionamento da maior parte dos hóteis do PROPRIV, o arranque de alguns projectos, principalmente o reinício da actividade do aeroporto [internacional] de Luanda, e o desenvolvimento de outros projectos nas províncias, é possível.

Para o hoteleiro, o que não se conseguir este ano, pode-se recuperar no início do próximo ano, tendo lembrado que "o plano tem três meses de atraso".

O Presidente da República, João Lourenço, aprovou, quinta-feira, o Planatur 2024-2027, que, numa primeira fase, prevê investimentos em pontos turísticos das províncias de Benguela, Cuando Cubango, Cuanza- Norte, Luanda, Huíla, Namibe, Malanje e Zaire.

Segundo Ramiro Barreira, a melhoria das infra-estruturas rodoviárias nas principais províncias consignadas no plano é uma medida importante, bem como os pólos turísticos em desenvolvimento em Calandula, Cabo Ledo, Cuando Cubango, assim como os programas específicos para os produtos turísticos, nomeadamente a construção de pequenos estabelecimentos comerciais para a venda de 'souvenirs' (lembranças), entre outros.

O presidente da AHRA saudou "todas as infra-estruturas que, no fundo, contribuam significativamente" para tornar "o potencial turístico em produtos turísticos, que poderão ser vendidos aos turistas".

"Por outro lado, parece-me também que, ao nível do financiamento, o Fundo de Garantia de Crédito também vem dar outro alento ao sector", sublinhou.


Disponíveis 2,5 biliões de kwanzas

Com uma disponibilização financeira do Estado de cerca de 2,5 biliões de kwanzas (2,7 mil milhões de euros), prevê-se a criação de 3.175 quartos, a asfaltagem de 500 quilómetros de estradas de acesso aos pólos turísticos até 2027, além de 600 quilómetros de terraplanagem.

Ramiro Barreira realçou que é necessário financiar projectos, essencialmente ligados aos operadores turísticos, unidades hoteleiras, restauração, transportes para turistas, agências de viagens, todo o segmento ligado ao turismo, "por isso o plano de financiamento do sector também é muito importante".

Ao sector privado, no quadriénio, cabe um financiamento de 247 mil milhões de kwanzas (273,5 milhões de euros) para o fomento do turismo.

O responsável da AHRA destacou, também, acções da parte institucional, como a formação e organização, considerando que se se conseguir fazer o que está previsto no Planatur "já vai ser um passo muito importante".

"O importante é a mobilização de recursos financeiros para o projecto de curto, médio prazo (...). Se conseguirmos mobilizar os recursos financeiros, vai ser um passo muito importante e depois a implementação, os 'players' [agentes] para implementar é a parte mais importante", acrescentou.

O presidente da ARHA disse que o sector privado e, particularmente, a associação que dirige, estão à espera e mobilizados para que possam responder positivamente ao Planatur e ajudar as políticas do Governo, que, por sua vez, disse, deve responder às necessidades do sector.

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