Sociedade

Jovens investigadores reunidos em Luanda

André Sibi

Jornalista

Trezentos jovens estão a participar no III Encontro de Jovens Investigadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre África, que decorre, desde quarta-feira, em Luanda, até hoje, sob o lema “A ciência para a realização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030”.

28/03/2024  Última atualização 10H10
Secretária de Estado pediu uma maior aposta dos jovens no domínio da pesquisa © Fotografia por: Edições Novembro
A secretária de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice de Ceita, disse que o objectivo do encontro foi promover a participação e o protagonismo dos Jovens Investigadores Africanos, enquanto agentes da mudança, assim como dar voz aos trabalhos científicos, de modo a criar um espaço de reflexão e partilha de conhecimento.

De acordo com a Secretária de Estado, a realização do encontro abre portas para agregar sinergias e a colaboração entre investigadores da CPLP em termos de parcerias e também na produção de conhecimento a nível dos países de língua oficial portuguesa.

Ao longo da intervenção, a secretária de Estado apelou a uma maior aposta na investigação científica, de forma a dinamizar o desenvolvimento da comunidade. Até 2018, avançou, a região da África subsariana albergava 14 por cento da população mundial, da qual apenas 0,7 por cento se dedica à investigação científica, se comparando com o resto do mundo.

Prioridades

A Agenda 2030, lembrou, deve ser vista como um apelo internacional para erradicar a pobreza e todas as formas de desigualdades, assim como preservar o ambiente, o clima e garantir que todos possam usufruir de boas condições de vida.

A juventude, disse, tem um papel importante na busca de soluções para os problemas actuais, quer no contexto global, assim como regional e local. O último relatório da UNESCO para 2021, realçou, concluiu que a população global de investigadores científicos continua a crescer, no entanto existe um forte desequilíbrio em todo o mundo.

 
Objectivos

A coordenadora do encontro, Cristina Molares d’Abril, explicou que o objectivo é promover a investigação científica no continente africano e despertar os jovens sobre o seu papel no desenvolvimento sustentável.

Os indicadores em termos de investigação a nível da CPLP, assegurou, são animadores. A título de exemplo, explicou que o jovem Arlindo Almada conquistou no ano passado um prémio numa prestigiada instituição de referência internacional, em matéria de tecnologias de informação.

Todos os interessados em integrar a comunidade de investigadores da CPLP, explicou, devem, antes, integrar a plataforma digital criada pela organização. "As candidaturas podem ser feitas de forma individual e colectiva, por via das universidades”.

A actividade

A escritora moçambicana e Prémio Camões 2021, Paulina Chiziane, considerou o encontro uma grande iniciativa e apelou aos jovens africanos a empenharem-se mais na investigação científica.

A reitora da Universidade Católica de Angola, madre Maria de Assunção, disse que o encontro abre uma nova perspectiva para a investigação científica, a julgar pelos temas abordados. Actualmente, avançou, a Universidade Católica de Angola conta com dez centros de investigação científica e cada um desenvolve a sua própria linha de investigação.

O encontro tem uma periodicidade bienal e em 2026 o país escolhido para albergar o acto é Moçambique.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Sociedade