Curiosamente, como que fazendo vincar a majestade que lhe é atribuída e reconhecida, os quatro leões em prova passaram da primeira fase, mas ficaram pelos oitavos-de-final aos pés de alguns bichos menos temidos.

Com cinco títulos na competição (1984, 1988, 2000, 2002 e 2017), os Indomáveis dos Camarões são sem dúvidas os leões mais conceituados no continente. Contudo, em terras ivoirienses entraram com rugido e garras fracas e, como consequência, nos "oitavos" não tiveram pele nem ossos suficientemente duros para suster duas bicadas da Super Águia senegalesa e ficaram pelo caminho de forma prematura, a julgar pelo nome que leva ao respeito de qualquer adversário em África.

Campeões, os Leões de Teranga senegaleses tinham o título da última edição para defender. Passaram imaculados na fase de grupos e esperava-se muito deles nos "oitavos". Por azar, tiveram pela frente os Elefantes ivoirienses que jogavam em casa e levaram o desafio para as grandes penalidades, após empate a uma bola no tempo regulamentar.

Como acontece na savana africana, os leões temem os elefantes. Reconhecem a força descomunal do maior animal terrestre, algo que na hora da verdade veio mesmo ao de cima. O 5-4 reforçou a supremacia do enorme  mamífero de presas de marfim sobre o felino respeitado de juba imponente.

Os leões que muito prometeram foram os do Atlas, com a façanha de terem conseguido um  inédito quarto lugar no Mundial do Qatar, em que deixaram pelo caminho selecções como a Espanha e Portugal. Mas em África o enredo é diferente. Frente aos destemidos, rapazes sul-africanos, os leões marroquinos perderam por convincentes 2-0. A famosa zagaia zulu esteve afiada ao ponto de matar o oponente.

Menos cotados eram os Leões de Chinguetti, que passaram à tangente para a fase a eliminar. Atreveram-se a ir ao mar e foram devorados por esbeltos Tubarões Azuis.