Sociedade

Lóvua cria condições para combater a cólera

Isidoro Samutula | Lóvua

Jornalista

A Administração Municipal do Lóvua, na província da Lunda-Norte, está a criar as condições logísticas, técnicas e humanas para dar resposta imediata na eventualidade de se registarem casos de cólera na região.

11/02/2024  Última atualização 09H16
Unidades sanitárias da região estão a receber medicamentos e meios de biossegurança © Fotografia por: DR

A garantia foi dada, sexta-feira, pelo administrador municipal, no acto da entrega de medicamentos à Direcção Municipal da Saúde para o combate à cólera, tendo em conta os casos que se registam na vizinha República Democrática do Congo.

António Mussumari disse que o município do Lóvua se encontra na linha vermelha por ter uma extensão fronteiriça com a RDC de mais de 200 quilómetros, o que obriga a criação de condições de prevenção e combate à cólera. "Estamos a trabalhar arduamente para não sermos surpreendidos pelo surto, que é considerado letal. Adquirimos os medicamentos e recebemos um reforço do Governo Provincial para darmos resposta aos eventuais casos de cólera”.

O administrador referiu que, devido à vasta fronteira com a República Democrática do Congo, o município do Lóvua conta com sete marcos fronteiriços, que devem merecer maior atenção das autoridades, para evitar a entrada de pessoas infectadas pela doença. "Temos marcos 13, 16, 19, 21, 23, Camilonda e Chimeia, que nesta altura exigem maior atenção”.

A Administração Municipal do Lóvua, explicou, construiu um hospital de campanha, que vai servir de Centro de Tratamento da Cólera, com capacidade para internar 20 pacientes.

O referido centro tem três enfermarias, sendo uma para os pacientes graves, uma para os que se encontram em fase de recuperação e outra para os casos de alta. "Criámos, de forma emergencial, um hospital de campanha com condições técnicas para darmos resposta adequada na eventualidade de registarmos casos de cólera a nível do município”.

O administrador sublinhou que o município tem uma Comissão Multissectorial para a prevenção e combate à cólera, integrada, também, por representantes da Agência das Nações Unidas (ACNUR), em função dos refugiados da RDC que se encontram no assentamento do Lóvua, que, muitas vezes, se deslocam aos Marcos Fronteiriços para terem contacto com os parentes do outro lado da fronteira.

Segundo o administrador, decorrem trabalhos de sensibilização nas comunidades, igrejas e escolas, para que a população esteja informada sobre a doença, que é bastante perigosa e contagiosa, o que requer maiores cuidados, sobretudo com a higiene nesta época chuvosa.

O director municipal da Saúde garantiu que existe um plano de contingência traçado e equipas técnicas preparadas, entre enfermeiros e médicos, para dar resposta na eventualidade de surgirem casos de cólera no município.

José Camuenhi afirmou que, com os medicamentos disponíveis, o município está preparado para dar resposta a casos de cólera, tendo, entretanto, apelado à população no sentido de manter as medidas de prevenção, para que não se registem casos, atendendo à gravidade da doença.

"Recebemos materiais de biossegurança, antibióticos, soros, sacos para transporte de cadáveres, fraldas descartáveis para adultos e crianças, entre outros meios”.

Segundo o director municipal da Saúde, apesar de o município contar já com um Centro de Tratamento de Cólera, foram criadas as condições no Centro de Saúde do Lúmua, que conta com uma área que no passado serviu para casos de Covid.  "Preparámos, também, uma área que no passado serviu para doentes com Covid, no Centro de Saúde do Lúmua, para o atendimento de possíveis casos de cólera”.

José Camuenhi garantiu que as campanhas de sensibilização da população sobre os perigos da doença vão prosseguir ao longo da fronteira com a RDC.

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