Economia

México ultrapassa China como principal importador para os EUA

O México ultrapassou a China, em 2023, como a principal fonte de bens importados pelos Estados Unidos, ilustrando os esforços de Washington para reduzir o comércio com o país

10/02/2024  Última atualização 13H39
Trocas comerciais, México ultrapassa China © Fotografia por: DR
Os dados divulgados, na quarta-feira, pelo Departamento de Comércio norte-americano mostram que o valor dos bens importados do México aumentou quase 5 por cento, face a 2022, para mais de 475 mil milhões de dólares.

Durante o mesmo período, o valor das importações chinesas caiu 20 por cento, para 427 mil milhões de dólares.

A última vez que os produtos mexicanos importados pelos Estados Unidos excederam o valor das importações da China foi em 2002.

As relações económicas entre os Estados Unidos e a China deterioraram-se nos últimos anos, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e às ambições geopolíticas de Pequim, que incluem a reivindicação de quase todo o mar do Sul da China e ameaças militares a Taiwan.

A administração do ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas punitivas sobre as importações chinesas em 2018, argumentando que as práticas comerciais de Pequim violavam as regras do comércio global.

Depois de assumir o cargo, em 2021, o Presidente Joe Biden manteve estas taxas, deixando claro que o antagonismo em relação à China seria um ponto comum para democratas e republicanos.

A administração Biden instou, então, as empresas a procurar fornecedores em países aliados, ou a devolver a produção aos Estados Unidos. As perturbações na cadeia de abastecimento relacionadas com a pandemia da Covid-19, também, levaram as empresas norte-americanas a procurar fornecedores mais próximos dos Estados Unidos.

O México tem sido um dos beneficiários do crescente afastamento da dependência das fábricas chinesas.

De acordo com observadores, alguns fabricantes chineses estabeleceram fábricas no México para explorar os benefícios do Acordo Comercial EUA-México-Canadá, que permite o comércio livre de direitos aduaneiros na América do Norte para muitos produtos.

O Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse esta semana que o estatuto comercial dá ao México uma nova vantagem, afirmando que ia tornar difícil aos EUA fechar a fronteira dos dois países para limitar a imigração, como sugerido nas negociações sobre um projecto de lei de fronteiras no Senado dos EUA.

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