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Moçambique agrava restrições

O Presidente moçambicano anunciou um agravamento de restrições face ao avanço da Covid-19 no país, encurtando horários do comércio e restauração, fechando alguns estabelecimentos e espaços culturais e interditando praias, entre outras medidas.

16/01/2021  Última atualização 17H25
© Fotografia por: DR
As restrições vigoram desde as 00:00 de ontem, por um período de 21 dias, segundo aprovado em reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
Filipe Nyusi fez o anúncio durante uma comunicação à nação, acerca da evolução da pandemia de Covid-19, com um "aumento significativo" de internamentos e mortes nas últimas semanas, chegando aos 205 óbitos de um total de 23.726 casos positivos. Uma fatia de 19% dos óbitos registados em Moçambique, desde o início da pandemia, aconteceu já em 2021, realçou. De todas as mortes, 81% foi registado na área metropolitana de Maputo, acrescentou.

"A qualquer momento, alguém doente pode não ter onde ser internado", porque até os serviços privados estão a ficar saturados, referiu.
Segundo o boletim de ontem, do Ministério da Saúde, há 140 doentes nos centros de internamento de Covid-19 e noutras unidades hospitalares, sendo que 79.3% destes pacientes encontram-se em Maputo.
"Esta nova situação é a mais grave desde que a Covid-19 surgiu em Moçambique", é de uma "gravidade sem paralelo", sublinhou.

Os dados são um "sinal gravemente vermelho", que exige medidas, referindo que está a ser aumentado o número de camas, mas "isso não reduz o número de infectados", apelando assim ao cumprimento das medidas básicas de prevenção: uso de máscara, desinfecção frequente das mãos e cumprimento do distanciamento social.
Entre as medidas anunciadas, reforça-se a exigência do teste à Covid-19 para quem quer entrar no país, agora sem excepções, realçou Filipe Nyusi, ao frisar que a medida se aplica "a todos os viajantes". Apelou a que cada um se mantenha actualizado sobre as normas em vigor em todos os países por onde vai circular.

Toda a actividade comercial passa a ter de encerrar até às 18:00, sendo que restaurantes podem fechar mais tarde, até às 20:00, de segunda à sexta, mas têm de fechar mais cedo, até às 15:00, aos fins-de-semana.
As casas de venda de bebidas alcoólicas devem fechar sempre até às 13:00 e o mesmo se vai aplicar às zonas de venda de bebidas com álcool, em supermercados e noutras superfícies comerciais. Bares, discotecas, salas de jogo, casinos e bancas de venda de bebidas voltam a ter de fechar portas na nova fase de restrições, assim como ginásios e piscinas públicas, mantendo-se abertos espaços públicos, como calçadões para caminhadas, sem aglomerações.

As praias estarão também interditas a quem as procura para recreação e lazer, numa altura em que a afluência crescia, dado ser esta a época mais quente e de férias no país. Voltam também a encerrar os espaços culturais que já tinham reaberto, tais como cinemas, museus, salas de teatro e galerias.
Os campeonatos nacionais de várias modalidades desportivas vão decorrer, mas sem público, acrescentou o Chefe de Estado. O número máximo de participantes em eventos privados é reduzido para 30, podendo chegar aos 50, desde que ao ar livre, devendo os mesmos decorrer até às 20:00.

O número de participantes em cerimónias de cultos religiosos está limitado a 50 e os funerais e velórios não podem juntar mais que 20 pessoas, 10 caso a morte tenha sido provocada por Covid-19. O Governo moçambicano recomenda ainda o recurso ao teletrabalho e uso de novas tecnologias, sempre que possível.
Após 21 dias em vigor, será feita nova avaliação das medidas (ou seja, depois de 4 de Fevereiro), com base na evolução dos casos da doença, concluiu.

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