Neste mês dedicado à juventude, propusemo-nos trazer, à ribalta, parte da história de vida de mais um jovem angolano, que, fruto da sua determinação e resiliência, construiu um percurso empresarial digno de respeito, podendo ser, por isso, um exemplo a seguir para quem pretender trilhar os mesmos caminhos.
Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.
Angola acolhe, de 2 a 5 de Abril do corrente ano, a terceira edição do evento espacial mais proeminente de África, a Conferência NewSpace África 2024, uma reunião de alto nível de líderes da indústria africana e estrangeira, empresas espaciais comerciais, investidores e outras partes interessadas na indústria espacial e de satélites, que decorrerá sob o lema: “O papel do espaço na redução da lacuna de pobreza em África”.
Durante quatro dias, mais de 400 delegados de 46 países dos seis continentes vão convergir no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda. O evento, organizado conjuntamente pela Space in Africa, a Comissão da União Africana e o Gabinete Nacional de Gestão do Programa Espacial de Angola (GGPEN), sob os auspícios do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTIC), proporcionará uma oportunidade para os participantes explorarem o impacto potencial dos quadros de cooperação entre as partes interessadas para alcançar objectivos comuns na indústria e no continente.
A conferência proporcionará um fórum para explorar soluções espaciais inovadoras para resolver as desigualdades sociais em todo o continente. Ao alavancar tecnologias baseadas no espaço, a conferência examinará como estas soluções podem impulsionar estratégias de desenvolvimento e contribuir para reduzir a lacuna de pobreza em África.
Além disso, o evento aprofundará os avanços em diversos aspectos da indústria espacial e de satélites africana, abrangendo ferramentas de detecção remota, aplicações de dados geoespaciais, comunicações por satélite, sistemas de navegação e outras aplicações espaciais emergentes. Estes avanços visam melhorar os sectores da agricultura, segurança e defesa, comunicação, resiliência climática e saúde, incentivando, em última análise, o desenvolvimento de infras-estruturas.
O evento vai contar com a participação de 257 organizações, incluindo funcionários de governos africanos e de países de outros continentes, representantes de ministérios, chefes de agências espaciais nacionais e NewSpace.
Organizações proeminentes da indústria espacial expõem soluções e serviços
A Conferência NewSpace África 2024 é organizada pela Space in Africa em conjunto com a Comissão da União Africana e pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTIC), no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda, Angola,
e irá acolher uma enorme exposição apresentando 28 organizações proeminentes da indústria espacial global. Especificamente, representantes da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA), da Agência Espacial Europeia (ESA), da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), da Airbus Defense and Space e de 24 outras empresas participantes foram contratadas para expor suas soluções e serviços aos mais de 400 delegados da conferência.
A
afirmação internacional do Estado angolano no domínio espacial
Amaro João*
A Estratégia Espacial Nacional 2016-2025 foi aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 85/17, de 10 de Maio, e assenta em 5 pilares principais, nomeadamente: desenvolvimento de uma infra-estrutura espacial, capacitação e promoção do sector espacial, crescimento da indústria e tecnologias espaciais, posicionamento internacional do Estado angolano no domínio espacial e a criação interna de estruturas organizativas que assegurem a prossecução dos objectivos pretendidos.
No domínio da afirmação internacional, o país tem feito progressos que têm valido o reconhecimento internacional. Por exemplo, a construção, lançamento e colocação em órbita do satélite de comunicações ANGOSAT-2 representa o grande salto do ponto de vista do conhecimento e experiência na área espacial com realce para a operação e manutenção em órbita do satélite. O ANGOSAT-2 está operacional e é utilizado por diversos operadores para prover conectividade tais como: INFRASAT, MS Telcom, Unitel, Angola Telecom só para citar algumas. O satélite tem também permitido por meio do projecto Conecta Angola levar conectividade para zonas recônditas, especialmente no Leste do país. No campo social o Conecta Angola permitiu a instalação de mais de nove terminais e mais de 200 na vertente comercial. A nível do continente o ANGOSAT-2 continua a despertar o interesse de empresas de países da SADC com destaque para a Zâmbia, República Democrática do Congo, Namíbia e outros.
O país conta igualmente com o Centro de Controlo e Missão de Satélites da Funda que é uma infra-estrutura de raiz a única na região da SADC capaz de operar simultaneamente três satélites.
Os quadros angolanos foram certificados para operação de satélites pela Agência Espacial Russa (ROSCOSMOS), tem igualmente a certificação em desenho e construção de carga útil de satélites pela Airbus Defense and Space (ADS) uma das maiores entidades no Mundo em matérias de satélites, certificação em sensoriamento remoto e processamento de imagens pela Thales Alenia Space, formações a nível de mestrados e doutoramentos em Universidades tais como: George Washington University, EUA, Instituto Superior de Aeronáutica e Espaço (ISAE-SUPAERO) da França e a Universidade de Tver State University, Rússia.
Olhando para a Estratégia Espacial Africana e resoluções da UNOOSA que orientam os países a investirem em tecnologia espacial para apoiar nas soluções para os desafios de desenvolvimento sustentável, no plano regional Angola, desenvolveu soluções capazes de resolver e dar respostas aos desafios locais recorrendo a utilização de imagens de satélites.
Nesta senda foram desenvolvidas ferramentas como Tech-Gest, Tech-Agro, Tech-ecologia e Tech-minas, ferramentas utilizadas pelos actores nacionais. O Tech-Gest auxilia na gestão de plataformas logísticas, gestão de activos e monitorização do uso e ocupação de solos. Recebeu o prêmio global de excelência como um dos 20 projectos num grupo de 100 principais projectos globais de Inteligência Artificial. O Tech-Agro permite monitorar a saúde das colheitas e prover informações sobre os campos agrícolas. Tech-Minas permite a monitorização da actividade mineira e ajuda a perceber o nível e potencial de produção mineira. O Tech-Ecologia é uma ferramenta para detectar derrames de petróleo no mar.
Os resultados acima despertaram o interesse de outras instituições do ecossistema espacial, assim sendo, como parte da afirmação internacional, o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) assinou Memorandos de Entendimento com as congêneres do Japão, Portugal, aderiu aos Acordos Artemis, tornando Angola o terceiro país africano e o 33º país no mundo a aderir ao referido Acordos, foi admitido como Membro do Congresso Internacional Aeronáutico (IAC, na sigla inglês) e reforçou à posição a nível da UNOOSA e lidera o Comitê de Peritos da SADC em matéria espacial.
O conjunto de conquistas obtidas tornaram hoje Angola um actor incontornável no continente em matéria espacial, este facto é mais uma vez reconhecido porque o país de 2 a 5 de Abril, vai albergar pela primeira vez na região a Conferência da NewSpace África que vai juntar no mesmo espaço para dialagor vários líderes da indústria espacial a União Africana, governos, investidores, decisores, desenvolvedores de soluções, agência espaciais africanas, NASA, ESA, Rússia, China, empresas do sector público e privado. A conferência tem como tema "Como o Espaço pode Reduzir o Fosso da Pobreza em África”. Deste modo, e a contar pelos resultados alcançados, poder afirmar que a partir do espaço, Angola tem desenhado o seu papel na Terra e tornou-se incontornável e decisiva em matéria espacial.
O Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional é a instituição que tem como missão gerir e acompanhar o desenvolvimento do Programa Espacial Nacional (PEN) e é superintendido pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS).
*Director do Centro de Controlo e Missão de Satélites
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