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Obras do PIIM mudam imagem da sede municipal de Catabola

José Chaves/Andulo

A imagem da sede municipal de Catabola, na província do Bié, está a melhorartodos os dias, fruto das obras do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

14/09/2023  Última atualização 10H56
Actualmente Catabola dispõe de um hospital municipal devidamente apetrechado, um hospital missionário, 13 postos médicos e quatro centros de saúde nas quatro comunas © Fotografia por: José Chaves | Edições Novembro

Segundo a administradora Madalena Wanga da Silva, que falava ao Jornal de Angola, quando todas as obras terminarem, a vila vai ter uma imagem digna. "A sede do município está a ganhar nova imagem, fruto das acções do PIIM e de outras enquadradas no Programa de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza”, frisou.

Entre as obras, algumas em curso e outras já concluídas, Madalena Wanga da Silva destacou a construção de cinco escolas de 12 salas de aula cada e duas de sete salas de aula e a asfaltagem de 5,8 quilómetros da sede municipal.

Neste momento, acrescentou, decorrem as obras de construção do Centro Materno - Infantil, do edifício autárquico, Jardim Dr.Walter Strangwei e a terraplanagem de 58 quilómetros das vias secundárias.

Madalena Wanga da Silva sublinhou que, com este e outros projectos de impacto social em execução na localidade, os habitantes do município de Catabola vão ver solucionadas algumas das suas inquietações.

"Para quem conheceu Catabola, acredito que agora vai impressionar -se pelo facto de circular nas principais artérias da vila sem preocupação de inalar poeira”, disse.

A administradora de Catabola reconheceu que, apesar dos avanços registados na execução das obras, há ainda muitos desafios para colocar o município na senda do desenvolvimento.

"É notória a actual imagem da sede do município, mas ainda temos o desafio da requalificação do casco urbano, que passa pelo arranjo de passeios e lancis, alargamento da rede de distribuição de energia e água potável e outros serviços indispensáveis à população”, disse.

Madalena Wanga da Silva mostrou-se preocupada com o mau estado da via que liga a cidade do Cuito ao município de Catabola e das vias secundárias e terciárias. "O grande calcanhar de Aquiles reside, sobretudo, na principal via que liga Catabola ao Cuito, que se encontra em mau estado”, lamentou.


Educação e Saúde

A administradora de Catabola confirmou ao Jornal de Angola que os sectores da Saúde e da Educação são apostas das autoridades e que em breve serão construídas mais escolas e postos médicos nas zonas com mais habitantes

Ainda assim, destacou o facto de, presentemente, as crianças não terem necessidade de sair do município para prosseguirem os estudos noutras localidades, como acontecia há pouco tempo. Para isso, salientou a administradora, tem contribuído bastante a acção do Governo Provincial que não poupa esforços para apagar as marcas da guerra que destruiu completamente as poucas infra-estruturas herdadas do tempo colonial.

Apesar de a situação ter melhorado, a administradora prometeu que vão continuar a ser construídas mais escolas "até deixar de haver crianças fora do sistema de ensino”.  A administradora municipal também anunciou, para breve, o início da construção de um centro cultural destinado essencialmente aos jovens.

Catabola dispõe de um hospital municipal devidamente apetrechado, um hospital missionário, 13 postos médicos e quatro centros de saúde nas quatro comunas.

A aposta neste sector não fica por aqui. As autoridades locais tencionam construir mais unidades sanitárias com o propósito de aproximar os serviços de saúde às comunidades.

 
Regresso dos filhos da terra

O plano de execução de obras, que contempla a construção de centros e postos de saúde, escolas e casas para quadros, tem feito muitos jovens de outras localidades do país procurarem trabalho no município, contagiados pelo entusiasmo e empenho dos que tiveram Catabola como berço.

É o caso de Ferreira António, professor do ensino primário, a quem a guerra obrigou a refugiar-se em Luanda, mas voltou "para ajudar a recuperar o tempo que o país foi obrigado a gastar na defesa da integridade nacional”. "A guerra felizmente acabou e os filhos da terra, incluindo os que, como eu, se viram obrigados a abandoná-la, devem ajudar, cada um no seu sector, no desenvolvimento socioeconómico do município”, exortou.

 
Potencial agrícola

No que se refere à produção agrícola, Madalena Wanga da Silva informou que a Administração Municipal continua a sensibilizar os camponeses para as vantagens de se organizarem em associações, o que lhes permite obter créditos bancários e aumentar a produção.

"Temos uma terra potencialmente agrícola, mas é preciso trabalhá-la mais e de maneira diferente para termos melhores colheitas”, apelou.

Os camponeses receberam, no princípio do ano, instrumentos de trabalho para aumentar as áreas de produção.

Madalena Wanga da Silva disse, ainda, que mais projectos vão ser edificados em Catabola, apesar da situação económica actual. Como prioridades, apontou o reforço das redes escolar e de saúde, além do abastecimento de água potável e electricidade e a construção de moradias.

"O município de Catabola possui enormes potencialidades agrícolas, recursos hídricos e solos aráveis que, explorados convenientemente, podem servir de sustento para o desenvolvimento da região e garantia de ­melhores condições de vida dos seus habitantes. Aguardamos com entusiasmo a conclusão das obras de reabilitação e a asfaltagem da estrada, para uma melhor circulação de pessoas e bens, assim como a mecanização da actividade agrícola para uma produção em grande escala”, disse.

 
Autoridades tradicionais

O regedor municipal de Catabola, Artur José, disse estar "muito satisfeito pelo desenvolvimento registado nos últimos anos”, sublinhando que a reabilitação do Caminho-de-Ferro de Benguela, que  permite o comboio chegar à fronteira do Luau, traz mais progressos ao município.

A autoridade tradicional salientou a importância do crédito agrícola e a necessidade de reabilitação da estrada que liga Catabola ao Cuito e também a Camacupa e Cuemba, para facilitar o escoamento dos produtos agrícolas para os grandes centros de consumo.

O regedor também se manifestou satisfeito por todos os bairros periféricos terem luz eléctrica proveniente de um grupo gerador instalado na sede do município, mas disse estar preocupado com a falta de água potável na zona suburbana, bem como de agências bancárias.

Os funcionários públicos, principalmente enfermeiros e professores, têm de levantar os ordenados na sede da província, lamentou.

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