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Administrador municipal do Cachiungo fala dos esforços que estão a ser empreendidos na localidade, para melhorar a distribuição de energia e água à população local. Nesta entrevista concedida ao Jornal de Angola, por ocasião dos 110 anos de elevação à categoria de município, assinalados hoje, Paulo Kondomboke revela tudo o que está a ser feito para melhorar os serviços sociais na região
Senhor administrador, qual é o ponto de situação deste município da província do Huambo?
Em primeiro lugar, gostaríamos de clarificar-vos que, de acordo com a nova classificação orgânica, o Cachiungo é um município da Classe C, com uma densidade populacional estimada em 163.492 de habitantes, dos quais 85 por cento tem a agricultura familiar e semi-empresarial como actividades principais, garantindo assim o sustento das suas famílias. A nível dos vários investimentos em curso na localidade, julgamos serem necessários e oportunos, tendo em vista o desenvolvimento do município face às potencialidades que a nossa região ostenta.
Quantas acções, neste momento, estão enquadradas na carteira do Plano Integrado de Investimentos nos Municípios (PIIM)?
Quanto ao Plano Integrado de Investimentos nos Municípios (PIIM), apraz-nos dizer que a nossa carteira comporta 15 projectos, entre empreitadas e aquisições. Nesse rol destacamos as construções de duas escolas de sete e 12 salas de aula, de um pavilhão de mecânica para aulas práticas dos alunos do Instituto Médio Politécnico, dois pontos de água à manivela, assim como a reabilitação e ampliação do sistema de captação de água da comuna da Chinhama. Estão ainda a ser construídos passeios e lancis na Avenida Dr. Armindo Monteiro, bem como a executar-se obras de reabilitação e extensão da rede eléctrica da sede municipal, à semelhança do que acontece nas comunas do Chiumbo e Chinhama.
Dos projectos referidos, quantos já estão concluídos?
Destes projectos todos, apenas três estão em fase conclusiva. Trata-se da escola de sete salas de aula, o sistema de captação de água da comuna da Chinhama, e os trabalhos de extensão da rede eléctrica nas sedes comunais, cuja execução física e financeira rondam os 91 por cento de cada.
O que representam estas obras para o desenvolvimento do município?
A pobreza é uma condição socioeconómica de natureza complexa, multidimensional, que limita o bem-estar dos indivíduos e consequentemente o desenvolvimento económico de qualquer região. Por isso, os investimentos em infra-estruturas económicas e sociais são fundamentais para aumentar as oportunidades e reduzir as desigualdades sociais.
Ainda em relação à execução dos projectos do PIIM, na vertente do fornecimento de água e energia eléctrica, o que tem para nos dizer?
Estes dois domínios representam o nosso calcanhar de Aquiles, porquanto, os investimentos a eles feitos ajudaram a minimizar a carência, principalmente de energia eléctrica nas sedes comunais. Ainda assim, consideramos ser investimentos bastante irrisórios, se tivermos em conta a necessidade e o raio de abrangência. Contudo, esforços têm sido empregues com vista a resolução urgente da situação destes dois sectores vitais para a vida das populações, com realce à instalação de uma subestação eléctrica com vista a resolução efectiva do problema de energia na urbe e, concomitantemente, aumentar o poder de atracção de investimentos privados.
E sobre a construção de infra-estruturas de apoio aos sectores da Educação, Saúde, e de outros considerados chave para o desenvolvimento sustentável desta região?
Os investimentos em infra-estruturas sociais são cruciais para o desenvolvimento harmonioso das populações. Assim sendo, consideramos serem fundamentais os investimentos feitos nestes dois sectores face ao papel que cada um joga na vida dos cidadãos e de uma forma geral na sociedade.
No domínio dos projectos habitacionais como está servido o município?
Neste domínio o município de Cachiungo foi abrangido com o projecto de 200 fogos habitacionais, tendo sido construídas e concluídas 120 residências do tipo T3. Desta cifra, estão paralisadas as obras de um total de 24 residências.
Sobre a Agricultura, que apoios pontuais têm sido prestados aos agricultores de Cachiungo?
A Agricultura e a Pecuária representam 85 por cento da actividade económica do município. Portanto, joga um papel primordial na estabilidade da economia concentrada em dois sectores, a agricultura familiar e empresarial. Assim, o sector agrícola engloba a maioria da população desta região do Huambo, espalhada em pequenas produções familiares que praticam uma agricultura de subsistência, com destaque para as culturas do milho, feijão, batata-doce, batata rena, mandioca, trigo, ginguba, hortícolas diversas e a produção do mel, isto através de técnicas rudimentares.
O município possui alguns locais turísticos que, em termos gerais, são frequentemente visitados por estudantes e pela população em geral. Assim sendo, estão catalogados como pontos de atracção para turistas o Monte a Cachiungo, Margens do Rio Có, assim como as quedas dos rios Cutato e Cuvango. De igual modo, são elementos de atracção turística o projecto Aldeia Camela Amões e algumas infra-estruturas histórico-culturais, como as missões evangélicas do Dondi e a Católica de Vavayela, e a Gruta da Nossa Senhora de Fátima. Porém, com excepção do projecto Aldeia Camela Amões, todos os demais carecem de obras de benfeitorias para melhor acolher os visitantes.
Na vertente da formação profissional, que incentivos têm sido dados pelas autoridades do município para apoiar a juventude local?
Neste domínio, no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, vários têm sido os apoios dados à juventude como forma de criar o autoemprego, consubstanciado na entrega de diversos kits profissionais, voltados para as diversas áreas do sector económico e produtivo.
Perfil
Paulo
Moma Kondomboke
Filiação
André Jutalo Pintinho e Esperança Cariço
Naturalidade
Município do Bailundo (Província do Huambo)
Idade
45 Anos
Estado Civil
Solteiro
Formação académica
Licenciatura pelo Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) Huambo.
Cargos exercidos
De 2016 a 2017, foi administrador municipal-adjunto do Londuimbali; de 2018 a 2019, chefe de Departamento da Acção Social, Família e Igualdade do Género; de 2019 a 2021, administrador municipal de Chicala Cholohanga; é, desde 5 de Outubro de 2022, administrador municipal de Cachiungo.
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