Os Estados Unidos da América lançaram, no quadro do reforço do pacote de ajuda financeira a Taiwan, Israel e Ucrânia, aprovado há dois dias pelo Senado, uma campanha para aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, sem perder de vista a estabilidade nas relações bilaterais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas, nos últimos dias, sob os escombros de dois hospitais, na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou, ontem, Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, António Guterres.
O ex-presidente da Costa do Marfim Laurent Gbagbo, em liberdade condicional em Bruxelas após absolvição em primeira instância pela justiça internacional, regressará à Costa do Marfim "em meados de Março", disse hoje o seu partido.
O Assoa, que falava perante várias dezenas de apoiantes de Gbagbo num hotel em Abidjan, disse que este regresso será feito "em conformidade com uma lei aprovada em 2015" sobre as regalias de antigos chefes de Estado.
"Algumas pessoas pensam que queremos levar a cabo um golpe", afirmou Adou Assoa, dizendo que, pelo contrário, tem orientações do Laurent Gbagbo para negociar com o Governo "um regresso tranquilo" do ex-chefe de Estado, que "seja uma alegria para aqueles que querem a paz e a reconciliação no país".
"Vamos preparar-nos para uma grande celebração", disse Assoa, apresentando roupas, bonés e camisolas com a imagem de Laurent Gbagbo.
O Ministro da Reconciliação Nacional da Costa do Marfim, Kouadio Konan Bertin, anunciou na semana passada que iria encontrar-se com Laurent Gbagbo em Bruxelas para discutir as modalidades do seu regresso à Costa do Marfim.
O regresso de Gbagbo é um dos pontos em discussão entre o Governo e a oposição, que não reconhece a reeleição do Presidente Alassane Ouattara no final de Outubro de 2020, considerando o seu terceiro mandato inconstitucional.
No entanto, o chefe de Estado já garantiu em várias ocasiões que era a favor do regresso do seu antecessor.
Laurent Gbagbo está em liberdade em Bruxelas após a absolvição em primeira instância pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de crimes de guerra e contra a humanidade.
O ex-chefe de Estado da Costa do Marfim foi preso no final da crise pós-eleitoral 2010-2011, motivada pela sua recusa em aceitar a derrota face ao actual Presidente, Alassane Ouattara, de que resultaram 3000 mortes.
Transferido para o TPI em 2011, foi absolvido em primeira instância em Janeiro de 2019, estando ainda a ser ponderado recurso da sua absolvição pelos procuradores do tribunal.
Gbagbo, 75 anos, recuperou o seu passaporte marfinense no início de Dezembro, tendo anunciado para esse mesmo mês o regresso à Costa do Marfim, o que acabou por não se concretizar numa altura em que o clima político no país era ainda muito tenso após as eleições presidenciais de Outubro.
A votação ficou marcada por um boicote da oposição e por violência em várias cidades do país, da qual terão resultado pelo menos 85 mortos e quase 500 feridos, segundo diversas estimativas.
O processo de atribuição do passaporte ao antigo Presidente arrastava-se há meses, com os seus apoiantes a acusarem as autoridades marfinenses de se recusarem a conceder-lhe o documento para que não pudesse regressar ao país para as eleições presidenciais de Outubro.
A candidatura presidencial de Laurent Gbagbo chegou a ser apresentada na Costa do Marfim pelos seus apoiantes, mas foi invalidada pelo Conselho Constitucional.
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