De acordo com uma nota da instituição cultural, a cerimónia aberta ao público, vão ser apresentados os principais resultados alcançados por essa iniciativa, que contará com a presença dos embaixadores de Portugal, da União Europeia e de Espanha, além de representantes de diversas instituições do Ministério da Cultura e Turismo de Angola. O projeto Thambwé é coordenado pelo etnomusicólogo e compositor David López Sáez.

O trabalho alcançado em termos de digitalização e recuperação do fundo fonográfico do Museu Regional do Dundo é um dos resultados mais significativos a ser apresentado nesta exposição multidisciplinar que recorre à fotografía, ao vídeo e ao áudio para trazer a música Cokwe até à capital de Angola.

O espólio desse museu é constituído por gravações realizadas em meados do século XX pela extinta Companhia de Diamantes de Angola (Diamang). O público poderá apreciar igualmente o resultado das pesquisas em aldeias da Lunda Norte, que permitiram criar um mapeamento de músicos e artesãos residentes nessas comunas da região nordeste de Angola. Os músicos e artesãos foram apoiados por meios de encomenda de instrumentos e da criação de gravações para a divulgação de grupos musicais.

A criação de uma escola de música tradicional no Museu Regional do Dundo, abrangendo aulas de canto, batuque, dança e kisanji é outro dos feitos obtidos durante a implementação do Thambwé. As canções transmitidas advêm das músicas resgatadas através das fitas magnetofónicas do museu.

Finalmente, destaca-se a criação de uma escola de construção de instrumentos musicais na aldeia de Cambuaji, município de Lóvua, aumentando as oportunidades de emprego na região. Estão a ser capacitados 15 jovens, aprendendo uma profissão ao mesmo tempo que são resgatados e valorizados importantes valores culturais em vias de extinção. Instrumentos construídos pela escola vão estar à venda durante a exposição.

O projecto Thambwé, desenvolvido na província da Lunda Nort, desde Março de 2022, é apoiado pelo Procultura, acção financiada pela União Europeia, co-financiada e gerida pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., e apoiado pela Embaixada de Espanha em Angola e pela Open Earth Foundation (Bruxelas). O projecto tem sido implementado no Museu Regional do Dundo, com o apoio de J.R.S. (Jesuit Refugee Service Angola), na gestão financeira.