Desporto

Petro perde com Wydad e compromete objectivos

Paulo Caculo

Jornalista

O Petro de Luanda comprometeu as aspirações à fase seguinte da Liga de Clubes Campeões Africanos ao consentir hoje, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, a segunda derrota (1-0) consecutiva em jogo referente ao grupo C da competição de clubes da CAF.

23/02/2021  Última atualização 18H57
Derrota dos petrolíferos do Eixo Viário relega-os para a última posição do Grupo C © Fotografia por: Paulo Mulaza | Edições Novembro
Uma derrota inesperada pelo conjunto às ordens de Toni Cosano, que ainda falhou um penálti e  teve de se sujeitar a intensos períodos de dificuldades para visar a baliza contrária. Do outro lado esteve um adversário experiente, com uma  muralha defensiva extremamente compacta, que teve na sua dupla de centrais os grandes "patrões”.

Nos primeiros 45 minutos, a equipa do Wydad trocou muito bem a bola, sem complexos e a imprimir grande dinâmica ao seu futebol. Aos nove minutos, o conjunto marroquino sofreu a primeira contrariedade, mas sem impacto na estratégia de jogo. O guarda-redes Tagmaouti lesionou-se na sequência de um choque com o colega e teve de ser substituído.
Umas vezes por Ito, Job e ainda Picas, o Wydad procurou ripostar os "insultos” que vinham do adversário, mas as acções ofensivas revelaram-se insuficientes para descobrir as vias de acesso à baliza contrária.

Numa das grandes oportunidades do Wydad, Diógenes evita o golo adversário ao "dar o corpo ao manifesto” perante o remate de Kaabi e que levava o selo de golo. E os marroquinos só não encerraram a primeira parte a vencer, porque foram displicentes para traduzir em golo uma grande penalidade (de mão à bola de Matuwila), aos 35 minutos, mal cobrada pelo goleador Kaabi, ao permitir a defesa de Dominique.

Na resposta, numa das raras ocasiões de golo criada pelo Petro, aos 26 minutos, o remate do brasileiro saiu prensado por uma "muralha” de pernas na área do Wydad.
A segunda parte trouxe uma equipa marroquina mais incómoda. O conjunto angolano voltou a experimentar períodos de pressão alta e intenso calafrio junto à baliza de Dominique. As jogadas não saíram a preceito para o Petro. Faltaram soluções ao caudal ofensivo tricolor. 

Toni Cosano procurou, nesse período, repensar o futebol atacante da equipa. As entradas de Yano e Dani, para os lugares de Manguxi e Tiago Azulão, nem por isso ajudaram a acrescentar algo de novo ao futebol da agremiação. Nem mesmo Tony e Megue chegaram para as encomendas.
Os tricolores demoraram a encontrar uma pronta-resposta às investidas do adversário. Como prova disso, aos 69 minutos, numa jogada de belo efeito, Kaabi, o "suspeito do costume”, inaugurou o marcador, após driblar o keeper Dominique, num claro "balde de água fria” para os angolanos.

A sofrer, por 1-0, os angolanos foram obrigados a correr atrás do prejuízo. E dispôs, aos 71 minutos, de ocasião soberana para empatar. Dani é derrubado na área, mas Job, chamado a executar a grande penalidade, fez o inimaginável ao rematar para as "nuvens”.
Com o jogo a caminhar para o último quarto de hora, os marroquinos jamais largaram o pé do acelerador. E na estratégia do Wydad  há que mencionar o nome de Jabrane. O médio é um poço de força e pulmão de aço. Jogou a todo- -o -terreno, incansável. Contribuiu bastante para cansar a defesa angolana.

Próximo do fim, aos 88 minutos, Megue ainda desferiu um remate que levou a sensação de golo à baliza do Wydad. O desafio terminou de forma dramática, com os angolanos a fazerem sobrevoar a bola na área adversária. O Petro de Luanda só pode queixar-se de si mesmo, na medida em que não soube aproveitar as ocasiões que teve para chamar a si o triunfo. Na próxima jornada, o 'embaixador' angolano na Champions cruza o caminho do Kaizer Chiefs da África do Sul.


  REACÇÃO À DERROTA
Toni Cosano fala em "falta de sorte”

    
O técnico do Petro de Luanda, Toni Cosano, surgiu ontem na conferência de imprensa, após a derrota frente ao Wydad de Casablanca, de semblante carregado. O espanhol considerou o resultado longe das previsões da equipa, pois o objectivo passava por se redimir da derrota averbada na primeira jornada diante de Horoya da Guiné Conacri.
"Não estava nas nossas previsões perder este jogo. Tudo fizemos para vencer, mas não tivemos sorte. O adversário foi mais feliz. Sofremos um golo, desperdiçámos uma grande penalidade”, disse.

Cosano considera que "a primeira parte foi melhor” e admite ter visto os seus jogadores melhor povoados no meio-campo adversário e a "criarem ocasiões de golo”, embora mal aproveitadas. Destaca o facto de a equipa nunca ter desistido de procurar o golo do empate, que podia ter surgido na transformação da grande penalidade desperdiçada por Job, aos 71 minutos.
"Vamos continuar a trabalhar, tendo em vista o próximo jogo. O adversário mostrou ser experiente e soube fechar-se bem na sua defesa, evitando que pudéssemos empatar o jogo”, acrescentou o timoneiro dos tricolores, que mantém intacta a disposição da equipa em lutar pelos objectivos.

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