Política

Populações das zonas mineiras defendem 5% das receitas da exploração

Estanislau Costa | Lubango

Jornalista

As autoridades tradicionais nos municípios da Chibia, Gambos e Lubango, província da Huíla, defendem a atribuição de cinco por cento das receitas globais da exploração e exportação de rochas ornamentais, para permitir a materialização de projectos locais de impacto sócio-económico.

16/02/2024  Última atualização 11H27
Pretensão apresentada aos deputados © Fotografia por: DR
A pretensão foi apresentada, quarta-feira, na cidade do Lubango, pelos sobas, ao vice-presidente da Comissão de Administração do Estado e Poder Local da Assembleia Nacional, Paulo de Carvalho.

Para o soba do município dos Gambos, João Lomboloka, existem, actualmente, várias áreas em que as montanhas desapareceram, em consequência da exploração e exportação dos blocos, lamentando o facto de a extracção das pedras de granito negro, rosa, cinzento e outros provocarem danos ao ambiente e à sociedade.

"As famílias que habitam nos arredores das áreas de exploração só vão agradecer quando sentirem o impacto directo da exportação das rochas nas suas vidas, já que podem surgir mais escolas de vários níveis de ensino e aprendizagem, fontes de abastecimento de água potável, centros médicos e outros bens públicos”, referiu.

Já o soba António Silionaphe defendeu a terraplanagem das vias secundárias e terciárias para facilitar o escoamento dos produtos do campo para os centros urbanos.

Além dos camiões, disse, as frequentes chuvas aceleram a degradação das vias terciárias, criando dificuldades na circulação e escoamento de vários produtos do campo para as cidades.

O impacto ambiental, sugeriu o soba, pode ser invertido com a plantação de dezenas de árvores de diversas espécies.

Deputados preocupados

O vice-presidente da Comissão de Administração do Estado e Poder Local da Assembleia Nacional, Paulo de Carvalho, considerou preocupante a não atribuição às comunidades de receitas provenientes da exploração e exportação de rochas ornamentais.

"A preocupação está registada e vai ser apresentada às autoridades de direito, de modo a haver o retorno de alguma percentagem aos municípios”, referiu.

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