O Presidente da República, João Lourenço, defendeu, sexta-feira, a criação de planos de emergência sólidos, recursos humanos capacitados e sistemas de alerta eficazes que actuem, de forma rápida, eficiente e coordenada, como resposta para o controlo e prevenção dos actuais surtos de cólera na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
"Ela requer uma estratégia abrangente que integre a promoção da saúde nas comunidades, cuidados de saúde de qualidade, gestão eficaz de casos e o uso estratégico de vacinas orais contra a cólera, como medida preventiva”, destacou.
João Lourenço disse ser importante reconhecer, para o controlo da cólera, a importância de acções multissectoriais coordenadas, para potenciar uma abordagem abrangente, visando impactar, positivamente, os determinantes sociais e ambientais da saúde, que influenciam directamente o bem-estar das comunidades da região.
O estadista angolano ressaltou que a abordagem dos países da região deve focar-se em acções sustentáveis, que melhorem o acesso à água potável, saneamento adequado e na promoção de práticas de higiene individual e colectiva, factores fundamentais na prevenção da transmissão da doença, redução da morbilidade, mortalidade e protecção da população.
O presidente em exercício da SADC considerou fundamental fortalecer a comunicação de risco e envolvimento comunitário, incluindo a formação das comunidades, para assegurar a vigilância comunitária, a troca, em tempo real, de informações, conselhos e opiniões entre especialistas e líderes comunitários e população, para se mitigar o risco e prevenir a doença.
Neste momento, em que se verifica o risco de propagação da doença na África Austral, João Lourenço disse ser crucial fortalecer a vigilância epidemiológica, em todos os pontos fronteiriços, para garantir a segurança sanitária e reduzir a transmissão da doença na circulação de pessoas, bens e serviços entre os países.
Em relação aos Estados-membros assolados pelo surto, o Presidente da República considerou fundamental a avaliação das acções de recuperação pós-epidemia, fortalecendo os sistemas de saúde, de saneamento básico e outras medidas de prevenção contra futuras ameaças.
João Lourenço lamentou, por outro lado, o facto de muitos países da região disporem de recursos limitados para aquisição de produtos médicos, vacinas, testes e reagentes laboratoriais, visando a prevenção e a gestão adequada e oportuna dos casos.
O mais preocupante ainda, sublinhou, é a capacidade limitada no acesso às vacinas, pelo que disse ser necessário desafiar as normas existentes e adaptá-las ao contexto actual, para que os países possam ter um acesso oportuno, equitativo e em quantidades seguras para todas as populações em áreas afectadas e de alto risco, nomeadamente populações vítimas de catástrofes naturais e de zonas fronteiriças com casos activos.
João Lourenço afirmou, de igual modo, ser urgente o fortalecimento dos mecanismos de transferência tecnológica, o investimento em fábricas para a produção local de medicamentos, produtos médicos e vacinas, visando a auto-suficiência, assim como garantir o desenvolvimento económico e tecnológico, para a criação de empregos e incentivar a inovação do sector farmacêutico da África Austral.
Apesar do compromisso dos Estados-membros, evidenciado por investimentos em capital humano, no reforço de infra-estruturas, no aumento do acesso equitativo aos serviços de saúde, à água potável em quantidade e qualidade e ao saneamento básico, reconheceu que o caminho a percorrer para alcançar o quadro regional para a aplicação da Estratégia Mundial 2030 de Prevenção e Controlo da Cólera ainda está ameaçado com surtos recorrentes, relacionados às alterações climáticas, propiciando a proliferação da doença e limitando a capacidade de resposta rápida e eficaz da região.
Lembrou que a SADC enfrentou, ao longo dos anos, "grandes e inúmeros desafios”, que soube ultrapassar graças à unidade de acção. João Lourenço recordou "o alarmante” número de casos e óbitos registados, em 2023, nos Estados atingidos por ciclones devastadores, como na Zâmbia, no Zimbabwe, no Malawi, em Moçambique e na Tanzânia, agravado, este ano, pelas chuvas e inundações que serviram de rastilho para uma nova onda de casos, representando um obstáculo à agenda de desenvolvimento económico e social da região.
Emergências de saúde pública é exigência vital
O presidente em exercício da SADC salientou que a preparação para emergências de saúde pública constitui uma exigência vital no momento actual, devendo, por isso, a região estar pronta para enfrentar e superar os desafios que se colocam, dado o facto de a prevenção ser a chave do problema.
"Por isso, devemos nos empenhar em fortalecer os nossos sistemas de saúde, a vigilância epidemiológica, laboratorial e ambiental, mitigar os riscos e educar a população”, exortou, ressaltando que a crise de Saúde Pública que assola a SADC representa uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável e ao bem-estar dos povos.
Face a este momento crítico de saúde observado na região, o estadista defendeu a urgência na resposta e a necessidade de uma acção coordenada e eficaz, advertindo que a cólera não conhece fronteiras e exige uma abordagem regional para a enfrentar com sucesso.
Para estes momentos de desafio, apontou a solidariedade e a acção conjunta, que unem a região, como factores indispensáveis para uma resposta colectiva e coordenada que previna e controle a propagação da doença a nível da comunidade.
"Neste momento crítico, gostaria de expressar a minha solidariedade para com os países afectados por esta doença devastadora, assim como para as famílias que perderam entes queridos e com aqueles que estão a lutar contra a doença nos países irmãos afectados”, frisou.
Apesar de a região estar a viver este "ambiente extremamente desafiante”, o Presidente João Lourenço recordou que a mesma tem encontrado respostas concretas e colectivas de mitigação dos efeitos adversos de outros desafios de saúde, como o VIH/Sida e a Covid-19, razão pela qual disse acreditar que vai superar mais este desafio e prevenir-se de futuras epidemias e pandemias.
"Unidos podemos superar qualquer adversidade e construir um futuro mais saudável e próspero para todos os cidadãos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral”, aclarou o Chefe de Estado, lembrando que Angola se comprometeu a liderar o processo de integração e desenvolvimento regionais, orientados pelo lema "Capital Humano e Financeiro: Os Principais Factores para a Industrialização Sustentável da Região da SADC”.
O presidente da SADC elogiou o Conselho de Ministros e o Comité de Ministros da Saúde por terem deliberado, de forma diligente, sobre este surto de cólera e formulado recomendações com vista à preparação daquela cimeira extraordinária. Agradeceu, também, ao Secretariado da Organização, por ter facilitado a realização da reunião.
O presidente em exercício da SADC expressou, ainda, gratidão aos parceiros internacionais de cooperação e às agências das Nações Unidas pelo empenho constante e esforços incansáveis na luta contra a cólera e outras ameaças à Saúde Pública.
Disse que o trabalho valioso da OMS, da UNICEF, do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC-África) e de outros parceiros de cooperação internacionais, que cooperam com o Secretariado e os Governos da região, contribuiu para salvar inúmeras vidas e ajudou a trazer a esperança às comunidades.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginO Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, apelou, sexta-feira, na cidade do Huambo, aos jovens líderes a agregarem valores e ideias inovadoras para que a Nação consiga concretizar a missão constitucional e o desígnio nacional de alcançar os melhores resultados na estratégia de Governação Local.
O Governo angolano está, neste momento, a desenvolver uma iniciativa que tem por objectivo dinamizar a concessão de crédito às Micro, Pequenas e Médias Empresas nacionais, com a perspectiva de 30 por cento vir a beneficiar projectos executados por mulheres.
Em entrevista ao Jornal de Angola, a Subcomissária Teresa Márcia, 2ª Comandante Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), que atende a área Operativa, falou sobre a operacionalidade e a actuação deste órgão do Ministério do Interior responsável pela salvaguarda da vida dos cidadãos e seus bens patrimoniais.E como não podia deixar de ser, falou do seu sonho antigo e concretizado de ser bombeira e dos desafios que as mulheres enfrentam nessa nobre profissão
A Inspecção Geral do Trabalho (IGT) através da área de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho registou 46 acidentes fatais, de 2023 ao primeiro trimestre deste ano. As vítimas mortais foram registadas nos sectores da Construção Civil, Indústria, Comércio e Prestação de Serviços.
A União Africana (UA) manifestou preocupação com "a tensão entre comunidades locais" no Norte da Etiópia e apelou ao "fim das hostilidades" que já obrigaram pelo menos 50 mil pessoas a deslocarem-se, segundo a ONU.
Neste mês dedicado à juventude, propusemo-nos trazer, à ribalta, parte da história de vida de mais um jovem angolano, que, fruto da sua determinação e resiliência, construiu um percurso empresarial digno de respeito, podendo ser, por isso, um exemplo a seguir para quem pretender trilhar os mesmos caminhos.
A segunda edição do “Almoço Angolano” acontece, hoje, às 14h00, no Hotel Diamante com as actuações de Acácio Bambes e Flay, com o acompanhamento da Banda Real. A abertura é com a presença do Kudimuena Kota.